13/09/2013 17h01 Câncer de mama é um problema de saúde pública, diz médica Diego Mello Os números são alarmantes. Segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 52 mil mulheres por ano são diagnosticadas com câncer de mama no Brasil. Destas, quase 13 mil morrem. Enquanto em outros países a mortalidade diminui, em terras brasileiras, as taxas de incidência e mortalidade crescem. O SRZD conversou com a Dra. Patricia de Melo, mastologista e presidente da Comissão de Psico-oncologia da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), que caracterizou o câncer como um problema de saúde pública. "É o câncer que mais mata as mulheres em todo o mundo e no Brasil". Para Patricia, o início da diminuição das taxas no Brasil tem que começar com a própria população. Além disso, a SBM se preocupa com os métodos de prevenção. "A conscientização da população seria o primeiro passo. Outras ações importantes incluem a prevenção primária, atuando em alguns fatores de risco relacionados ao estilo de vida e a prevenção secundária, visando o diagnóstico precoce". Diferentemente do que muitas mulheres acham, o câncer de mama pode ser prevenido com ações do dia a dia. O ideal é adotar um estilo de vida saudável. Uma alimentação com base em alimentos de origem vegetal, ricos em vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos, minimiza o risco do câncer. As atividades físicas, de quatro horas ou mais por semana, reduz em 30% o risco. Além disso, o controle do estresse também pode ajudar nessa diminuição. Mas não adianta apenas fazer essas indicações. A partir dos 40 anos, as mulheres devem realizar, anualmente, uma mamografia e um exame clínico das mamas. "Quanto mais cedo o câncer de mama é diagnosticado, mais chances de cura", disse a doutora. Segundo a Dra. Patricia, a mamografia continua sendo o principal tipo de exame. "A mamografia ainda é o padrão ouro no diagnóstico precoce do câncer de mama, porque é o único método capaz de detectar microcalcificações agrupadas, que podem ser o estágio mais inicial de um câncer, além de visualizar outras lesões não palpáveis, como os nódulos menores que 1cm ou profundos nas mamas". Apesar da importância do exame, muitas mulheres possuem um certo receio em realizá-lo. Mas a suposta dor insuportável é um mito. Pelo menos é o que diz a Dra. Patricia. "Isso não é verdade. A compressão das mamas no momento do exame é de extrema importância para garantir a qualidade do exame e não dura mais do que 2 segundos. Apenas uma pequena porcentagem de mulheres realmente sente esse desconforto". Se o câncer for diagnosticado, os exames devem ser realizados o mais rápido possível. Segundo a doutora, há inúmeras formas de tratamento, já que o câncer de mama é um conjunto de doenças. "É um conjunto de doenças diferentes que recebem o mesmo nome. Cada tipo de câncer de mama comporta-se de maneira diferente e por isso tratamentos diferentes são indicados". A Dra. Patricia alertou para a origem dos cânceres. Segundo ela, "somente cerca de 10% dos cânceres são de origem genética, enquanto 90% ocorre devido a interação entre os genes e o ambiente, dieta e estilo de vida". Explica-se: o meio ambiente pode atuar inibindo ou estimulando um gene de saúde ou de doença. Fatores ambientais, como poluição, radioatividade, fumo, bebidas alcoólicas e alimentação, podem provocar o aparecimento de um câncer. "Os tipos de câncer mais comuns hoje, como o de mama, começaram a ter taxas alarmantes depois da mudança em nossa alimentação com o aumento do consumo de cereais refinados e de produtos de origem animal". A atuação da SBM Para sensibilizar brasileiras e brasileiros, a SBM criou a campanha "Eu amo meus peitos" (euamomeuspeitos.br). Nela, mulheres comuns foram convocadas, de forma anônima, seus seios nas campanhas publicitárias. Criada há doze anos, a campanha foi criada para disseminar as informações em relação ao câncer. Em 2013, a campanha conta com o apoio de ilustres mulheres, como Ana Maria Braga, Giovana Antonelli, Regina Duarte e Luiza Brunet. A SBM disponibiliza em seu site (sbmastologia.br) informações sobre prevenção, exames, tratamentos e a doença, além de esclarecer as dúvidas mais recorrentes.
Posted on: Wed, 18 Sep 2013 16:22:05 +0000
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