“CABERNET SAUVIGNON” Roteiro cinematográfico de curta metragem De Luana Moraes. Porto Alegre, 18 82012. Cena 1. EXT/NOI – Música instrumental – Raul seixas – Lugar do Caralho. Um portão de prédio é fechado, (começa a música). Um homem de cinquenta e poucos anos com uma expressão nostálgica, anda pelas ruas da Cidade Baixa em Porto Alegre. Dobra uma esquina, encontra um cara caracterizado de Charles Chaplin. Chaplin – E aí Lu! Lu – E aí! Lu dobra outra esquina, avista um “flanelinha” muito chapado que vem e abraça-o. Flanelinha – Lu! Lu! Lu! Lu! Consegue um dinheiro aí. Lu – Porra! Eu nem tenho carro, cara!(Riem). Lu anda mais alguns metros, para em frente a um bar do outro lado da rua, tosse, cospe, dá uma última tragada em seu cigarro, joga-o fora. Levanta a cabeça, observa a fachada do bar, (visão do Lu). Atravessa a rua, o recepcionista que está sentado em um banquinho do lado de fora da porta, cumprimenta-o. Recepcionista – E aí, Lu! Tudo bem? Lu – Tudo certo. Apertam as mãos, Lu entra no bar. Cena 2. INT/NOI/BAR – Segue a música. Há apenas duas mesas com poucas pessoas. Lu Abraça a dona do bar. Lu – E aí guria? Dona do bar – Oi Lu! Tudo bem. Lu senta-se em uma mesa próxima ao balcão do bar. Dona Do bar – O que vai ser hoje, Lu? Lu sorri nostálgico. Lu - Me vê uma garrafa de cabernet sauvignon. A dona do bar põe a mão em seu ombro, quase o consolando e olha-o compreensiva. Traz o vinho, abre a garrafa, serve a taça e vai atender os outros clientes. Lu bebe o pouco que ela serviu em um gole só, nota uma mulher sentada sozinha no bar, vestido estampado avermelhado de corte envelope, ostentando um decote generoso, salto alto preto, pernas cruzadas, uma postura impecável, lábios carnudos com um batom vermelho, que destaca sua pele branca e um olhar convidativo, porém intimidador de uma mulher sensual que aparenta uns 40 anos. Lu serve outra taça. Entrecorte – Mudança de ambiente entre cenários. Cena 3. INT/Dia/Atelier de arte. Um rapaz, que aparenta ter uns vinte anos, faz os retoques finais em uma tela que simboliza a desorientação que uma mulher lhe causa. Entrecorte – Mudança de ambiente entre cenários. Cena 4. INT/NOI/Bar. O rapaz entra no bar, uma moça o recebe cumprimenta-o. Atendente – Oi. Rapaz – Oi, tudo bem? Senta-se em outro ambiente do bar o qual Lu tem uma ampla visão. Atendente – Vai beber algo, amigo? Rapaz – Uma cerveja, por favor. A atendente traz a cerveja em um balde de gelo, serve e descansa-a no mesmo. O rapaz bebe um gole e percebe a mulher sentada no bar. Nota que ela bebe uma taça de vinho, como se o próprio lhe falasse algo. O rapaz observa vidrado todos os seus movimentos esperando um melhor momento para se aproximar. Lu assiste a tudo com olhar infindo e inspirador. – OFF – O rapaz chama a atendente, cochicha algo. (visão do rapaz) O barman oferece a moça uma bebida em seu nome. Ela pergunta quem o fez. Ele aponta para a sua mesa, ela olha com desdém, levanta-se e anda até ele, que sem saber o que fazer, levanta-se desajeitado e puxa a cadeira para que ela se sente. Ele muito nervoso espera até que ela diga algo. Mulher – Quer me pagar uma bebida? Rapaz – Sim. Eu posso? Mulher – Claro. O rapaz chama a atendente. Atendente – Pois não? Mulher – Uma garrafa de cabernet sauvignon e duas taças. Entrecorte: Cena 5. INT/NOI – Atelier de arte - Música – Instrumental - Led Zeppelin – Since I’ve been loving you. Câmera passeia pelo atelier de arte, mostra algumas telas, tintas, pincéis, roupas espalhadas pelo chão, duas taças de vinho, a garrafa quase vazia ao lado delas e o casal transando loucamente no chão. Entrecorte: Cena 6. INT/DIA – Atelier de arte. Rapaz abre a porta do atelier, entra, coloca a chave na fechadura pelo lado de dentro, vê uma garrafa de cabernet sauvignon fechada, duas taças vazias e um saca-rolhas em cima de uma mesinha ao lado do sofá. Ele abre a garrafa, pega os objetos, anda até o banheiro e se depara com ela nua na banheira, cabelos presos, lábios vermelhos de batom. Eufórico, ele entra de roupa e tudo. (Riem) Entrecorte: Cena 7. INT/DIA – Atelier de arte. Casal transando no chão do banheiro. Entrecorte – Mudança de ambiente entre cenários. Cena 8. INT/DIA – Atelier de arte. Raios de sol entram por uma janela antiga, característica da Cidade Baixa. O casal transa no chão. Ele sentado encostado no sofá, acomodando-a sobre seu corpo. Entrecorte. Cena 9. INT/NOI – Atelier de arte. Rapaz sentado no sofá de olhos fechados, mãos femininas com unhas compridas e pintadas de vermelho escorregam pelo seu peito, ele abre os olhos e observa o movimento das mãos, que retornam subindo até seus lábios acariciando-os. O rapaz se levanta, pula por cima do sofá, envolve sua cintura com um braço e ergue sua perna com a outra mão, erguendo-a e acomodando-a em cima de sua mesa de trabalho, transam. Entrecorte. Cena 10. INT/NOI – Atelier de arte. O rapaz bebe uma taça de vinho, sozinho, sentado no sofá com as pernas cruzadas em frente a uma tela ainda em branco. Entrecorte: Cena 11. INT/Dia/Atelier de arte- repetição da cena 3. O rapaz faz os retoques finais em sua tela. Senta-se novamente no sofá, cruza as pernas, pega a taça na mesinha ao lado do mesmo, cheira o copo com os olhos apertados, olha para ela enquanto balança-a em movimentos circulares, como se analisasse o vinho, bebe em um só gole, observa a tela. Mostrar detalhes da tela. Entrecorte. Cena 12. INT/NOI/BAR Lu pega a garrafa e a taça, sobe para o primeiro andar do bar, um grupo de pessoas se amontoa para assistir o show do Wander Wildner, que toca no momento – Um Bom Motivo. - Lu anda na direção contrária a todos, senta-se em uma mesa, em frente ao Cabernet Sauvignon, que é o nome da tela exposta na parede contrária a ele, cruza as pernas, bebe um gole do vinho. A dona do bar senta-se a seu lado com uma taça na mão, Lu a serve, brindam. - OFF - Conversam analisando a tela enquanto rola o show. Câmera passeia fazendo a volta e mostrando-os de costas com a tela ao fundo. Entrecorte – Mudança de ambiente – Segue o som. Cena 13. INT/DIA/BAR Lu recebe o dinheiro de uma pessoa que leva o quadro, divide o lucro com a dona do bar. Entrecorte – Mudança de ambiente - Segue o som. Cena 14. INT/DIA – Atelier de arte. Lu está sentado em um novo sofá, com as pernas cruzadas, sozinho em seu atelier, pensativo, fumando um cigarro e bebendo um caneco de cerveja em frente a uma tela em branco. Entrecorte – Mudança de ambiente - Segue o som. Cena 15. INT/DIA – Bar. – Segue o som. Lu entra no bar entrega a dona uma nova tela. Cena final INT/DIA – BAR – Primeiro andar – Segue o som. Ela acomoda-a no lugar da antiga, enquanto Lu observa com feições de satisfação. Na tela, ele próprio sentado a mesa do bar bebendo uma cerveja, a dona do bar também aparece nela com sua aparência atual servindo as mesas. Brindam com canecos de cerveja e sentam-se em frente a ela. - OFF - Conversam analisando a tela. Câmera passeia fazendo a volta e mostrando-os de costas com a tela ao fundo. Fim.
Posted on: Mon, 29 Jul 2013 22:48:04 +0000