E Assim Surgiu laguna - TopicsExpress



          

E Assim Surgiu laguna O Bandeirante Vicentista DOMINGOS DE BRITO PEIXOTO Natural da Capitania de São Vicente. Filho homônimo do pai Domingos de Brito Peixoto, esse natural do Minho – Portugal, e de d. Sebastiana da Silva, natural de Santos. Casou com d. Ana Guerra do Prado, com quem teve Francisco de Brito Peixoto, seu primogênito; Sebastião de Brito Guerra e Maria de Brito e Silva, que casou com o Capitão-Mor Diogo Pinto do Rego, governador de São Vicente e São Paulo. Na região ao sul, Laguna era o último ponto das terras portuguesas, determinado pelo Meridiano de Tordesilhas. Era habitada pelos índios “patos”, denominação dada aos índios “carijós”, tribo que povoava o litoral, às margens dos rios e lagoas piscosas. Área de uma riqueza impar, solo propício à agricultura, a abundância da caça e da pesca, era defendida valentemente pelos bravos e temíveis índios, mas, de contato fácil, o que os tornavam procurados pelos escravagistas. Dizer da data exata da chegada das primeiras expedições seria divagar por uma série interminável de cogitações, baseadas nas mais diversas notas da história da navegação. O fato é que já no princípio dos anos de 1500, expedições, que por aqui passadas, denominaram a “região dos patos” e a denominação “Laguna” é encontrada nos registros da expedição da frota de D. Pedro de Mendoza, em 1534, veio parar na “laguna de los patos”. (notas de José Boiteux). Um complexo lagunar abundante de pescado, fáceis de pegar, onde se abasteciam os negociantes, salgando e secando, para suprir os centros de maior procura. Área para a reunião do gado trazido dos “campos de vacaria” ou “sertões de Coritiba”, na época região que ia da hoje Curitiba, Lages até o Rio Grande. Um porto calmo com uma barra segura, protegida por morros nos dois lados, o último com estas características, ao sul. Fontes de água potável, tudo isto fez da “Laguna de los patos”, um ponto de grande importância e interesse na sua ocupação. Não havendo nela, qualquer estabelecimento com moradores permanentes que garantissem a posse, o Rei, em Carta Régia, convida o Capitão Domingos de Brito Peixoto, homem experimentado em trabalho de descobertas, a explorar os sertões do sul da Capitania. Organizou uma embarcação tripulada com índios, escravos, homens brancos e armas, partiu do porto de Santos, mas, atingido por fortes ventos, foi jogado para o norte e perdeu o navio com quase toda a sua gente. Não desanimado, tomado pelo sentimento da ocupação da terra, às suas custas, Domingos de Brito Peixoto, organiza uma segunda expedição, por terra e por mar, levando seus filhos Francisco de Brito Peixoto e Sebastião de Brito Guerra, mais de 10 homens brancos, 50 escravos, armas, munições, mantimentos e ferramentas. Levaram quatro meses por terra, até o destino, onde já estava o navio; concretizava-se a ocupação da terra, era fundada a póvoa que Domingos de Brito Peixoto dedica ao seu santo de devoção. Poderia não ter feito mais nada em sua vida, mesmo assim, ainda o consideraríamos o homem mais importante para a Laguna, ele nos trouxe “Santo Antônio dos Anjos”. Se, o ano já é uma polêmica, mês e dia então nem se discute, são desconhecidos, porém, a única pista seria chegarmos a uma explicação do porque “Santo Antônio dos Anjos”, único lugar no mundo que o Santo Antônio de Pádua ou de Lisboa (nasceu em Portugal e morreu na Itália, cada um puxa a brasa para sua sardinha), tem um nome diferente. Chegando na Laguna no dia 02 de outubro, dia “dos Anjos”(Anjos Gabriel, Rafael e Miguel), Domingos de Brito Peixoto inteligentemente, não fugiu à tradição de oferecer a fundação ao santo do dia, só acrescentou antes o nome do santo de sua devoção (ouvi esta hipótese, pessoalmente do grande historiador Dr. Oswaldo Rodrigues Cabral). Fato é que veio com ele a primeira imagem de Santo Antônio, sendo colocada na capela de pau-a-pique, para devoção, devoção esta que chegou ao grau de intimidade entre o lagunense e o santo, como se tem para com um pai, um irmão ou para com um grande e melhor amigo. Santo Antônio dos Anjos é carinhosamente, o “Toninho”. O intrépido vicentista, não se conteve em estar fixado neste último ponto do território luso, coube-lhe a vontade de expandir o território, para isso, saiu em expedição aos campos de vacaria, quando de um assalto indígena, morre seu filho mais moço Sebastião de Brito Guerra, juntamente com vários escravos e homens de armas. Depois da fundação, a permanência de Domingos de Brito Peixoto, na Laguna, é muito questionada; teria ele voltado para Santos e recebido atribuições de novas missões e voltado para Laguna e daqui para terras do sul, já que não havia demarcação exata da linha de Tordesilhas. Não poderia ser de outra forma, se os dados de sua vida foram controversos, os de sua morte também são questionáveis. Domingos de Brito Peixoto teria morrido na primeira década do século XVIII, de morte natural, com aproximadamente oitenta anos. Porém não se chega a uma definição do local, Laguna, São Vicente ou Santos. Ficou na Laguna o filho Francisco de Brito Peixoto, que continuaria a povoação, dedicando-lhe suas posses e até sua vida. Em honra a seu pai, constrói uma Igreja Matriz para a freguesia em 1696, mas, para o provimento do vigário, conta-nos o Visconde de São Leopoldo – “Com os sentimentos religiosos de que era dotado, foram seus primeiros cuidados erigir templo a Deus com a invocação de Santo Antônio dos Anjos, no sítio em que hoje vemos colocada a Vila, por muitos anos correu por sua conta, o dízimo do pároco e manutenção dos moradores, que ia atraindo, até arranjarem-se com próprias lavouras”. Em 1721, Francisco de Brito Peixoto recebia a nomeação para o posto de Capitão-Mor da vila da Laguna, com jurisdição sobre a povoação do Desterro e os campos do sul. Era o prêmio ao velho vicentista, que, a suas custas, financiara as expedições que levaram para o oeste o meridiano de Tordesilhas, que exploraram e conquistaram as terras do Rio Grande de São Pedro para a coroa portuguesa. Foram várias as incursões aos campos do Rio Grande, Francisco de Brito Peixoto viu os prejuízos destruírem sua fortuna, embora velho, desta vez, quis ele mesmo estar à frente de sua gente, tentar o reconhecimento de seus serviços e ser ressarcido de alguma forma, pela coroa. Em 1725, no dia da festa do Rosário dos Pretos, coincidia com a eleição dos vereadores, chegaram os moradores da vila e estavam reunidos na Casa do Conselho, quando resolveram impedir que Francisco de Brito Peixoto, chefiasse a expedição, com a alegação de que ficariam sem governo. Nada o removia do intuito. Então todos os moradores da vila, levaram-lhe a última imposição: “se ele teimasse em partir, prenderiam a ferros, se necessário fosse, para que não seguisse”, o velho capitão convencido, ficou. A expedição foi comandada por seu genro João de Magalhães e chegou até onde é hoje a cidade de São José do Norte. De Francisco de Brito Peixoto, não se tem registro de que tenha se casado, deixou, porém, grande descendência, ligados todos à Vila da Laguna. Ana Guerra, casada com Sebastião Pacheco; Catarina, casada com José Pinto Bandeira, Oficial da Câmara da Laguna, pais de José e Francisco Pinto Bandeira, avós de Rafael Pinto Bandeira. Maria, casada com Agostinho Guterrez, vereador em Laguna em 1723. Ana Brito, casada com João de Magalhães, foi vereador na Laguna, substituiu o sogro no comando da expedição ao Rio Grande; foi homenageado com o nome ligado ao bairro do Magalhães. Sebastião Francisco Peixoto, Francisco de Brito, Vitor de Brito e Domingos Leite Peixoto, descendentes de Francisco de Brito Peixoto, dos quais pouco se sabe. A avenida denominada Brito Peixoto é a mínima homenagem que se presta, à família mais importante da Laguna, para a qual o Brasil muito deve. No escudo das armas da Laguna, no segundo terço, estão a “Torre” dos Brito, fundadores do núcleo lagunense, Domingos de Brito Peixoto e seus filhos Francisco de Brito Peixoto e Sebastião de Brito Guerra; A “Cruz” florenciana dos Magalhães, genro do fundador e chefe da expedição para exploração das terras do Rio Grande; e a “Bandeira” dos Bandeiras, lembrando a atuação de Rafael Pinto Bandeira, para a incorporação do Rio Grande ao Brasil. E é deles a expressão no listel: “AO SUL LEVEI O BRASIL” Marega BIBLIOGRAFIA:_______________________________________________ Publicação Comemorativa do Centenário da Comarca – Ruben Ulysséa Santo Antônio dos Anjos da Laguna Dr. Oswaldo Rodrigues Cabral Registro das Historias Orais da Laguna Antônio Carlos Marega
Posted on: Tue, 30 Jul 2013 19:47:48 +0000

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