Colégio Estadual David Mendes Pereira - TopicsExpress



          

Colégio Estadual David Mendes Pereira Professora: _____________________ Aluno:______________________________ Data:___________________ Série:_______ Turma:_____________________________ Coesão Textual I: ESTE aqui é um assunto especial. Hoje, vamos falar sobre o uso correto de pronomes demonstrativos. Dominar ESSE assunto é fundamental para construir um bom texto. Sabem AQUELAS dúvidas que sempre existiram? Pois bem, vamos aos estudos! Observem que os pronomes em destaque no fragmento acima “Este”, “esse” e “aquele” têm funções textuais específicas. Primeiramente, precisamos entender os diferentes usos. São eles: I) Uso em relação à pessoa do discurso (proximidade do “objeto” em questão) ESTE, ESTA, ISTO (e demais flexões) -> 1ª pessoa (quem fala) ESSE, ESSA, ISSO (e demais flexões) -> 2ª pessoa (com quem se fala) AQUELE, AQUELA, AQUILO (e demais flexões) -> 3ª pessoa (de quem se fala) II) Uso em relação ao aspecto temporal: Os pronomes demonstrativos também podem funcionar como marcas temporais em um texto. Basicamente, devemos utilizá-los da seguinte forma: ESTE, ESTA, ISTO (e demais flexões) -> PRESENTE SSE, ESSA, ISSO (e demais flexões) -> PASSADO OU FUTURO PRÓXIMOS AQUELE, AQUELA, AQUILO (e demais flexões) -> PASSADO DISTANTE Exemplos: ESTE ano, eu passo no vestibular! (“ESTE” refere-se ao momento presente, ou seja, o ano atual) ESSE dia será inesquecível. (“ESSE” refere-se a um futuro próximo) ESSE dia foi inesquecível. (“ESSE” refere-se a um passado próximo) Lembram-se DAQUELE dia e o quanto fora especial? (“DAQUELE” refere-se a um passado distante) Notem que o pronome associa-se ao tempo verbal, demarcando, assim, temporalidade nas frases. III) Uso em relação ao referente textual ISTO, ESTA, ESTE (e demais contrações) -> CATAFÓRICOS ISSO, ESSA, ESSE (e demais contrações) -> ANAFÓRICOS Exemplos: No Brasil, o destaque é este: uma onda de manifestações populares. (“este”-> função catafórica, ou seja, refere-se a uma ideia mencionada posteriormente) As manifestações populares são legítimas e importantes para a democracia. Esses fatos merecem destaque nos noticiários. (“Esses”-> função anafórica, ou seja, retoma algo mencionado anteriormente) MAS E SE HOUVER MAIS DE UM REFERENTE? Bem, nesse caso, precisamos estar atentos às regras: • No caso de três referentes: Exemplo: Professores, alunos e pais estavam na reunião. Estes mantiveram-se atentos; esses, em silêncio, enquanto aqueles explicavam o projeto a ser desenvolvido na escola. (“Estes” = pais ; “esse” = alunos ; “aqueles” = professores) • No caso de dois referentes: Exemplo: Professores e alunos precisavam entrar em um acordo. Estes queriam o adiamento das provas e aqueles permaneciam irredutíveis. (“Estes” = alunos ; “Aqueles” = professores) Vamos ao exercício! Preparei uma questão MODELO ENEM para vocês: Observe a charge a seguir: Em relação ao uso dos pronomes demonstrativos no contexto acima, pode-se afirmar que: a) o uso está incorreto, visto que há três referentes diferentes. b) O uso está correto, uma vez que os pronomes referem-se a um fato cotidiano na realidade do país. c) O uso está correto, já que os referentes estão próximos ao falante. d) o uso está incorreto. Nesse caso, deveríamos utilizar formas, como “essa é minha esposa” e “aqueles os meus filhos”. e) O uso está incorreto, pois não há nenhuma relação entre os referentes e seus respectivos pronomes. Operadores coesivos Atenção especial a dois pronomes relativos que costumam causar bastantes dúvidas na hora da redação: o “cujo” e o “onde”. CUJO Esse pronome relativo apresenta variações de gênero e de número. São corretas as seguintes formas: cujo, cujos, cuja, cujas. É importante entender que só devemos usá-lo quando houver valor de posse. Além disso, sua concordância deve ser realizada de acordo com a “coisa possuída” – o termo posterior: Observem: Essa é a moça cujos filhos estiveram aqui. (= os filhos da moça) Essa é a moça cujas cartas foram lidas. (= as cartas da moça) Esse é político cujo projeto foi aprovado. (= o projeto do político) SE LIGA! • Como esse pronome é variável, não se admite a posposição de artigos. Vejam: Essa é a mulher cuja a bolsa foi roubada. (ERRADO) Essa é a mulher cuja bolsa foi roubada. (CERTO) • Fiquem atentos à regência de alguns verbos. Em alguns casos, o pronome deve vir antecedido de preposição: Essa é a professora com cujas ideias concordo. (Concordo COM as ideias da professora) Essa é a professora de cujas ideias discordo. (Discordo DE+(AS) ideias da professora) ONDE Deve ser utilizado para fazer referência a lugar: Moro em Curitiba onde nasci. Essa é a cidade onde vivi por muitos anos. AONDE x DE ONDE (=DONDE) AONDE é empregado com verbos que exigem a preposição “A” e que dão ideia de movimento. “AONDE” nada mais é do que a combinação da preposição “a” com o pronome “onde”. Vejam a frase a seguir: Aonde você for eu vou. (Eu vou A algum lugar) Analisemos, agora, a tirinha: Reparem que, no primeiro quadrinho, há uma falha no uso do pronome “onde”. O correto seria: AONDE estamos indo? (“Estamos indo A algum lugar”) Já a forma DONDE é resultado da combinação da preposição “de” com o pronome “onde”. Observem: Notem que o “de” precedido do pronome está correto, visto que o verbo “vir” exige essa preposição. (A violência vem DE algum lugar) CUIDADO NA REDAÇÃO! “Onde” só pode se utilizado quando desempenhar função sintática de adjunto adverbial de lugar, caso contrário, deve ser substituído por “em que”, “no qual” e flexões: Vivemos em uma situação onde a falta de educação prevalece. (ERRADO) Vivemos em uma situação em que / na qual a falta de educação prevalece. (CERTO) O mais importante é que vocês dominem o uso desses operadores coesivos. Saber trabalhar com o “cujo” e o “onde” em uma redação é, sim, um diferencial. Deixo aqui um exercício inédito para que vocês testem os seus conhecimentos: EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Marque a opção em que o uso do pronome está correto: a) Esse é o aluno cujo comportamento me referi. b) Vivemos em uma realidade onde poucos se interessam por política. c) Conheci a funcionária cujo o filho desaparecera. d) O Brasil é um país cujo precisa de investimentos em educação. e) A cidade onde vivemos requer maiores cuidados. soumaisenem.br/redacao/coesao-e-coerencia/colocacao-pronominal Colégio Estadual David Mendes Pereira Professora: Carla Uadede Aluno:______________________________ Data:___________________ Série:_______ Turma:_____________________________ Os Vários Tipos De Coesão II COESÃO SEQUENCIAL A coesão sequencial se refere ao desenvolvimento textual propriamente dito por procedimentos de manutenção e progressão temática. Na prática, é aquela que se estabelece por meio de conectivos, cuja função é, basicamente, ligar as frases e estabelecer uma relação de sentido entre elas. Vejam a tirinha a seguir: (Quino) Há, acima, uma sequência textual. As frases transcritas a seguir estão articuladas por meio de conectivos que estabelecem diferentes relações de sentido: “Vou ao mercado e já volto.” (ADIÇÃO) “Não abra a porta para ninguém mesmo que a pessoa insista.” (CONCESSÃO) “E se for a felicidade?” (CONDIÇÃO) Assim, podemos dizer que a COESÃO SEQUENCIAL prevalece na tira da personagem Mafalda. SE LIGA! Cuidado com conectivos que podem apresentar diferentes sentidos de acordo com o contexto em que estejam inseridos. Observem os exemplos a seguir: I) Como combinamos, não haverá aula amanhã. (CONFORMIDADE) II) Os manifestantes correram como loucos após os primeiros disparos. (COMPARAÇÃO) III) Como houve muitas reclamações, o professor anulou a prova. (CAUSA) Notem que, apesar de o conectivo ser o mesmo nas três sentenças (“como”), as relações de sentido estabelecidas são completamente diferentes. Nunca deixem de levar o contexto em consideração! COESÃO RECORRENCIAL Esse tipo de coesão se caracteriza pela repetição de algum tipo de elemento anterior. Essa repetição não funciona como na coesão referencial, quando fazemos alusão a um mesmo referente, mas sim como uma “lembrança” de um mesmo padrão. Ela pode aparecer de várias formas: • Através da recorrência de termos: Exemplo: Marta falava, falava, falava... A recorrência nesse caso dá uma ideia de continuidade. Não é uma repetição vocabular vista como desnecessária, mas sim enfática. • Através de recursos fonológicos, ou sons, caso da rima: Exemplo: Ela estava calada, quieta, quietinha... A repetição “quieta”, “quietinha” intensifica a ideia. • Através de uma paráfrase, que se refere à recorrência de conteúdos semânticos. SE LIGA! A paráfrase é um tipo de intertextualidade. Podemos enquadrá-la nesse mecanismo coesivo, uma vez que liga ideias presentes em textos diferentes e mantém (repete) o sentido do original. Através de paralelismo, que se baseia na recorrência da mesma estrutura sintática: Exemplo: Lápis na mão, papel na mesa e ideias na mente sempre geram algum fruto. Reparem como há nas expressões “Lápis na mão”, “papel na mesa” e “ideias na mente” uma relação de equivalência. (a estrutura é semelhante) Como podemos ver, a COESÃO RECORRENCIAL trabalha, basicamente, com a reiteração das ideias. Uma informação colocada inicialmente é mantida através de determinada estrutura. Em alguns casos, repetir uma informação pode, sim, ser um recurso coesivo, uma vez que articula os conteúdos. Vimos aqui casos em que esse fenômeno ocorre. Entretanto, é preciso lembrar que os demais tipos de coesão (referencial, lexical, por elipse, sequencial), muitas vezes, são priorizados já que apresentam informações novas a um texto, sem, necessariamente, repeti-las. Tudo depende da intenção do discurso. O mais importante é que vocês saibam lidar com os diferentes mecanismos coesivos e busquem trabalhá-los da melhor maneira no momento de construir uma redação, por exemplo. DICA DE REDAÇÃO! É importante, sim, saber identificar os tipos de coesão, porém, saber utilizá-los em um texto é fundamental para a construção de uma boa redação. Quando escrevemos, temos de saber lidar com diversas ferramentas que permitam uma melhor conexão de nossas ideias, evitando, assim, problemas comuns, como, por exemplo, repetições vocabulares ou períodos muito extensos. Dominar os processos coesivos é dominar a construção textual! soumaisenem.br/redacao/coesao-e-coerencia/colocacao-pronominal Colégio Estadual David Mendes Pereira Professora: Carla Uadede Aluno:______________________________ Data:___________________ Série:_______ Turma:_____________________________ COESÃO LEXICAL III O nosso léxico é o nosso vocabulário. Logo, esse tipo de coesão envolve a substituição de um vocábulo por outro de mesmo significado – o chamado sinônimo – ou por palavras que estabeleçam entre si uma relação de sentido – hiperônimos e hipônimos. SE LIGA! Hiperônimos e Hipônimos são vocábulos que pertencem a um mesmo campo semântico, ou seja, campo de sentido. O hiperônimo é o termo mais abrangente e o hipônimo, o mais específico. Observem o esquema a seguir: Notem que as palavras “bebida”, “refrigerante” e “Coca-cola” estabelecem entre si uma relação de sentido, porém há uma espécie de uma escala de significação entre elas. “Bebida” é um HIPERÔNIMO de “refrigerante”, que por sua vez funciona como HIPÔNIMO nesse caso. Já em relação à “Coca-cola”, “refrigerante” é um HIPERÔNIMO e “Coca-cola” torna-se o HIPÔNIMO da vez. Vejam, agora, como a COESÃO LEXICAL pode ajudar na construção da redação! “Prestes a sediar importantes eventos internacionais, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o Brasil ainda não tem um projeto de lei que defina o combate ao terrorismo. Especialistas ouvidos sobre a questão, que pedem para não ser identificados, alertam que o Brasil, muito embora mantenha neutralidade em conflitos internacionais sobretudo no Oriente Médio, nem por isso pode se considerar imune a atentados terroristas. (...)” Percebam que houve uma repetição desnecessária do substantivo próprio “Brasil”. No segundo período, poderíamos, tranquilamente, substituí-lo pela palavra “país” (hiperônimo). Dessa forma, teríamos um texto mais coeso, sem repetições vocabulares. A esse tipo de coesão, damos o nome de LEXICAL. Analisem outro exemplo em que a COESÃO LEXICAL favorece a construção textual: A sociedade precisa demonstrar mais insatisfação quando o assunto envolve desvios de verbas públicas. Manter-se em uma posição inoperante desfavorece uma possibilidade de mudanças. Denúncias devem ser feitas por parte da população para que esse cenário possa, um dia, ser alterado. Vejam, agora, que o vocábulo “sociedade” foi retomado e substituído por “população” no último período. Essas palavras podem ser classificadas, no contexto acima, como sinônimos, pois têm um mesmo sentido. Mais uma vez, temos a COESÃO LEXICAL atuando para uma melhor construção textual. COESÃO POR ELISPE Elipse é a omissão de um termo subentendido em um texto. Logo, a COESÃO POR ELISPE é aquela que permite uma conexão de ideias sem a necessidade de repetir uma palavra ou uma expressão, uma vez subentendidas. Leiam o fragmento a seguir, transcrito do site www1.folha.uol.br : “Setores de Inteligência e Segurança do governo e das Forças Armadas manifestam preocupação com a falta de tempo para a elaboração da legislação. Há hoje seis projetos tratando do tema em análise na Câmara dos Deputados. O mais antigo é de 1991, e o mais recente foi apresentado em 2012.” Percebam que, no último período, a palavra “projeto” está subentendida. A repetição seria totalmente desnecessária nesse caso. Dessa forma, temos uma COESÃO POR ELIPSE. CAIU NO ENEM (ENEM 2009) Manuel Bandeira Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado abandonar os estudos de arquitetura por causa da tuberculose. Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre sua obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque de morbidez, até no erotismo. Tradutor de autores como Marcel Proust e William Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia do paraíso cotidiano mal idealizado por nós, brasileiros, órfãos de um país imaginário, nossa Cocanha perdida, Pasárgada. Descrever seu retrato em palavras é uma tarefa impossível, depois que ele mesmo já o fez tão bem em versos. Revista Língua Portuguesa, n° 40, fev. 20 A coesão do texto é construída principalmente a partir do (a) a) repetição de palavras e expressões que entrelaçam as informações apresentadas no texto. b) substituição de palavras por sinônimos como “lúgubre” e “morbidez”, “melancolia” e “nostalgia”. c) emprego de pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos: “sua”, “seu”, “esse”, “nosso”, “ele”. d) emprego de diversas conjunções subordinativas que articulam as orações e períodos que compõem o texto. e) emprego de expressões que indicam sequência, progressividade, como “iminência”, “sempre”, “depois”. COESÃO REFERENCIAL. Para começar nossos estudos, vamos à tirinha da famosa personagem Mafalda: (Quino) Vejam que os pronomes “ISSO” e “ISTO” funcionam como elementos coesivos, uma vez que conectam informações presentes na tira. Percebam que tais termos aparecem em situações diversas de fala e têm propósitos diferentes. COESÃO REFERENCIAL Esse tipo de coesão ocorre quando determinado elemento textual se remete a outro, substituindo-o. A referência, inicialmente, pode ser em relação a um dado Externo ou interno ao texto. Dessa forma, temos: • Coesão por Referência Exofórica: é aquela que se refere a um elemento fora do texto. Exemplo: “A gente era pequena naquele tempo. E aquele era um tempo em que ainda se apregoava nas ruas. Não em todas as ruas, mas naquela onde vivíamos. Naquela rua, que tinha por nome a data de um santo, o tempo passava mais lentamente do que no resto da cidade de Porto Alegre.” Notem que as expressões em destaque se referem a informações externas ao texto. • Coesão por Referência Endofórica: é aquela que faz referência a algo dentro do texto. SE LIGA! A referência endofórica pode ser feita a algo mencionado anteriormente no texto – anáfora – ou a algo mencionado posteriormente – catáfora. Analisemos os exemplos a seguir: 1) Não consegui passar o recado para seu pai, pois, quando eu voltei, ele já havia ido embora. (“ele” -> termo anafórico) 2) Lá estava ela, ali parada, minha amiga! (“ela” -> termo catafórico) Notem que, no primeiro exemplo, o pronome “ELE” desempenha função anafórica uma vez que RETOMA a expressão “seu pai”. Já no segundo, vemos o pronome “ELA” exercendo função catafórica, já que se refere a um termo posteriormente expresso – “minha amiga”. DICA DE REDAÇÃO! Saibam utilizar corretamente os pronomes demonstrativos na redação: Lembrem-se: ISTO, ESTA, ESTE (e demais contrações) -> CATAFÓRICOS ISSO, ESSA, ESSE (e demais contrações) -> ANAFÓRICOS Observem: I) No Brasil, o problema é este: a violência. II) A violência cresce a cada dia no Brasil. Esse problema deve ser combatido por meio de medidas mais eficazes. Notem como, na frase I, o referente “violência” está localizado posteriormente, logo o pronome “este” desempenha função catafórica; já na frase II, a referência foi feita anteriormente, portanto o pronome “esse” possui função anafórica. Para finalizar nossa aula de hoje, deixo aqui mais alguns exemplos de termos que exercem coesão referencial, evitando, assim, indesejáveis repetições vocabulares: O trabalho que eu fiz mereceu destaque. (pronome relativo, retomando o termo “trabalho” e ligando as orações) Tenho dois objetivos: o primeiro é passar no vestibular; o segundo, arrumar um bom emprego.(numerais que substituem os respectivos “objetivos”) Moramos no Brasil. Aqui, as leis não são respeitadas como deveriam. (advérbio retomando o substantivo próprio “Brasil”) Colégio Estadual David Mendes Pereira Professora: Carla Uadede Aluno:______________________________ Data:___________________ Série:_______ Turma:_____________________________ Colocação Pronominal - IV Os chamados pronomes oblíquos átonos (me, te, se nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes) podem ocupar três posições em relação a um verbo: PRÓCLISE (antes do verbo) MESÓCLISE (no meio do verbo) ÊNCLISE (depois do verbo) Observem a tirinha a seguir: QUINO, Toda Mafalda. SP: Martins Fontes, 2000. No primeiro quadrinho, vemos as frases: “Minha mãe me mima” e “Minha mãe me ama”. Como podemos notar, o pronome oblíquo “ME” está posicionado antes dos verbos “mimar” e “amar”. A essa posição do pronome, denominamos próclise. No caso acima, não há, nas frases, nenhum termo que obrigue a próclise, apenas houve uma preferência por tal uso. Isso significa que, se utilizássemos a ênclise (“Minha mãe mima-me” e “Minha mãe ama-me”), não haveria problema algum. No entanto, nem sempre é assim. Vejam o caso a seguir: Na frase: “Isso não me cheira bem...”, o pronome oblíquo átono “me” tem de ficar obrigatoriamente antes do verbo, respeitando uma regra de próclise. Isso acontece devido à presença da palavra negativa “não”. Vamos entender melhor essas regras? CASOS DE PRÓCLISE • Palavras com sentido de negação Eu não lhe informei a data correta do evento. • Advérbios É perceptível que hoje se discute mais sobre política no país. • Pronomes: a) Relativos Reconheci a professora que me deu aula na faculdade. b) Demonstrativos Isso te interessa. c) Indefinidos Ninguém nos chamou para a festa. • Conjunções Quando se pensa em educação, poucos investimentos são reconhecidos. Ele disse que me amava. • Expressão “EM + verbo no gerúndio”: Em se tratando de saúde pública, o Estado mostra-se ausente. • Frases: a) Interrogativas Ela te contou a verdade? b) Exclamativas Ele me falou tudo! c) Optativas (frases que expressam desejo) Deus te proteja. CASOS DE MESÓCLISE A mesóclise, apesar de ser considerada por alguns como um arcaísmo linguístico, justifica-se quando o verbo estiver conjugado no futuro do presente ou no futuro do pretérito: Falar-te-ei a verdade. Ele contar-me-ia tudo se você permitisse. CASOS DE ÊNCLISE • Início de frase Conte-me tudo. • Após uma pausa Por favor, retirem-se. • Infinitivo A minha vida é amar-te. SE LIGA! A próclise prevalece se houver um fator atrativo: Eu não encontrá-lo-ei. (INCORRETO) Eu não o encontrarei. (CORRETO) Notem que, apesar de o verbo estar conjugado no futuro do presente (caso de mesóclise), o advérbio de negação “não” atrai o pronome para antes do verbo. A próclise deve ser respeitada prioritariamente. QUESTÃO MODELO ENEM O uso do pronome oblíquo na frase “Me recuso a comer comida anônima”: a) está de acordo com a norma culta. b) marca uma informalidade na linguagem, visto que não se deve iniciar uma frase com um pronome oblíquo átono. c) está correto, visto que a próclise deve ser priorizada nesse caso. d) está incorreto, pois nunca devemos usar um pronome oblíquo átono antes de um verbo conjugado no presente. e) está correto e demonstra a formalidade do discurso.
Posted on: Thu, 26 Sep 2013 19:17:49 +0000

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