- Então, sei lá – “Não me pergunte como cheguei até aqui. - TopicsExpress



          

- Então, sei lá – “Não me pergunte como cheguei até aqui. Às vezes me sinto ridícula, fico intrigada, falando de certas coisas que só sei o prefácio. Sei lá, mas fico quase esburacada, sem respostas para o óbvio. Tenho boas intenções, mas não passa disso e todo dia me repito insistindo para uma redenção do que nem foi redimido. Sei, lá, tenho mais dúvidas do que um manual de ciências para iniciantes. Faço uma coisa querendo outra. Falo monossílabos querendo escrever uma página de explicações. Sei lá, mas sou boba, meio mole de coração e frequentemente flagro-me vivendo com os afins enquanto os definitivos não chegam. Acredito nas histórias de amor feitas de sumos de paixão, química e uma boa mistura de suor quente. Depois desacredito e nem confronto as razões. Deixo pra lá e sei lá. Não traduzo o banho-maria que me deixaram sem sequer avisar o tempo de cozimento. Sei, lá. Tenho a tendência para deixar fazer parte quem não quer participar de minha festa e assim abro brechas para o vício falido de sofrer sem necessidade. Sei, lá, acho que isso vai longe quando a gente fica como barata tonta procurando uma maneira de se doar para o que pouco vale, depois sai meio torta deixando as cicatrizes expostas e uma gota de entusiasmo acreditando que tudo passa e nada dói. Sei lá, mas minha teimosia não tem limite quando deixo de acreditar que a vida é apenas um verão avermelhado para esperar um inverno e aproveitar secretamente o sabor. Então, isso nunca chega, sei lá! Talvez eu esteja ansiosa demais. Chego a duvidar de minha lucidez. Ando querendo ser mais improvisada e aproveitar a maré. Não sei por que nunca consegui ser assim, mas irei tentar ou sei lá. Fico rigorosamente em dúvida quando tenho que fazer escolhas e atrapalhada porque nunca fui capaz de achar que eu tinha argumentos suficientes para convencer essa arquibancada de ouvintes das minhas teorias sobre o que passou ou o que está para vir. Sei lá, sou tecnicamente perdida, mas não abro mão de minha independência, afetiva, financeira, trabalhista, espacial, sei lá. Tenho direitos permanentes, mas por acidente sou sem eloquência, sem sedução, sem convencimento ou propositalmente faço isso, ou sei lá. De tudo eu concordo em parte, mas quando preciso fazer uma exposição de motivos, fico com medo dos desentendimentos que possam causar minhas justificativas. É isso, ou sei lá. “
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 00:16:52 +0000

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