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Lêem esta Biografia de Parte 3 AGOSTINHO NETO UMA VIDA SEM TRÉGUAS 1922/1979 Por: Acácio Barradas (editor). Recuando à data em que iniciou os estudos superiores na Metrópole, ou seja em 1947, vamos encontrar Agostinho Neto na Universidade de Coimbra, em cuja faculdade de Medicina se matriculou. A sua integração no meio foi imediata, para o que concorreu a circunstância de ser ter familiarizado rapidamente com os outros estudantes de origem africana, embora na sua maioria brancos e mestiços. Um deles, Lúcio Lara, seria o seu companheiro até ao fim da vida. O pólo aglutinador era a Delegação da CEI (Casa dos Estudantes do Império), que nessa época se distinguia – de acordo com o testemunho de Edmundo Rocha – por ter uma actividade mais radical e efervescente que a respectiva sede, em Lisboa. (...) A sua conduta não passa despercebida à autoridades fascistas. Num ofício dirigido à PIDE, em 11 de Julho de 1949, o Comando-Geral da Legião Portuguesa de Coimbra refere-se às actividades da CEI e do MUD Juvenil, afirmando a dado passo: "Quanto aos pretos, o que mais se tem evidenciado, embora não o demonstre, é o Agostinho Neto do MUD Juvenil", ao qual é atribuída a responsabilidade (partilhada por Antero e Vergílio Simões Moreira) de convidar Norton de Matos a visitar Coimbra durante a campanha eleitoral. Entretanto, transfere-se de Coimbra para Lisboa, onde a sua actividade política de intensifica. E em Março de 1952 verifica-se a sua primeira detenção, por um período de três meses. Crime de que era acusado: "ser portador de panfletos subversivos". Segundo o boletim Juventude, editado ao copiador pela Comissão Central do MUD Juvenil, a prisão verificou-se quando Neto, em companhia dos colegas Marília Branco e Carlos Veiga Pereira, recolhia assinaturas para o "Apelo para um Pacto de Paz".(...) Entre os frequentadores dos salões literários da Tia Andreza (no nº37 da rua Actor Vale, Lisboa) figuravam, além de Agostinho Neto, outros angolanos, como Mário Pinto de Andrade, Lúcio Lara e Humberto Machado, os poetas santomenses Francisco José Tenreiro e Alda do Espírito Santo, o guiniense Amílcar Cabral e a poetisa moçambicana Noémia de Sousa. A todos animava, segundo Mário Pinto de Andrade, "o retorno às fontes, a redescoberta do "eu" africano, a "reafricanização". Tratava-se, afinal, da réplica lisboeta de um movimento universal africano (liderado por Nicolás Guillén, Sédar Denghor, Aimé Césaire e outros), que implantaria com o nome de "negritude" e que em Luanda encontraria equivalência na corrente literária "Vamos descobrir Angola".(...) Se a PIDE estava atenta às actividades de todos estes jovens, bem como de muitos outros que os visitavam, a verdade é que a sua movimentação também não passava despercebida a uma bonita jovem que morava na mesma rua que o CMA tinha a sua sede. Essa jovem assomava por vezes à janela e assistia às permanentes entradas e saídas de estudantes e marítimos na casa da frente da sua rua. Até que um dia chegaram à conversa e estabeleceram relações de amizade. A jovem em questão chamava-se Maria Eugénia da Silva e viria a contrair, pelo casamento, o apelido de Neto. Continuação
Posted on: Tue, 17 Sep 2013 12:15:51 +0000

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