O PSOL - Partido Socialismo e Liberdade, fundado em junho de 2004 - TopicsExpress



          

O PSOL - Partido Socialismo e Liberdade, fundado em junho de 2004 e legalizado em setembro de 2005, é claramente um partido de esquerda, baseado no pensamento marxista. Mas ao contrário dos adeptos do autoritário modelo bolchevique, o PSOL permite o direito de tendências permanentes se organizarem no partido, motivo pelo qual existem no interior do PSOL, tendências e personalidades trotskistas, luxemburguistas, castristas, ecossocialistas libertários, eurocomunistas(ou gramscinianos), católicos e evangélicos de esquerda(adeptos da Teologia da Libertação), etc. Claro, ao mesmo tempo que isso garante uma concepção extremamente democrática de partido, também faz do PSOL, um verdadeiro balaio de gatos. Por exemplo: alguns defendem que as alianças sejam restritas ao PSTU e ao PCB, enquanto outros defendem a ampliação dessa aliança a outros partidos de esquerda e centro-esquerda. Uns defendem um partido voltado para a "ação direta das massas populares", de caráter esquerdista e sectario(uma espécie de PSTU com tendências), enquanto outros defendem um partido apto a disputar o processo político e chegar ao poder, em nome da defesa dos trabalhadores e do socialismo. Com tantas correntes, é difícil afinar um discurso homogêneo, mas todos os militantes do PSOL concordam em um ponto: é preciso implantar um regime socialista no Brasil o quanto antes. "Achamos que não há condições de fazer isso agora, mas um bom jeito de começar a transição socialista seria reestatizar a Vale do Rio Doce e expulsar o capital privado da Petrobras", diz o presidente da Fundação Lauro Campos(orgão de pesquisas do partido), Roberto Robaina. Portanto, o PSOL se apresenta como o autêntico partido da esquerda socialista e democrática no Brasil. Apesar das inúmeras correntes trotskistas, como a LSR, CST, MES, ENLACE, e CSOL, que defendem o autoritário modelo bolchevique, assim como de personalidades mais "radicais", é certo que existe no partido um setor lúcido, que busca realmente construir o socialismo com liberdade em nosso país. É o caso de personalidades como Milton Temer, Marcelo Freixo, Chico Alencar, Jean Wyllys, Paulo Pinheiro, Eliomar Coelho, e o Pr Mozart Noronha. Entretanto, o PSOL possui muitos erros. Nas eleições de 2008, aqui no Rio, defendeu o voto nulo no segundo turno das eleições, ao invés de chamar o voto crítico em Gabeira para derrotar a dupla Cabral/Paes. E nas eleições de 2012, dizia querer o apoio de Gabeira em caso de segundo turno. E pior, em São Paulo, o PSOL defendeu o voto nulo no segundo turno, ao invés de apoiar criticamente a candidatura de Fernando Haddad, como se o candidato petista não representasse um passo adiante, derrotando o tucano José Serra, candidato da direita conservadora. Outro erro foi aceitar apoio do DEM, PTB e PSDB no segundo turno, nas eleições em Macapá no ano passado. Clécio Luis foi eleito, mas ter aceito o apoio da direita no segundo turno, manchou a imagem do partido. Defender uma política sectaria, reduzindo as alianças praticamente ao PCB e ao PSTU, é o erro mais grave. Mas existem outros, comor fazer uma oposição desleal ao governo Dilma Roussef, classificando-o como neo-liberal. Tudo bem que o governo Dilma não é socialista, nem mesmo social-democrata, mas também não é neo-liberal. O governo Dilma é um governo social-liberal de caráter nacional-desenvolvimentista, situado a centro-esquerda do espectro político. É lógico que a esquerda socialista e democrática deve fazer oposição ao governo Dilma, mas de forma honesta e construtiva, não caindo no extremismo inconsequente do esquerdismo infantil. Não pode acusar o governo petista de neo-liberal, colocando petistas e demais partidos de esquerda que apoiam o governo, como inimigos a ser combatidos. Sendo assim, não vejo esse partido como uma alternativa real para a esquerda socialista e democrática brasileira. O PSOL vai fazer 9 anos, precisa se definir ideologicamente. É um PSTU melhorado, com tendências e bem menos esquerdista? É um PT menor, com discurso de esquerda e práticas de direita? Ou é um partido socialista e democrático, contemporâneo a luta de classes no século XXI? A alternativa socialista e democrática, contemporânea a luta de classes no século XXI, existe na Itália, representada pelo Partido da Refundação Comunista. Na Holanda, pelo Partido Socialista. Na Alemanha, por Die Link(A Esquerda). Na França, pelo Partido de Esquerda. Em Portugal, pelo Bloco de Esquerda. Na Grécia, pela Coalizão da Esquerda Radical. E no Japão, pelo Partido Comunista Japonês.
Posted on: Fri, 06 Sep 2013 18:50:11 +0000

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