Monumentos históricos de Porto Velho se encontram deteriorando em depósito ...................RONDONIAOVIVO.............31.07.13 Quando teve início as obras iniciais do que se pretendia ser um dos grandes investimentos de estrutura urbana de Porto Velho, os viadutos – em julho de 2009 -, especificamente do Trevo do Roque e outro na mesma BR 364 na rotatória com a Avenida Campos Sales, os monumentos que ali se encontravam, um painel de Helvia Reis e uma escultura artística de Julio Carvalho, jamais passaria pela cabeça de qualquer um que cruzasse aqueles pontos referenciais da capital que justamente essas peças, consideradas de cunho histórico e artístico, hoje estariam como estão; se encontram depredadas, escondidas e abandonadas, entregues à própria mercê do tempo e se deteriorando no pátio do Departamento de Recurso Logísticos (DRL), que é da responsabilidade da Secretaria Municipal de Administração (SEMAD), que fica na BR 364 (sentido Acre), ao lado de uma boate, o “Caipirão”. O painel “Monumento aos Pioneiros”, patrimônio histórico tombado pelo Estado, uma obra artística inestimável feita pela arquiteta Hélvia Lúcia Reis de Fraga e Silva, inaugurada no Trevo do Roque no ano de 1984, durante o governo de Jorge Teixeira - sendo que na época o prefeito era Sebastião Valladares -, foi retirada da rotatória em 2009 quando a administração municipal de Roberto Sobrinho deu aval para a retirada da peça em vista do início da construção do viaduto, que estava sob responsabilidade da construtora Camter. Um engodo na época era para onde a imensa peça artística e histórica teria sido armazenada e em que condições ela foi preservada. Para o horror de historiadores foi descoberta jogada no chão da DRL, acumulando mato, danificada e esquecida. Ali mesmo outra peça de grande valor artístico, o “Urucumacuá”, de Julio Carvalho, se encontra ainda em piores condições, consumindo em corrosão. O museólogo Antônio Ocampo, era uma das pessoas interessadas em saber onde estaria guardado o painel, pois há muito tempo se falava sobre o paradeiro perdido e o descaso do poder público municipal com as obras retiradas dos canteiros de obras dos viadutos do Trevo e da rotatória da Campos Sales. Ele cita também o caso do relógio dos 500 anos de descoberta do Brasil, outro monumento, criação do designer da Rede Globo Hans Donner, que dividia o mesmo espaço do painel “Monumento aos Pioneiros” e até hoje permanece um mistério de onde estaria. Sobre o “Monumento aos Pioneiros” disse ter ficado chocado ao deparar com a peça jogada no chão e abandonada. “Um absurdo tal desleixo com o patrimônio histórico de tamanho porte e importância. Eu fico mais indignado com a postura nula ou falta de iniciativa de alguns órgãos públicos que deveriam tomar a frente e tomar a providências cabíveis nesse caso. Cadê a Fundação Cultural do Município? A Secel? Onde está o IPHAN? O próprio Ministério Público do Estado, através de sua promotoria responsável deveria averiguar as condições em que se encontram esses patrimônios. Não podemos ficar parados diante desse absurdo”, disse Ocampo. O museólogo ressaltou ainda que é um caso muito sério de descaso com bem público e patrimônios, que seria o caso de fazer uma investigação e punir os responsáveis pelo acinte. No ano passado duas secretarias teriam como se pronunciar a respeito da retirada das peças, no caso a Secretaria Municipal de Administração, responsável pelo DRL, onde hoje se encontram as peças abandonadas, e a Secretaria Municipal de Obras e Projetos Especiais (Sempre), que é responsável pelas obras do PAC e incumbida pela execução das obras dos viadutos. No ano passado questionada pela imprensa sobre o armazenamento mal feito das obras retiradas dos dois pontos da BR, Mirna Janice, então secretária da época, responsável pelo Departamento, disse que quem as levou para o pátio foi a Sempre, cabe saber de quem partiu a ordem e como foram feito as retiradas das peças. Pelo fato de todo o imbróglio envolvendo as duas peças ter ocorrido na administração passada, de Roberto Sobrinho, muitas situações de desmandos e acintosas ainda precisam ser revistas pela atual administração municipal. “Cabe a nós, cidadão, a própria imprensa mesmo mostrar, denunciar esse tipo de absurdo. Pedir encarecidamente que a própria prefeitura hoje tome providências e recupere esses monumentos, instale novamente dentro da capital e permita que a história, o referencial histórico da nossa gente fique preservada. Eu espero que no futuro não tenhamos que nos deparar com situações desse tipo, que desqualificam qualquer administração municipal”, concluiu Antônio Ocampo.
Posted on: Wed, 31 Jul 2013 21:40:06 +0000
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