Crónicas de todo o ano Onde está a felicidade? Sim, por onde - TopicsExpress



          

Crónicas de todo o ano Onde está a felicidade? Sim, por onde anda essa senhora que tantos de nós nem sequer vislumbram, mas que desejam tanto? Nem se sabe até se haverá alguém que se possa dizer completamente feliz. É sempre a pergunta sentimental que é feita a uma recém- casada: És feliz? Já ao homem a pergunta é outra, mesmo àqueles que nos parecem bem instalados na vida, dão quase sempre a mesma resposta: Se você soubesse da minha vida não me fazia essa pergunta. E assim ficamos a saber que ninguém está feliz com aquilo que tem, mas a felicidade existe, nós é que a escondemos ou simplesmente, não a enxergamos ou cultivamos. Conta a lenda que existia um rei cujo filho andava sempre cinzento, tinha tudo mas era infeliz. Então mandou mensageiros por todo o reino à procura da camisa de um homem feliz para depois lha vestir, foi esta a sentença de uma velha bruxa célebre naquele reino. Os mensageiros partiram mas logo voltaram desiludidos, nenhum deles encontrou o homem que se pudesse considerar feliz. Mas faltava ainda um que tardava muito em reaparecer, chegou dias depois, ele tinha encontrado o tal homem feliz, parecia vir muito contagiado até por isso. Convocaram-se as cortes e o homem apareceu para entregar a camisa mas, perante a desilusão geral, ele não a trouxe. A cólera do rei caiu sobre o súbdito quando lhe perguntou irritado pela camisa: Vossa majestade vai-me desculpar, mas ele era tão pobre que nunca teve uma camisa em toda a sua vida, nem sabia o que isso era. Se vossa majestade visse… Levou dois dias à gargalhada quando lhe perguntei se queria vender a camisa Aquele homem era feliz porque era pobre, não tinha sequer ambições e matava-se a tirar da terra tudo aquilo com que se alimentava. Foi a desolação completa para o rei mas, para os sábios do reino não, foi uma lição de sabedoria que jamais tinham ouvido, concluíram que quanto menos ambicioso se é, mais felizes nós nos sentiremos, lição que nunca mais esqueceram. Pode parecer uma treta mas não é. A felicidade está sempre dentro de nós, ela manifesta-se por vezes em pequenos eventos da nossa vida. Nós só poderemos ser felizes quando, num episódio difuso da vida, fizermos outros felizes também, é aí que nós encontraremos a verdadeira felicidade, uma verdadeira alegria que roça a ventura que promovemos. Havemos depois de reparar que a gratidão do outro nos enche o nosso coração também, ficamos então confusos, aquele agradecer dá-nos uma felicidade igual, envergonhamo-nos porque o nosso coração fica surpreendido, tomado de surpresa. E vem, por fim, a nossa gratidão, o mesmo sentimento que o outro sente, também nós o sentimos. Esta é a compensação por aquilo que fizemos. Mas não fica por aqui, depois, quer queiramos ou não, num dia remoto, alguém nos há de valer de igual modo, tudo se processa do assim, nós é que já não o atribuímos a isso, o ser humano é esquecido e explica a si mesmo ou aos amigos que foi um dia de sorte, nada mais, o diabo nem sempre está atrás da porta. É assim que nos iludimos, recusando reconhecer uma lei natural que todos os dias acontece a alguém mas que não é reconhecida como a grande lei universal da compensação. Mas, atenção, ela não é para brincar tem dois movimentos longitudinais distintos, exalta o bem e devolve drasticamente o ma ampliado àquilo que tenhamos provocado. Devemos, contudo, assegurar um estado natural, para possamos gostar de nós mesmos, e ter paz interior, sermos honestos em todos os nossos atos, sem este estado nunca poderemos ser felizes nem tão pouco dar felicidade a alguém. Luís de Araújo [email protected]
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 13:48:59 +0000

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