A PASSEATA DOS PROFESSORES, EM 07-10-2013 E OS BLACK BLOCS. A - TopicsExpress



          

A PASSEATA DOS PROFESSORES, EM 07-10-2013 E OS BLACK BLOCS. A enorme passeata dos professores, ontem, percorreu toda a Av. Rio Branco, tranquilamente, entoando algumas músicas. Entre essas músicas, havia uma que afirmava; "que coincidência, não tem PM, não tem violência". E, realmente, os policiais estavam apenas encostados, não ostensivamente, diante dos tapumes que alguns bancos tinham colocado diante de suas fachadas envidraçadas. Os policiais estavam diante de alguns bancos, não de todos. E foi assim, neste clima de tranquilidade, sem violência, que a passeata chegou até a Cinelândia. Como os bancos da Av. Rio Branco estavam todos fechados, com tapumes em suas frentes, quem precisasse de dinheiro, no entanto, poderia recorrer, em uma rua paralela (Senador Dantas), às agências bancárias, que, lá, estavam abertas. Poderia, depois, voltar para a passeata, que, agora, se tornara uma enorme concentração na Cinelândia, por uma rua perpendicular, em que ficam, na esquina, duas instituições, uma em cada lado, o Banco do Brasil e a Câmara Municipal. . Encontrava-se, nessa rua, entre o BB e a Câmara, um conjunto de mais ou menos uns 100 jovens, vestidos de negro, com o rosto coberto (Black Blocs) e, a duzentos metros dali, um Batalhão de Choque da PM. Os Jovens mascarados - não sei se tendo em suas fileiras professores que tivessem aderido à tática Black Bloc, começaram a quebrar alguns vidros do BB e da Câmara Municipal. Os PMs permaneciam ainda parados à mesma distância. Quando os jovens com o rosto escondido começaram a produzir algumas explosões de bombas caseiras e muitos lançamentos de rojões naquele local entre BB e Câmara, correspondendo a um aumento do quebra-quebra praticado sobre o essas duas instituições, podia-se notar na outra calçada da Av.Rio Branco, a uns 100 metros do quebra-quebra, uma multidão de professores observando. Havia muitos outros nas escadarias da Câmara. Entre os professores que estavam a 100 metros dali, podiam-se notar alguns que consideravam o que estava acontecendo - ataque ao BB e à Câmara Municipal - como algo positivo. Demonstravam isso, como pôde ser observado, defendendo verbalmente o ataque contra quem alegasse que tal ação não era boa para o propósito dos professores, ou vibrando a cada bomba ou rojão lançado e, também, quando viram jovens mascarados subindo nos prédios que estavam depredando para continuar fazendo isso em pontos mais altos e tocar fogo em uma cortina puxada para o lado de fora. Mas a maioria dos professores mostrava-se atônita com o que estava acontecendo e, uns concordavam que aquela atitude dos Black Blocs não valia a pena. Em todos os professores, porém, podia-se notar uma enorme insatisfação com a maneira como foram tratadas as suas representações sindicais, que não foram recebidas, devidamente, por Eduardo Paes, para que o Plano de Cargos e Salários fosse discutido e modificado antes de ser encaminhado à votação. Eduardo Paes optou por encaminhar um Plano de Cargos e Salários Pronto, não discutido, para a Assembléia Legislativa, que o aprovou, em um dia anterior a essa passeata, mesmo que sob protesto dos professores que estavam dentro da Assembleia e que, humilhantemente, foram retirados de lá, à força, pela PM, sem que houvesse qualquer ordem judicial para isso. Esse tipo de tratamento dado aos professores, o projeto de cargos e salários imposto de cima para baixo, a aprovação subserviente do mesmo pela maioria dos vereadores (só uns poucos, oito ou nove, se insurgiram contra isso), a humilhação sofrida por eles, que foram arrastados para fora da Assembleia Legislativa em dia anterior, fez com que alguns enxergassem nos Black Blocs uma espécie de grupo de vanguarda, que acabaria levando a resultados concretos, por encostarem políticos insensíveis a negociações na parede. Quando o batalhão da PM avançou começando a jogar bombas de gás lacrimogênio, a concentração começou a se desfazer, uns participantes distanciando-se por ruas transversais e indo embora, outros retornando pela Av. Rio Branco. Muitos militantes Black Blocs também foram pela Rio Branco. Não havia mais PMS diante dos Bancos. Não adiantaram nada os tapumes colocados diante deles, pois foram derrubados, as vidraças quebradas, algumas lojas depredadas, computadores jogados no meio da rua e destruídos, assim como lixeiras e outras coisas. Não havia ali, ou pelo menos não pude ver, bandidos entre os Black Blocs, que estivessem roubando coisas dos lugares que destruíam, de onde pegavam coisas e as quebravam na rua. Eram jovens que achavam que estavam em uma missão política importante. Se Eduardo Paes tivesse negociado democraticamente, provavelmente tudo isso tivesse sido evitado. Mas parece que democracia não é o forte de Eduardo Paes. No entanto, ficam algumas perguntas: Entre Black Blocs havia professores? Essa é a maneira certa de resolver as coisas? Esses militantes políticos mascarados vão ganhar adesão cada vez maior das categorias em luta, em meio das quais (lutas) eles se inserem com suas táticas? Depois desse tipo de atuação dos Black Blocs, caso o prefeito continue não querendo negociar, as manifestações de professores continuarão do mesmo tamanho ou maiores? No meu entender, a resposta é não para todas as perguntas. Mas antes de chegar, você, a formar sua opinião, leia um artigo sobre o que é o Black Block e quem são os seus militantes. revistaforum.br/blog/2013/10/black-blocs-licoes-do-passado-desafios-do-futuro/ revistaforum.br/blog/2013/10/black-blocs-licoes-do-passado-desafios-do-futuro/
Posted on: Tue, 08 Oct 2013 22:28:22 +0000

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