Eu falo a espíritos através de egos... - TopicsExpress



          

Eu falo a espíritos através de egos... meeu.br/ceu/eu-falo-a-espiritos-atraves-de-egos/ Como falei anteriormente, estou de meio que de molho. Não posso digitar os textos do EEU não por falta de equipamento, pois meu filho disponibilizou o computador dele, mas porque todo o original que preciso está parado dentro do HD da minha máquina. Mas, posso aproveitar este tempo e escrever sobre algumas coisinhas que vem me passando pela mente a algum tempo e que ainda não tinha escrito ou falado sobre elas por falta de oportunidade... Então, vamos lá... Antes de qualquer coisa, vou deixar claro: não estou falando o certo, não estou dizendo que sei tudo nem estou dizendo que quem age dentro da forma que vou estabelecer abaixo é errado ou que tem que se mudar. Estou apenas colocando no papel uma reflexão que tenho feito ultimamente. Reconheço que é apenas a minha opinião e que os seres humanos que agem da forma que descreverei abaixo não o fazem por maldade, estão errados ou podem fazer diferente, pois cada um é e tem que ser do jeito que é para servir de prova a um espírito... Escrevo e ouço os ensinamentos do EEU diuturnamente há oito anos. Diariamente a minha rotina consiste em ouvir os arquivos de som das palestras, transcrevê-los para texto e depois colocá-los de forma compreensível para quem vai lê-lo, já que há falas que se mantidas em bruto não teriam sentido... Nestes oito anos o ensinamento e a compreensão sobre o mesmo passaram por diversas fases. Desde o estudo do Evangelho de Tomé até as últimas palestras no Chat do EEU o tema abordado sempre foi o mesmo, mas o discurso e a compreensão sobre o que foi dito se alteraram significativamente. É sobre isso que quero falar hoje aproveitando o meu “molho”... Desde o início o ensinamento de Joaquim dividiu-se em três partes: o estudo de algum texto dito sagrado (ensinamento de um mestre), a aplicação prática deste e uma forma de agir onde aquele ensinamento fosse colocado em prática. Todos os textos do EEU, mesmo aqueles que não se originaram diretamente de um estudo de texto sagrado, tiveram estes elementos, pois por várias vezes Joaquim faz citações de textos de mestres em cada um deles. Com isso, durante muito tempo a minha compreensão foi a seguinte: estamos aprendendo em profundidade como aplicar os ensinamentos dos mestres. Acontece que com a evolução do estudo do ego uma coisa ele deixou bem clara: o ser humano não pode fazer nada... Ora, se eu, o ser humano, nada posso fazer, então para que ele fica falando que tenho que despossuir, que devo não criticar ou julgar semelhantes? Por que Joaquim insiste a tantos anos em ações humanas se nada posso fazer? Foi uma época difícil de passar e que causou estragos na mente de muitos amigos. Muitas pessoas ficaram sem entender isso e acabaram não mais estando conosco fisicamente. Mas, apesar de assaltado pela mesma idéia, eu não podia sair, pois senão não existiria Joaquim e os ensinamentos teriam acabado em uma porta fechada... Os estudos continuaram e este ano Joaquim falou o que para mim explicou tudo: “eu falo a espíritos através de egos”... Esta frase tão curta trouxe, enfim, o significado de tudo o que estava sendo realizado nestes anos todos. Quem fala, diz alguma coisa para alguém com algum propósito. Sendo assim, ficou bem claro que um espírito amigo estava falando através de um ego (Joaquim) para outro espírito, que ouvia o que era dito também através de um ego, ou seja, dois espíritos estavam conversando através dos egos Joaquim e Firmino... A partir daí faltava apenas entender a motivação do que era dito... Ora, se o ser humano não pode mudar-se e se o espírito não pratica os atos materiais que Joaquim cita durante as suas palestras, isso quer dizer que ele nunca falou com a intenção de que alguém praticasse o que ele ensinava... Então, qual a intenção dele? Dando tratos à bola (na visão humana que acha que nós raciocinamos) cheguei a seguinte conclusão: ele quer alertar o espírito de alguma coisa... Esta é a intenção de Joaquim ao estudar a prática dos ensinamentos dos mestres no dia-a-dia do ser humano: alertar o espírito de alguma coisa referente à ação humana. Daí a frase: eu falo a espíritos através de egos... A partir daí continuei desenvolvendo o raciocínio. O que ele quer alertar? O que Joaquim quer mostrar ao espírito com relação ao ser humano? Esta resposta foi fácil, pois muitas vezes ele falou disso e nós não conseguimos captar a mensagem, pois estávamos preocupados em nos defender ou em entender o que ele dizia: a diferença entre o discurso e as crenças e a prática nos acontecimentos da vida... O Espírito da Verdade afirma que a mãe de todos os males é o egoísmo. Isso, para mim e para o EEU, quer dizer que o egoísmo está presente em todas as motivações com as quais o ser humano vivencia os acontecimentos. Ser egoísta é querer para si mesmo. O ser humano vivencia todos os acontecimentos da sua existência querendo “ganhar” individualmente alguma coisa naquele momento. É como dizia o Gerson (jogador de futebol) numa propaganda do Rio de Janeiro nos anos setenta: “temos que levar vantagem em tudo, certo?” Assim é o ser humano, mesmo que ele seja religioso, mesmo que ele diga que está vivendo para alcançar a elevação espiritual. Apesar do ensinamento de Cristo e Paulo falando do serviço ao próximo, o ser humano está sempre preocupado em ganhar alguma coisa – nem que seja um muito obrigado – ao servir o outro. Isto é desta forma e não vai mudar. Tal motivação está intrínseca na mente humana e fomenta todos os pensamentos, mesmo que o ser humano em questão se dê conta disso. Por isso, há algum tempo, Joaquim o chamou de “conceito raiz”... O espírito que vive ligado a um ego “percebe” apenas o que a mente humana diz. Ou seja, ele pensa o que o ser humano pensa das coisas... Por isso ele também não percebe a ação subterrânea do egoísmo criando pensamentos que dão valores às coisas do mundo. Por isso surge para o espírito e ele acha certo o pensamento: “nem um muito obrigado”... É só depois dessa percepção que o espírito utiliza, então, o seu livre arbítrio. Ou seja, depois que a idéia humana lhe chega à mente, o ser universal reagirá a ela optando em permanecer ligado ao que lhe veio à mente e com isso vibrando na sensação que acompanha o pensamento ou libertando-se dela e vibrando o amor universal. Claro que isso é apenas uma forma figurada para que possamos entender, mas descreve perfeitamente dentro dos ensinamentos dos mestres a ação do livre arbítrio do espírito. Descreve, ainda, o trabalho da reforma íntima necessária para se alcançar a elevação espiritual. Por isso foi assim que o EEU descreveu a atividade do espírito. O egoísmo, que está presente nos pensamentos e sensações que chegam à mente primária do espírito, é contrário às leis universais que falam do nós, da convivência entre todos como um serviço ao Universo como um todo. Por isso, o espírito precisa desligar-se destas idéias, ou seja, não entendê-las como certas, como verdades... Mas, como o espírito pode fazer isso se o que “chega” à sua mente primária é aquilo que a mente secundária (a humana) pensa das coisas? Como ele pode entender que deve desligar-se das idéias geradas pela personalidade humana se as verdades que ele vivencia são geradas por esta personalidade transitória? Levando-se à personalidade humana a Realidade, ou seja, mostrando a ela a presença do egoísmo... Aí está a motivação de Joaquim – e, por conseguinte, do EEU – durante os seus estudos: utilizar a mente humana para mostrar ao espírito como o discurso é diferente da prática, pois a prática está fundamentada pelo egoísmo, pela vontade de levar vantagem em tudo... Sempre foi essa a motivação de todo trabalho. Joaquim nunca esperou que eu, você ou qualquer ser humano, por exemplo parasse de criticar. Da mesma forma, como consciente da Realidade do ser universal, Joaquim sabia que o espírito não podia parar de julgar intervindo no mundo de idéias da personalidade humana. O que ele sempre buscou foi promover através do mundo da razão humana a compreensão da existência do egoísmo para que o espírito pudesse, então, não querer mais vibrar dentro do padrão sentimental proposto pela personalidade humana. O que ele quis, em outras palavras e usando algo que sempre disse, foi mostrar a hipocrisia humana... Para isso mostrou que mesmo os ditos religiosos, ou seja, os seres humanos que afirmam buscar a Deus, utilizam os ensinamentos na hora que querem, no momento que aquilo lhes traz alguma vantagem.. Estudando os ensinamentos dos mestres, Joaquim criou para o espírito um padrão universalista; estudando as reações fundamentadas no egoísmo, como, por exemplo, aqueles que deixam a mão direita ver o que a esquerda está fazendo, o amigo espiritual através do ego Joaquim mostrou ao espírito que este padrão não deve ser. Agora ficou bem claro para mim o que pretende o EEU. Não se trata de propor mudanças, seja neste ou em outros planos de existência, mas desvendar o interior de cada personalidade humana expondo o cancro do egoísmo, não como crítica ou acusação a ninguém, mas apenas para que o espírito possa, então, conhecer a motivação das ações e sensações da personalidade humana a que está ligado. É a partir disso que vou aproveitar o meu “molho”... Já que não posso digitar os textos dos estudos, pretendo aproveitar estes dias e, paulatinamente, ir escrevendo sobre o dia-a-dia de um ser humano e a sua motivação comparando-a com os ensinamentos do EEU e de todos os mestres. Aliás, como Joaquim faz sempre, não? O que acham da idéia? O fio da meada meeu.br/ceu/o-fio-da-meada/ Antes de falarmos do dia-a-dia da vida dos seres humanos, preciso falar ainda de uma série de características que influenciam a formação das idéias humanas. Estas características foram ensinadas pelo EEU sob o título “As Quatro Âncoras”. “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, quer dizer sem ciência. Deu a cada um determinada missão com o fim de esclarecê-los e fazê-los alcançar, progressivamente, a perfeição para o conhecimento da verdade e para aproximá-los Dele” (O Livro dos Espíritos – pergunta 115). A encarnação é uma missão que Deus dá aos espíritos para esclarecê-los e fazê-los aproximar-se Dele. Podemos comparar o espírito no Universo como um filho que mora com os pais, mas que não se coaduna com a família que vive. É o filho que coabita o mesmo teto dos seus pais, mas não participa dos ideais familiares, achando que seus pais são caretas, que não sabem de nada... O que faz com que o espírito não vivencie o mesmo que seus pais eu já falei: o egoísmo. No Universo o que predomina é o universalismo, ou seja, a perfeita comunhão entre todos. No entanto, alguns espíritos vivem o egoísmo, ou seja, estão mais preocupados consigo mesmo do que com a comunidade que vivem. Joaquim ao falar da mente humana comparou-a a uma árvore, ou seja, disse que os desejos individualistas expressos pelos pensamentos (eu quero), marcas maior do egoísmo, são frutos da ação de outro elemento: as paixões. Paixão é aquilo pelo qual o ser humano é apaixonado, ou seja, gosta, diz que é seu ou afirma saber. Estes elementos formam a árvore constitutiva dos pensamentos. Claro que eles são alimentados pelo egoísmo, mas, entre este sentimento e as paixões, o EEU ensina que existem elos de ligação que se traduzem em características implícitas em todos os pensamentos. Essas características foram chamadas de “As Quatro Âncoras”. Elas foram chamadas assim porque, como âncoras, aprisionam o pensamento ao egoísmo. Por causa da presença destas características, jamais o egoísmo estará ausente dos pensamentos humanos, mesmo que de forma não aparente. Além disso, o nome se deve porque, assim como âncora é formada de dois garfos, as características do pensamento existem em pares. Vamos a elas... Vontade de ganhar meeu.br/ceu/vontade-de-ganhar/ A primeira característica implícita em todos os pensamentos é a vontade de ganhar sempre. Todo pensamento humano, mesmo que aparentemente não demonstre, traz embutido em si um desejo de ganhar, de levar vantagem sobre os outros. Sei que muitos afirmam que não possuem esta característica em seus pensamentos, mas ela está sempre presente. Ela, assim como as demais, são como raízes que arrancam do solo (egoísmo) os nutrientes que manterão viva a árvore da razão humana. Se elas pudessem ser extirpadas, o pensamento com certeza não seria o mesmo. Digo se pudessem, porque não podem. Se a encarnação tem como objetivo aproximar o espírito de Deus, o egoísmo tem que estar presente na ação para que o espírito, então, possa vencê-lo e provar que se coaduna com sua família universal. Voltando à vontade de ganhar, como disse, ela está presente mesmo quando não se imagina. Vou dar alguns exemplos para observamos a sua presença onde parece que ela não existe. O primeiro exemplo: a caridade material. Hoje são milhares de pessoas em todo o mundo que fazem da prática da doação de elementos materiais aos necessitados uma atividade constante. A chamada solidariedade... À primeira vista os pensamentos que justificam a participação de seres humanos neste movimento parece não abrigar nenhuma vontade de vencer, mas isso aparente. Alguns praticam a solidariedade por motivos religiosos, outros praticam porque acham que devem ajudar os carentes, outros, ainda, justificam seus pensamentos por amor ao próximo. Aparentemente trata-se de motivos que em nada versam sobre a vontade de vencer, mas isso é engano... Quem pratica a caridade por motivos religiosos espera ver seus esforços observados pela entidade superior do Universo e ganhar como recompensa méritos para outra vida; quem pratica por solidariedade espera que a ajuda surja o seu efeito, ou seja, que ele veja o outro sentir-se melhor; quem faz por amor espera ganhar a sensação do dever cumprido. Não importa o que se ganhe, desde que alguma coisa seja recebida em troca: esta é a característica do pensamento humano. Lembro-me de uma conversa que Joaquim teve com uma pessoa. Eles estavam falando de caridade material e Joaquim disse que ela só seria reconhecida como doação quando a pessoa a praticasse sem nenhuma motivação específica. Ou seja, quando esta pessoa simplesmente desse, sem planejar dar ou quere dar... Outro exemplo clássico foi o de uma amiga que dizia que por amor ela brigava com outro amigo para que ele parasse de fumar. Ela deixou bem claro para Joaquim: eu não ganho nada com isso, faço apenas por amor. Pesquisando junto a ela sobre esta ação, em determinado momento nossa amiga respondeu que fazia isso porque não queria que o amigo morresse. Joaquim, então, disse: qual o problema dele morrer? Ela respondeu: eu vou ficar com saudades... Aí está a ação da âncora vontade de ganhar. O que aparentemente se demonstrava num ato amoroso sem qualquer ação egoísta no final se transforma numa peça de egoísmo, pois ela estava preocupada consigo mesmo, ou seja, queria ganhar a presença dele... Mas, como disse, as âncoras estão sempre presentes em dupla. Se o pensamento humano sempre esconde uma vontade de ganhar, ele também possui a característica de que não querer perder. Esta característica é mais fácil de se ver. Ninguém quer perder nada, nem em campeonato de cuspe à distância, não é mesmo? Lembro-me de uma vez que minha esposa acalentou a idéia de que tinha que ajudar uma família que estava morando literalmente em baixo de uma ponte onde passávamos. Um dia, fomos de manhã ao mercado, fizemos umas compras e fomos para a ponte para dar os alimentos à família. Quando chegamos lá, eles já haviam se mudado... Esta ação deles a fez sofrer, pois a vontade de não querer perder agiu forte dentro dela e justificou o sofrimento. Lembro, ainda, de um chefe que tive que quando eu levava um documento para ele conferir, mesmo que não houvesse erro algum, ao final ele fazia um ponto com a caneta para mostrar que dava a última palavra. Enfim, nem ele nem minha mulher nem os que praticam a solidariedade estão “errados”. Eles são assim e tem este tipo de pensamento porque são apenas personalidades humanas que estão servindo a um espírito na sua aproximação com a família que ele tem renegado há milênios... O prazer meeu.br/ceu/o-prazer-2/ Outra característica presente em todos os pensamentos humanos é a vontade de sentir prazer. O prazer é uma sensação (emoção) gerada pela personalidade humana quando a vida (os acontecimentos do mundo) está de acordo com os desejos do ser humano. Quando o que acontece é desejado, a personalidade humana cria a sensação de prazer; quando não, a de desprazer ou sofrimento... O prazer, como acredito todos sabem, é inebriante. Trata-se de uma sensação que causa uma euforia que se traduz como bem-estar. Mas, espiritualmente falando, ele não é assim tão positivo. Cristo nos falou da existência de um bem celeste e outro material. Como no céu não existem elementos materiais que possamos chamar de bem, temos que imaginar que o mestre se referia ao mundo sentimental. Ou seja, ele dizia que havia um sentimento que pertence ao mundo dos espíritos e outro que pertence ao mundo dos homens. Este último é o prazer... O prazer não pode ser considerado um bem celeste porque para existir ele depende do egoísmo. Só tem prazer quem é egoísta. Isso porque se o prazer depende do atendimento de desejos e estes dependem da existência de paixões e elas são o fruto da ação do egoísmo, só quem quer para si, quem quer ganhar alguma coisa tem prazer. Não amealhe bens na Terra, mas sim no céu... Eis aí um recado de Cristo que cria um parâmetro para o espírito poder observar em que se fundamenta a razão humana que lhe chega à mente primária. Serve como um balizamento para que o espírito compreenda que quem quer se ajustar no seu próprio meio familiar não deve vivenciar esta sensação. Apesar deste mesmo recado estar presente na cultura humana, a personalidade humana não consegue se desligar desta busca do prazer. Tenho observado, por exemplo, as chamadas do Padre Marcelo para as missas radiofônicas. Diariamente ele conclama o povo a juntar-se a ele na santa missa com um objetivo diferente: orar pela saúde, pelo emprego, pela família. Mas, isso não é busca do prazer? Quem precisa orar pela saúde é porque tem o desejo de ser saudável; quem precisa orar pelo emprego é porque quer estar empregado; quem precisa orar pela família é porque quer ter paz no seu âmbito familiar. Ou seja, quem precisa orar a Deus pedindo alguma coisa é porque está em busca do prazer, do bem terreno que o mestre dos cristãos disse que não deve ser buscado. Incongruente, não? Não, perfeitamente lógico se entendemos a vida como uma encarnação do espírito. O mestre afirma que não deve se amealhar bens na Terra, o representante de Cristo conclama o povo a buscá-lo e os fiéis aceitam esta busca como real. Só assim o espírito pode verificar a hipocrisia da mente humana e abandonar suas idéias convivendo, então, em uníssono com sua família espiritual. Por isso disse antes: não há errado, não há acusações. Estas reflexões não objetivam criticar ninguém, mas apenas mostrar a realidade humana sob outro ponto de vista: da ação do instrumento para ajudar o espírito a aproximar-se de Deus... Se a mente humana não fosse aprisionada à vontade de vencer e à busca do prazer, mesmo depois de orientadas a não fazê-lo, o espírito não poderia observar como o discurso é diferente da prática e continuaria aprisionado às idéias humanas. Com isso, continuaria a ser um filho rebelde que vive com os pais, mas em constante briga... O outro lado da busca do prazer é o medo do desprazer ou sofrimento. Com relação a esta característica, acho que nem precisamos nos alongar mais, pois todos somos mentes humanas e sabemos do medo que temos de sofrer. A fama meeu.br/ceu/a-fama/ Mais uma âncora, mais uma característica do pensamento humano: a busca constante da fama... Quando o EEU ensina esta âncora ele não está se referindo à fama como conhecida entre os humanos. Não estamos falando aqui de um desejo de ser capa de revista, de ser apontado na rua, nem de ser apontado como um sábio, mas sim do simples reconhecimento suas ações. Ou seja, de esperar ouvir pelo menos um muito obrigado pelo que fez... Nenhum ser humano faz nada sem esperar em troca o reconhecimento pelo que fez. Nenhum ser humano aceita o anonimato ou o crédito a outro pelo que fez. Sempre o pensamento humano estará esperando ser reconhecido como agente daquela ação. Isso é a âncora da fama... Mas, num ambiente familiar não há fama individual. As conquistas da família não são reconhecidas como fruto da ação de apenas um, mas da família como um todo. O espírito que vive na casa dos pais, ou seja, pertence a uma família universal precisa compreender isso. Por isso Cristo ensina que toda glória deve ser dada a Deus e não individualmente a alguém. Para poder viver nesta família como membro que contribui para ela, o espírito precisa vivenciar a ação do nós. No Universo todos levam a fama pela realização de qualquer coisa e o espírito que ainda quer ser reconhecido individualmente é reconhecido como um filho rebelde... Isso o espírito sabe por causa dos ensinamentos dos mestres, que também são conhecidos dos humanos: a tão falada humildade. Ser humilde não se rebaixar, mas não buscar louros individuais. Sabendo que deveria ser humilde para seguir os preceitos em que diz acreditar, mas buscando sempre ser reconhecido individualmente, a personalidade humana, então, ajuda o espírito a virar-se para o seu seio familiar e vivenciar a sua existência eterna de acordo com os padrões universais. A outra perna da âncora reconhecimento diz respeito ao medo da infâmia... Que medo os seres humanos tem de serem difamados, não? Por quê? Por que este medo? Se alguém fala alguma coisa mal de você, qual o problema? Você é o que os outros dizem que é? Sendo, ninguém falou mal de você, pois você é realmente aquilo. Não sendo, qual o problema dos outros falarem: você não é... Na verdade o que importa para a personalidade humana não é o fato dos outros falarem nem muito menos o que eles dizem, mas o medo de ser difamado... É esta perna da âncora que está sempre por trás dos pensamentos que denotam medo do que os outros dizem sobre ele... O medo da infâmia é o resultado direto da busca constante da fama. A personalidade humana não aceita que ninguém se contraponha ao que ele sabe, gosta ou quer porque tem medo de perder o reconhecimento dos demais. Esta busca pelo reconhecimento dos demais seres humanos denota a falta de fé... Se Deus é por nós, quem pode ser contra... A fé é a confiança e a entrega absoluta ao Universo, à sua família. Isso todos os mestres ensinaram e, por isso deveria ser um elemento formador de pensamentos da personalidade humana. O espírito sabe disso e quando observa que apesar de concitado a manter a fé apenas no Universo o ser humano ainda vibra com o medo da infâmia pode, então, realizar o trabalho da reforma íntima, aproximando-se assim, do seu núcleo familiar original: o mundo espiritual em que vive... O elogio meeu.br/ceu/o-elogio/ Como decorrência natural da busca da fama, surge a última âncora. A sua primeira perna diz que todo pensamento humano busca sempre o elogio... Novamente não estou falando aqui no elogio rasgado, descarado ou daquele que é proferido publicamente. Estou falando apenas na concordância, no outro dizer que o ser humano está certo. Toda personalidade humana tem seus pensamentos criados na perspectiva de que os outros afirmem que ela está certa, que ela sabe das coisas... Esta é uma prática comum entre as personalidades humanas, mas quem pode estar certo sempre? São tantas as verdades deste mundo, são tantas as perspectivas com que se pode ver algum acontecimento que é impossível se estar certo o tempo todo. Além do mais, as próprias ciências humanas, ao descobrirem constantes novidades que alteram as verdades, deveriam servir ao homem como elemento comprovador de ninguém sabe tudo o que pode ser sabido. Mas, a personalidade humana continua vivendo esperando estar sempre “certo”. Outra coisa que pode comprovar que o ser humano não pode estar sempre certo: suas verdades são instáveis. Quantas vezes alguém não mudou de opinião a respeito de algum assunto; quantas vezes novas descobertas, até individuais, não lançaram nova luz sobre verdades anteriores? É, mesmo esquecendo-nos de que estamos falando de espírito e de Universo devíamos entender que o que sabemos agora é apenas uma opinião que certamente não durará eternamente. Mas, o ser humano permanece firme no propósito de estar certo sempre e exige o reconhecimento disso por parte dos outros. Esta forma de ser do pensamento humano ajuda o espírito a entender o quanto a razão humana é hipócrita. Mesmo sabendo que sua verdade é apenas relativa, ou seja, serve apenas para ele e assim mesmo durante certo período de tempo, e tendo a notícia que os mestres trouxeram onde se afirma que Deus, o Ser Superior do Universo, é o único que sabe e todos os outros possuem apenas opiniões, o ser humano continua tendo pensamentos que se fundamentam na vontade de ser elogiados. É por isso que o EEU ensina as “Quatro Âncoras”. Ao fazê-lo, Joaquim não espera que o ser humano deixe de querer ganhar, pare de buscar o prazer e a fama através do elogio, mas, utilizando do ego para alcançar o espírito, Joaquim quer mostrar a esse a hipocrisia humana para auxiliá-lo no trabalho da reforma íntima para que ele possa, então, coadunar-se com sua família espiritual, ou seja, aproximar-se de Deus. A outra perna desta âncora, claro, é o medo da crítica. Ora, errar é humano, nós mesmos sabendo. Além do mais, a crítica nos ajuda a nos melhorarmos. Não é assim que pensamos? Então, por que o medo da crítica. Porque ela traz a infâmia que aparentemente nos faz perder e por isso sofremos. As quatro âncoras se interligam e por isso o EEU afirma que elas estão presentes em todos os pensamentos humanos. As características que enumerei aqui estão presentes em qualquer pensamento, desde o mais banal até o mais complexo, que o ser humano realiza. Elas são a ação do egoísmo sempre presente na mente humana e não podem ser alteradas ou desaparecerem. Elas constituem o fio da meada, ou seja, o instrumento que criará todas as realidades da existência humana. A mente humana precisa ser do jeito que é, ou seja, precisa formar pensamentos de cunho egoístas, preso a estas quatro características gerando, assim, paixões que dão origem a desejos, mesmo que ela diga que quer aproximar-se de Deus, para que o espírito possa julgá-las à luz da sua Realidade universal e com isso promover a reforma íntima. Por isso, apesar do que disse parecer uma ode de ataque ao ser humano, é um ato de louvor. O ser humano não pode mudar-se e nem é errado por possuir em seus pensamentos esta características, mas sim para que exerça a sua função no Universo...
Posted on: Tue, 18 Jun 2013 02:55:05 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015