Deus existe? A maioria das pessoas acredita que sim, mas dentro - TopicsExpress



          

Deus existe? A maioria das pessoas acredita que sim, mas dentro dessa maioria há grupos que pouco se importam com os fundamentos bíblicos do cristianismo e outros que se importam tanto com os dogmas que se esquecem de ser cristãos; há aqueles que invocam Jeová para praticar atrocidades e aqueles que invocam a Deus para que os defenda de tamanhas atrocidades. Por tudo isso, não é de espantar o crescimento do grupo dos que declaram não ser adeptos de nenhuma religião (de 3% em 1990 saltaram para 7% em 2007 - Pesquisa Datafolha, abril de 2007). Pelo menos é o que se responde na hora fria da entrevista do pesquisador do IBGE; em horas menos incertas, não se sabe qual seria a resposta. Discute-se hoje o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Há 200 anos, bem poucos negariam a criação de Adão e Eva, o dilúvio, a travessia do Mar Vermelho, a batalha de Davi e Golias, a ressurreição de Cristo, o apocalipse, o fim e o recomeço, o Alfa e o Ômega. Entretanto, como percebe o sociólogo Fredric Jameson, as histórias da Bíblia, nos dias de hoje, não são mais tomadas literalmente, mas figurativa e alegoricamente, e assim são "destituídas de seu conteúdo exótico ou arcaico, cuja linguagem e figuração essencialmente abstratas (ansiedade, culpa, redenção) podem agora... ser oferecidas ao público diferenciado de habitantes das cidades do Ocidente para serem recodificadas em termos de suas próprias situações privadas" (Pós-modernismo, 1997, p. 387). Há também pessoas que acham que Deus é um ser conveniente demais para ser de verdade e que, com tantos motivos para inventá-Lo, Ele não passaria de uma invenção humana. Porém, não será a crença na não-existência de um plano de salvação da humanidade que parece conveniente? Explico por quê. Sem a possibilidade de ser julgado por seus atos e por sua fé, muitos adorariam fazer o que bem entendem da vida (e já não o fazem?) sem ter que dar explicações a nenhum ser sobrenatural e estraga-prazeres. Parafraseando Luc Ferry, seria o caso apenas de tomar o que esse mundo individualista oferece de melhor e começar a corrigi-lo com umas boas doses de humanismo. Nenhum céu a perder, nenhuma eternidade a ganhar. Para estes, o sentido da vida é que a vida não teria sentido. Muito conveniente, não?
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 03:31:49 +0000

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