Excerto do meu livro Diário de um Homem Estranho, aguarda - TopicsExpress



          

Excerto do meu livro Diário de um Homem Estranho, aguarda publicação: (Peço desculpa por alguns erros ortográficos, mas sou um escritor de carácter de improvisação, e escrevo sem pensar nessas futilidades.) Meio dia. Acordo, abro a janela, contemplo os carros. Definitivamente fazem me lembrar bolachas. É inacreditavel, quando gostamos mesmo de alguma coisa, tudo nos faz lembrar esse tão adorado objecto. Quando era pequeno tinha um ursinho de peluche que gostava muito e as árvores do meu quintal faziam-me lembrar o urso. Voltando aos carros, definitivamente me fazem lembrar bolachas. Meio dia e meia. Tomo pequeno-almoço. O costume. Bolachas de água e sal acompanhadas com um chá preto. Absolutamente necessário para que o meu dia corra de feicção pois se eu não cumprir este meu pequeno capricho sei que o meu dia será um desastre. Recordo o dia que o meu pai me proibiu de comer bolachas, pois na minha casa havia uma antiga e forte crença que as torradas eram as verdadeiras formadoras de carácter e crediveis guias espirituais. Bolachas eram para a nova geração, uma geração ateista e descrente. Especialmente se fossem bolachas com geleia. 1 hora da tarde. Adormeço outra vez. 2h30 da tarde. Chego ao emprego. No meu escritório encontrava-se o meu colega marco com os documentos referentes a semana passada. oh, olá marco disse eu expressivamente. Ele comprimentou me com uma expressão carregada de tristeza. Li o documento, e fiquei pálido de pavor. O patrão precisava de fazer um corte no orçamento e ia despedir pessoal dos escritórios. Precisava urgentemente de comer bolachas. 4 horas da tarde. Entro no escritório do patrão. Preciso urgentemente de falar com ele. Ele diz-me que é possivel que eu seja um dos possiveis despedimentos. Fico incrédulo. Ele diz-me que o meu hábito de estar regularmente a comer bolachas é no minimo, bizarro. Não concordo. Porque é que este mundo é sempre visto pela sociedade pela perspectiva das tostas, porque é que ninguém vê a perspectiva das bolachas? Não entendo. 5 horas da tarde. Saio do emprego, e vou ao mercado. No caminho começo a reflectir....será que é o verdadeiro sentido da vida comer bolachas? Será que existe mais na vida do que isto? Questões. simples questões. No entanto, liberto o meu pensamento e encho o meu cérebro de certezas e neste momento a minha certeza é apenas uma. Vou ao super-mercado...prar bolachas. 6 da tarde. Chego ao super-mercado. Corro incansavelmente para a secção das bolachas. Compro de tudo. Benditas Chipimix, sagradas Oreo, abençoadas Cream Cracker. Gloriosas, simplesmente gloriosas. Yam. Enquanto me dirigo para a fila, reparo num interessante pormenor: uma senhora de idade com a sua neta a comprar iogurtes. Enfim, um sinal de decadência da nossa sociedade. Ao pagar, reparo no homem da frente. Reparo que tem uma nojenta verruga na parte de traz do pescoço. Começo a sentir náuseas, começo a sentir ódio, começo a sentir puro nojo por aquele ser humano. Sinto uma estranha vontade de lhe pregar uma cabeçada. Controlo-me. Penso nas bolachas. Penso no seu sabor. Mas depois aparece a verruga. Aquela Verruga. Aquele individuo por e simplesmente arruinou-me o jantar e o dia. Ele vira-se para mim e diz: Desculpe, pode chegar o seu saco um bocadinho para o lado?. Está bem, Verrugas. respondo eu. Ele fica a olhar para mim perplexo e eu abandono o supermercado com um sorriso arrogante, no fundo por saber que eu sou o ultimo baluarte que representa a decência e bondade nesta sociedade. Estranho. 7 e meia. Preparo o meu jantar. Sopa. Com bolachas. Refeição do meio: Bife com batatas fritas acompanhado dumas deliciosas bolachinas de regueifa temperadas com um molho semi-picante comprado na especial loja do Semedo. what?. Sobremesa: Bolo de Bolacha. Depois desta refeição nada pode correr mal. Nada mesmo. Com um olhar satisfeito na minha face, sento-me a ver televisão acompanhado pelo meu gato: o Bolacha. Faço o Zapping na televisão e nada se passa. A TV de hoje um dia é uma merda. Um simples degredo. Já ninguém dá importância do acto de comer bolachas, ao sentimento de irreverência que isso transmitia. 10 horas da noite. Começo a sentir o peso do sono em mim, que entra calmamente como o frio num suave fim de tarde de Outono. A cama chama por mim como uma bela embalagem de Petit Ecoulier chama por um fiel servidor. Não resisto, preciso de entrar no mundo dos sonhos. Quando gloriosamente me vou dirigir para o meu belo veículo dos sonhos, toca a campainha. Como um trompete anunciando a chegada do Juizo Final a campainha guincha sem mesericórdia. Abro a porta. É a vizinha de baixo. Do terceiro andar. Ela pergunta se eu por acaso tinha deixado o contador de energia do rés do chão desligado. Porque razão eu haveria de desligar o contador de energia do prédio? Que mente deturpada e perturbada desligaria o contador de energia por razão nenhuma? Porque é que esta vaca se lembrou que eu, que alguma vez tive um comportamento incorrecto, iria desligar o contador. Enfim. Não. respondi calmamente mas firmemento tem a certeza? grunhiu ela. Sim, sou gago ou quê? Desculpe? Nada. Veja la como me fala...exigo respeito. Está bem. Não seja sarcástico...não ando aqui a brincar. Alguma vez eu fui sarcástico? Vaca. Desculpe?. Boa noite. Fecho a porta. E rio-me á gargalhada. Então aquela anormal pensa que pode chegar á minha porte de minha casa e começar a insinuar actos estranhos. Enfim. Deito-me na cama. E entro no reino dos sonhos.
Posted on: Wed, 27 Nov 2013 15:29:03 +0000

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