Hoje foi apresentada mais uma edição do Mapa da Violência (veja o link abaixo). Já são 15 anos de Mapas da Violência (editados pelo Prof. Julio Jacobo Waiselfisz). A situação se mantém estarrecedora. Vivemos um verdadeiro genocídio social, racial e geracional. Social porque são os pobres das periferias urbanas. Racial porque são negros. Geracional porque a maioria das vítimas está entre 15 e 24 anos. Fortaleza, por exemplo, teve, entre 2001 e 2011, um crescimento de 160% do número de jovens assassinados. Hoje nossa cidade chega a taxa de 129 assassinatos de jovens para cada 100 mil habitantes. Repito: essa deveria ser a pauta fundamental a mobilizar a agenda política e o grande debate público. O que fazer para superar as causas desse extermínio da juventude negra das periferias urbanas? Por certo e já comprovado, não vai ser a saída repressiva e punitiva a diminuir esse genocídio. Ao contrário, estas medidas inflam a violência porque serão sempre seletivas, perversas e produtoras de mais segregação. É insuportável viver numa sociedade que naturaliza de tal forma o extermínio de sua juventude. Por isso, devemos manter acesa a chama da indignação. Há muitos motivos para lutar e, no meio deste caos, é muito bom ver uma nova geração que se mostra viva e que ocupa as ruas, desobedecendo uma ordem que causa mortes simbólicas e físicas.
Posted on: Fri, 19 Jul 2013 04:31:15 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015