Perguntas e respostas sobre ministerio de música Fonte: Portal - TopicsExpress



          

Perguntas e respostas sobre ministerio de música Fonte: Portal RCC Autor: João Valter e Enes Gomes 1. Quem é o ministro de música? Um ministro de música é, antes de tudo, um filho de Deus, uma pessoa que tem uma relação de amor com o Pai e, como expressão natural de seu coração, externa este amor em forma de canção. Seu trabalho é uma conseqüência disto. É uma pessoa que foi agraciada e ungida. Agraciada com o dom de cantar, de tocar, de utilizar o som e o silêncio em melodias que tocam o coração dos irmãos e o de Deus; ungida para colocar este dom a serviço do seu Grupo de Oração, da RCC, da Igreja e de todo o povo de Deus. Ultimamente algumas pessoas têm insistido em dizer que quem canta ou toca na RCC só pode ser chamado de ministro se atingir determinado “grau de elevação espiritual”. Isso não é correto! O fato de sermos chamados a ministrar em nome de Deus não é uma espécie de “troféu” que conquistamos depois de muito esforço e sacrifício. Todo ministério é um dom, uma vocação, um chamado ao qual devemos responder, por isso não burocratizemos demais nossa vocação: você é ministro, Deus quis assim, só resta mergulhar e ser fiel em Unidade com a Igreja. 2. Como servir em um ministério de música que não tem instrumentos, microfones, etc? O instrumento principal de um ministério de música é a pessoa humana aberta à ação do Espírito Santo. Um ministro ungido, mesmo possuindo uma voz rouca e acompanhando somente de palmas, é capaz de tocar corações e transformar vidas. No entanto é muito importante que nos esforcemos realmente para adquirir instrumentos (e dos bons!) e invistamos em nossa qualificação técnica, a fim de que o nosso serviço se torne cada vez melhor. O ministério, então, pode solicitar do Grupo de Oração que coloque a aquisição de instrumentos dentro de seus planos e deve colocar-se à disposição para realizar os trabalhos necessários para a alocação dos recursos financeiros necessários, como rifas, bingos, campanhas etc. 3. Qual o número ideal de servos em um ministério de música? O ideal seria que o ministério tivesse um número de pessoas compatível com o volume de trabalho dentro do grupo e nas atividades paroquiais. Mas sabemos que é o Senhor quem chama as pessoas para o servir (muito embora nem todos atendam esse chamado). Pelo Brasil encontramos ministérios com apenas três pessoas que servem muito bem ao seu grupo. Outros, de comunidades maiores, possuem até de 40 pessoas! Portanto, a quantidade de ministros é bastante variável e não temos regras para isso. 4. Como chamar mais pessoas para o ministério? Em primeiro lugar orar, pedir ao Senhor que envie mais operários para a sua messe, como nos ensina a Palavra de Deus em Mateus 9,37s. “Então disse a seus discípulos: “A colheita é grande mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita.” Em segundo lugar, trabalhar para que isso aconteça. Alguns grupos de oração consideram constantemente, dentro de seu planejamento, a inserção de novos servos não só no ministério de música como em outros serviços, desenvolvendo o seu próprio método de inserção como palestras, encontros e outras dinâmicas. Caso isso não esteja acontecendo e o ministério de música sinta a necessidade de novos membros, deve entrar em acordo com a coordenação do grupo, para que seja discernida a melhor forma de colocar mais pessoas. E não se esqueça que nada atrai mais do que o amor! Assim sendo, se o ministério, de fato, vive o amor, certamente chamará mais pessoas naturalmente. 5. O que fazer se nosso principal cantor (ou instrumentista) dá contra-testemunho, falta às reuniões e ensaios, e ainda se mostra cheio de razão? Excluí-lo imediatamente? Este talvez não seja um ato de amor. Deixa tudo como está? Certamente seria uma atitude de desamor que revelaria descaso para com a pessoa e o ministério. O que fazer? Vejamos o que nos sugere o próprio Jesus, em Mateus 18,15s. “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós. Se ele te ouvir ganhaste o teu irmão. Se não te ouvir, porém, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida pela palavra de duas ou três testemunhas.” Uma questão como esta envolve dois aspectos muito importantes: 1. O amor pela pessoa. 2. O zelo pelo serviço. O amor por aquele irmão nos leva a não descartá-lo de nosso meio, mas, sim, intensificar o processo de pastoreio, inclusive contando com a ajuda de outras secretarias (Marcos, Ágape etc) e da coordenação do grupo. Embora seja uma questão delicada, é importante que se entre logo em processo de discernimento e resolução do caso, afim de que ele não venha a se tornar ainda mais difícil com o passar do tempo. 6. Como agir se o coordenador do ministério é o primeiro a dar mau exemplo, faltando aos ensaios, chegando atrasado etc? Podemos nos espelhar na resposta da questão anterior. O coordenador é uma pessoa comum, sujeita a tentações e fraquezas, e não um super-herói. Ele pode, por exemplo, estar atribulado por problemas pessoais, por isso é bom rezar por ele, conversar com ele, mostrando interesse fraterno por sua vida e tentando entender a razão pela qual vem agindo dessa maneira, ao invés de acusá-lo precipitadamente. Uma conversa amigável e sincera pode resolver muitos problemas. Dependendo da situação, você pode procurar a coordenação do Grupo e expor suas preocupações. Qualquer decisão mais objetiva já faz parte do trabalho da liderança do grupo de oração, que geralmente está atenta à atuação de cada coordenador de ministério. 7. Quem escolhe o repertório e as pessoas que vão servir em reuniões e encontros? O ministério de música ou o coordenador do Grupo de Oração? Um dos grande segredos para que as coisas andem bem em qualquer grupo de pessoas é a distribuição de tarefas. Se existe um ministério de música, então é natural que coisas como escolha de repertório, escala de instrumentistas e cantores etc, sejam atribuições próprias do ministério de música, até mesmo para que o coordenador do grupo possa cuidar de outros afazeres. Assim, esta função pertence ao ministério, a não ser em circunstâncias especiais. Entretanto a opinião e as orientações vindas da coordenação do grupo e dos pregadores do encontro devem ser levadas em consideração, a fim de que se preserve a unidade. 8. Como agir com os pregadores que costumam pedir no meio de suas palestras cantos que o ministério não ensaiou ou não sabe tocar? O ideal é que o ministério e o pregador combinem antecipadamente a(s) música(s) a serem utilizadas naquela determinada palestra. Porém, se o pregador sente a inspiração de um canto no meio da pregação, ele deve se dirigir ao ministério de música e perguntar se seria possível cantá-la. Caso o ministério não a conheça ou não esteja preparado para executá-la, deve-se entrar em acordo e substituí-la por outra similar. Em último caso, de acordo coma a noção do Espírito Santo, o pregador pode, naturalmente, sem constrangimentos, cantar a música com a assembléia, sem o acompanhamento do ministério. 9. Como agir em relação às pessoas do ministério que costumam faltar às reuniões e ensaios e só aparecem às vésperas de um grande encontro ou show? Como sabemos, um ministério não é somente um grupo de pessoas que se reúnem para tocar. Temos uma missão específica: servir no grupo de oração. Para tanto, precisamos participar do grupo. Assim, as pessoas que não vão às orações, aos ensaios, enfim, aqueles que não participam ativamente da vida do ministério de música, no final das contas acabam por não pertencerem efetivamente ao grupo. Portanto não é aconselhável que estes toquem ou cantem, pois sua postura mostra que não assumiram compromisso com a Obra. Porém reforçamos a importância do fato de que todo discernimento a esse respeito deve ser feito em comunhão com a coordenação do grupo de oração. 10. O ministério de música deve ter um caixa financeiro? Esta decisão dever ser tomada pela coordenação do grupo de oração. Alguns grupos de oração preferem manter um caixa único e, dali, destinar os recursos para as diversas necessidades de todos os ministérios. Outros preferem que cada ministério tenha seu caixa e o administre da melhor maneira possível. O importante é que, se tomada a decisão de ter um caixa específico da música, que ele seja administrado por um tesoureiro responsável, que faça demonstrativos periódicos do movimento financeiro do ministério, a fim de que tudo transcorra de maneira transparente. 11. Como deve acontecer a escolha de um coordenador de ministério de música? A escolha de um novo coordenador é sempre um grande desafio para qualquer equipe de pessoas. Alguns ministérios simplesmente se reúnem e fazem uma eleição (na qual todos os integrantes são candidatos), chegando, através da votação, à pessoa escolhida. Porém, aqui temos um problema: E se a coordenação do grupo de oração não concordar com a escolha? Bem, em outros grupos acontece de a coordenação escolher livremente um coordenador para o ministério. Surge, então, outra questão: E se o ministério não concordar com a pessoa escolhida? Uma boa idéia para se resolver este impasse seria aproveitar um pouco do dois caminhos. Em um primeiro momento, o ministério se reúne e, através de votação, escolhe o nome das três pessoas mais indicadas para a missão. Em seguida encaminha-se este resultado para a coordenação do grupo de oração, que escolhe dentre estes três aquele que mais se identifica com a função e com a linha de atuação da coordenação do grupo. 12. Como fazer se temos instrumentos, mas não temos quem os toque? Esta situação é semelhante à da questão número quatro, assim a mesma resposta pode dar algumas luzes. O melhor mesmo é rezar para que Deus providencie um instrumentista de acordo com Seu coração. Mas isso não quer dizer apenas esperar acomodados. É preciso que tenhamos uma postura mais ativa. Uma idéia interessante é detectar pessoas do ministério que tenham vontade de aprender a tocar, e financiar (ainda que parcialmente) um curso de música ou um professor particular para elas. O resultado virá em médio prazo (mais ou menos cinco meses, dependendo do aluno), mas, em geral, vale a pena. 13. O que fazer quando as pessoas começam a faltar aos ensaios e às reuniões e se mostram desestimulados? Muitas vezes acontece de o ministério ser um peso nas costas daqueles que o integram. O excesso de trabalho, cobranças exageradas, incompreensão e, principalmente, a falta de amor entre os irmãos, fazem com que, aos poucos, as pessoas comecem a deixar de gostar do ministério e acabem por abandonar o barco. Assim, quando se começa a observar que muitos faltam, outros reclamam o tempo todo, outros não vêem a hora de acabar aquele ensaio... pode-se ter certeza que algo precisa mudar. Ë necessário que o ministério de música seja uma família feliz, onde os irmãos se reúnem para partilhar o amor e louvar a Deus através da canção. Quando ele se afasta deste caminho acaba por tornar-se aquele peso do qual falamos no início. Problemas tão essenciais devem ser resolvidos em oração e com a utilização do carisma do discernimento. Fazer uma boa escuta, perceber quais os direcionamentos do Senhor, são passos indispensáveis em um momento como esse. Entrementes, quando ao relacionamento entre os ministérios, é bom que procuremos estreitar os laços de amizade. Para isso, é interessante de vez em quando combinar, com todos do ministério (e não somente com uma “panelinha”), encontros informais, tais como: sair para tomar um sorvete, ou assistir um bom filme na casa de alguém, ou ir ao cinema, ou fazer uma serenata para um irmão que aniversaria, ou ir a um show, uma praia, um passeio, um piquenique, um museu... quanta coisa se pode fazer entre irmãos! Muito embora a solução venha de Deus, estes momentos de divertimento e amizade podem mudar completamente o perfil do ministério. Separar um dia para uma avaliação mais séria, com os pés no chão, também é uma idéia que deve ser levada em consideração. O importante é não se esconder atrás de velhas fórmulas como: “...é porque seguir a Deus não é pra todo mundo...” ou “...somente uns poucos permanecem fiéis...”. Se o problema existe, devemos empenhar todos os nossos esforços para resolvê-lo! 14. Qual o papel do Secretário Davi Diocesano? O Secretário Davi Diocesano tem uma dupla função: 1. Manter contato direto com o Secretário Davi Estadual. 2. Prestar assessoria aos ministérios de arte (música, dança, teatro...) de toda a sua Diocese, de acordo com os direcionamentos do Conselho Diocesano da RCC. O contato com o Secretário Estadual acontece por meio de cartas, e-mails, telefonemas e com a participação em encontros e reuniões estaduais. A assessoria aos ministérios de música engloba, por sua vez, três aspectos: · O Secretário Diocesano deve estar intimamente ligado e “antenado” no que acontece na Coordenação Diocesana da RCC, ele deve permanecer em unidade com todas s orientações, caminhos, idéias, projetos etc, pois não vai conduzir o povo da Secretária Davi de acordo com sua própria cabeça, mas, sim, baseado naquilo que Deus mostra para toda a RCC da Diocese; · A partir daí ele deve procurar meios de promover a articulação da troca de experiências entre os ministérios da Diocese. · Pensar e viabilizar (talvez junto com uma equipe de apoio) a oferta e a viabilização de formação para os ministérios. Isto se dará através de apostilas, cartas e-mails, telefonemas, visitas a cada ministério, reuniões com coordenadores de ministério, retiros, vigílias, encontros etc. 15. Como um Secretário Davi Diocesano deve agir se a Coordenação de seu Grupo de Oração não o libera para assumir adequadamente sua função na Diocese? Ter um de seus membros convidado para assumir uma missão especial dentro da Equipe Diocesana da RCC deve ser sempre um motivo de alegria para qualquer Grupo de Oração. Isto é sinal de que as coisas estão indo no caminho certa! Por outro lado, o Grupo deve ter a consciência de que esta missão (no caso, a Secretaria Davi Diocesana) vai acabar tomando um certo tempo da vida da pessoa escolhida. Algumas atividades diocesanas inevitavelmente irão se chocar com as reuniões do Grupo. Assim, a Coordenação deve ser compreensiva e dar apoio a esse irmão, ao invés de ficar acusando e cobrando o tempo todo. Ele não é mais um membro somente daquele determinado Grupo, mas de toda a Diocese! Se isto não vem acontecendo, então o Secretário Davi Diocesano deve ter uma conversa sincera com toda a Coordenação do seu Grupo e expor a situação, colocando claramente o fato de que precisa de mais tempo para cuidar dos assuntos da Diocese. Caso, ainda assim, continuem persistindo os mesmos problemas, deve-se solicitar ao Coordenador Diocesano da RCC que converse com a Coordenação do Grupo de Oração e esclareça as coisas da melhor maneira possível. 16. O que se deve fazer se nossa Diocese não tem um Secretário Davi Diocesano? Deve-se procurar o Coordenador Diocesano da RCC (pessoalmente, ou por carta, e-mail, telefone etc) e solicitar que ele nomeie uma pessoa o mais rapidamente possível, pedindo, ainda, orientações a respeito de como encaminhar certas atividades, sobretudo na linha de formação enquanto esta nomeação não acontece. 17. Qual o papel do Secretário Davi Estadual? A função de um Secretário Davi Estadual é bastante semelhante à do Secretário Diocesano, isto é, viabilizar a troca de experiências e oferecer formação. Só que, tudo isso, em uma dimensão estadual. Assim, o trabalho do Secretário Estadual não tem tanto “corpo-a-corpo”. O contato se dá mais por cartas, e-mails (de acordo com a realidade de cada local) e telefonemas. É recomendável que o Secretário Davi Estadual visite cada Diocese pelo menos uma vez por semestre, por ocasião de um Retiro ou Encontro Diocesano da Secretaria Davi. Porém, se isto não for possível, é bom lembrar que uma correspondência substancial e contínua pode resolver muitas coisas. A tempo: o Secretário Davi Estadual deve manter-se permanentemente informado e atualizado acerca dos direcionamentos propostos pela Secretaria Davi Nacional. 18. O que se deve fazer se nosso Estado não tem um Secretário Davi Estadual? O Secretário Davi Diocesano deve procurar o Coordenador Estadual da RCC (pessoalmente ou por carta, e-mail ou telefonema) e solicitar que ele nomeie uma pessoa o mais rapidamente possível, pedindo, ainda, orientações a respeito de como encaminhar certas atividades, sobretudo na linha de formação enquanto esta nomeação não acontece. 19. O que é uma Banda Católica? Qual a diferença entre uma Banda e um Ministério de Música? Primeiramente é necessário que saibamos que A RCC não tem um conceito pré-definido do que seja uma banda e um ministério. Essa problemática toda surgiu em alguns lugares, de acordo com a caminhada, e em muitas Dioceses do Brasil, graças a Deus, não há conflito algum entre os dois termos. Porém, nos lugares onde existe tal problema podemos adotar a postura a seguir, mas sempre lembrando que isso não é uma regra e que tudo depende do discernimento que nos é dado pelo Espírito Santo. Vejamos: Um grupo de pessoas se reúne para trabalhar com músicas de evangelização. Este grupo é um Ministério ou Banda? Em princípio, pode der as duas coisas, de acordo com seu contexto: · Se ele está diretamente ligado ao serviço em um determinado grupo de oração e todos os seus membros participam deste mesmo grupo, estando sob a coordenação do grupo e tudo o mais, dizemos que é um ministério. · Se realiza um trabalho de evangelização de maneira mais independente, isto é, se as pessoas são de diversos grupos, ou diversos movimentos da Igreja, ou mesmo nem participam de movimento algum; convencionamos chamar de banda. Porém. Isto não quer dizer que um seja superior ao outro, ou mais santo, ou mais ungido... ambos têm toda condição de servir a Deus através de sua música. Ao contrário do que muitos imaginam, não existe nenhum problema com o termo banda. Apenas o que acontece é que, no caso do ministério de um grupo, existe toda uma estrutura por trás que o identifica diretamente como sendo da Renovação Carismática, enquanto que a banda, como possui um estrutura à parte dos grupos de oração, não pode ser definida como algo da Renovação Carismática, isto é, não fala em nome da RCC, não representa a RCC em eventos, e nem a RCC vai se responsabilizar pelo que esta banda vier a fazer em seus shows e apresentações. Esse é o mesmo caso de nossos irmãos cantores que levam uma carreira solo da música católica. De qualquer maneira, vale a pena dar uma conferida em Lucas 9,49s. 20. Os instrumentos utilizados pelo ministério devem ser “consagrados”? Não necessariamente. Pensemos juntos: Em algumas casas é costume ter-se, em separado, pratos, copos e talheres especiais para ocasiões festivas. Isto é muito bom, mas não é o mais importante, não é o essencial! Na verdade, os pratos não alteram em nada a qualidade da comida. A comida quando é boa pode ser colocada até em pratos descartáveis, que irá agradar da mesma maneira. Assim acontece com os instrumentos. Algumas pessoas e grupos preferem ter seus violões, ou guitarras, ou teclados, exclusivamente separados para o serviço do Senhor. Isto é ótimo. Porém não passa de uma opção. Bons instrumentistas da RCC, ao estudar teoria e técnica instrumental (para aperfeiçoar a nossa música), têm que fazer escalas de jazz, ou interpretar obras clássicas, ou re-harmonizar canções da bossa-nova... Nem por isto estão “contaminando” seus instrumentos ou a si mesmo, Deus não precisa de instrumentos “pré-consagrados”, ele precisa, isto sim, de músicos dóceis à ação do Espírito Santo. Os instrumentos, ora, estes se tornam consagrados a partir do momento em que chegam às mãos de instrumentistas que estão realmente na presença de Deus. 21. É pecado cantar (e tocar) música secular (de fora da Igreja)? Em princípio, não! Durante muito tempo foi costume em alguns meios se fazer uma rigorosa divisão entre a nossa música e a música “do mundo”. Mas não é bem assim. São Paulo nos fala que não estamos presos a leis humanas, mas à Lei do coração, escrita em nossa alma pelo próprio Jesus através de Seu Espírito (cf. Rm 2,12-29). Portanto, as nossas decisões devem ser pautadas por nosso discernimento. Existem músicas populares que, de fato, não são dignas nem mesmo de serem ouvidas por pessoas de bom senso, quanto mais cantadas pelos que desejam ser santos. Entretanto, existem outras grandes canções, também populares, cuja poesia, melodia, arranjos, muitas vezes, tocam fundo nos corações da gente. Não há mal algum em cantá-las! Deus nos deixa livres para escolher. Só é necessário que se observe onde estas músicas serão cantadas! Em ocasiões de caráter litúrgico é aconselhável que se observe as orientações da Igreja em seus Documentos específicos. 22. E a respeito de músicas evangélicas, podemos cantá-las? Há muitas pessoas que pensam ser errado tocar e cantar canções de origem evangélica ou mesmo a chamada “música gospel”, mas aqui também vale lembrar que o espírito Santo inspira qual nosso repertório e não devemos deixar que nossos preconceitos criem barreiras para isso. 23. Mas e se o coordenador do grupo de oração ou a coordenação diocesana da RCC proibir tocar estas músicas no grupo ou nos encontros? Neste caso estamos em um outro contexto. Devemos primar sempre pela obediência, não por uma mera submissão, mas por quê através da obediência é que construímos a unidade da Obra de Deus em nosso meio. Assim podemos até dialogar com a coordenação, expor nossas razões tranqüilamente; porém se, mesmo depois de ouvir nosso argumentos, a coordenação (do grupo ou da Diocese) solicitar que os ministérios não toquem determinadas músicas quando no grupo ou nos encontros, obedeçamos, ainda que não concordemos ou entendamos. 24. É errado fazer “paródias” cristãs com músicas que originalmente são seculares? A rigor, não. Chegamos de novo àquela questão: cantores de corações consagrados a seu Deus acabarão por consagrar naturalmente as canções que entoam. Existe um grande pregador da RCC que costuma dizer “Deus tem mais poder para abençoar que o “capeta” tem para “encapetar”. Porém, novamente é necessário que se observe onde estas músicas serão cantadas, bem como as questões relativas aos direitos autorais dos compositores. Talvez haja um problema também quanto à música que está sendo parodiada. Uma música secular que fira de alguma forma a doutrina ou a moral cristã, e que seja muito conhecida, mesmo que entoada com uma letra religiosa, pode trazer à memória dos ouvintes a mensagem da letra original, por causa da melodia que já está no inconsciente das pessoas. Por outro lado, conhecemos casos de pessoas que, de tanto ouvir a versão “convertida” da música parodiada, acabaram por substituir a mensagem da letra antiga pela nova mensagem. Por isso, de novo, o dom do discernimento é nosso grande trunfo nessas situações. 25. Que tipo de músicas podemos usar ou não em missas e celebrações especiais como casamentos, celebrações a Palavra etc? As diretrizes para o uso litúrgico da música não vêm da Secretaria Davi, mas, sim, da própria Igreja, através de seus escritos. Já do Concílio Vaticano II herdamos todo o Capítulo IV da constituição Sacrossanctum Concilium. No Brasil, a CNBB lançou o Documento 43 – Animação da vida litúrgica no Brasil, que merece especial atenção por parte de todos nós. No caso da RCC, encontramos algumas orientações específicas no Documento 53 – Orientações pastorais sobre a Renovação Carismática Católica, número 42, onde se recomenda que “os cantos e os gestos sejam adequados ao momento celebrativo e de acordo com os critérios exigidos para a celebração litúrgica”. Para que consigamos desenvolver um bom trabalho nesta área é necessário que conheçamos e procuremos pôr em prática estas orientações. A Secretaria Davi Nacional está agora implementando uma Assessoria de Liturgia, responsável pela elaboração de material de formação e contatos gerais a respeito de Arte Litúrgica. É importante lembrar, ainda, que a autoridade (inclusive para definir e alterar repertório) em uma celebração é do sacerdote que vai presidi-la, e não do ministério de música escolhidas para a missa ao sacerdote alguns instantes ou, melhor ainda, alguns dias antes da celebração. Isso vai evitar um bocado de problemas, com certeza. 26. Com quantos aos de idade o ministério já está pronto para gravar um cd? Bons ministérios que se acabaram simplesmente por quê deram o passo maior que a perna e decidiram gravar sem sequer consultar a vontade do Senhor. Outros vemos que têm tudo para gravar, boas músicas, bons cantores, apoio do grupo, e apenas não têm coragem, ficam sempre deixando tudo para “mais tarde”. Por isso, cada caso é um caso: o ministério que permanece em oração, que costuma estar à disposição de Deus para que Ele fale sempre, acaba por discernir a hora certa. Isso pode ser depois de dez anos de caminhada, como pode ser também logo no início de tudo. 27. E quanto aos estilos que usamos? O que dizer do uso de estilos como rock, forró, pagode e outros nas músicas da Igreja? Há alguns anos essa era uma questão que intrigava bastante os formadores da música na RCC. No entanto o Senhor tem-nos conduzido por caminhos muito novos especialmente nos últimos cinco anos. O que notamos em nossos dias é o aparecimento de grupos que estão buscando evangelizar através de diversos métodos: ir ao povo de uma maneira que o povo possa compreender. Isso é muito bom! Assim, o problema não está no estilo musical, mas no uso que fazemos dele! Aquela “reserva”, aquele “pé atrás” que muitos têm em relação ao rock, ao reggae, ao forró etc, não deixa de ser mais uma questão cultural, e o que precisamos, afinal, é nos livrar de alguns preconceitos que ainda cultivamos. Entretanto, é bom salientar uma observação importantíssima: Nossos ministérios não podem estar ao sabor da mídia! Aqueles que pensam “ah, vou gravar forró por quê está na moda” ou, então “olha, o reggae está vendendo muito, vamos direcionar nosso trabalho para isso”, bem que essas pessoas poderiam fazer uma revisão de sua postura quanto à música católica, avaliando a verdadeira intenção de seu coração. 28. O que a Secretária Davi Nacional diz a respeito das bandas e cantores da RCC que cobram cachê para tocar em shows e encontros? De fato temos verificado muitos problemas referentes a esta questão em todo o Brasil. Algo deve ser esclarecido lodo de início: a Secretaria Davi, a rigor, é uma espécie de “assessoria” ou “consultoria” voltada para os ministérios de música, dança, teatro etc que são ligados formalmente à RCC, o que ocorre, principalmente, através do grupo de oração. Mas a realidade é que a maioria dos irmãos que fazem os grandes “shows carismáticos” pelo Brasil afora não estão ligados a grupos de oração ou mesmo à Coordenação Diocesana da RCC. Assim, a Secretaria Davi não tem ingerência alguma sobre seu trabalho. O que podemos fazer é orientar as Dioceses, grupos e comunidades que os convidam a atuar em seus eventos. É preciso que lembremos que, de fato, shows, bandas, cd’s e coisas assim custam muito dinheiro, por isso esses irmãos têm um certo “custo operacional” para existirem e para poderem desenvolver seus trabalhos de evangelização. No entanto isso não é motivo para andarem exigindo absurdos tais como alimentos exóticos, hospedagens especiais, dezenas de toalhas brancas, viagens em classe especiais de vôo, depósito antecipado de grandes quantias como “sinal” ou “garantia”, contratos injustos de compra de seus produtos, motoristas à disposição em tempo integral e coisas assim. Parece exagero, mas infelizmente temos notícias de tudo isso e muito mais. Essas coisas têm gerado sentimento de rancor e mesmo intrigas em muitas Dioceses do Brasil, sobretudo por parte de quem chama o artista para fazer o show, ou apresentação, que por vezes acaba passando por grandes constrangimentos e até ficando com prejuízos financeiros. O grande desafio é justamente encontrar um ponto de equilíbrio. Como contribuir sem ser explorado? O ideal seria que baseássemos nosso planejamento na partilha fraterna. Ora, se fizermos um show e tivemos um bom resultado financeiro, então vamos partilhar de maneira justa com o irmão que cantou, com sua comunidade, com sua obra. Por outro lado, se tivermos prejuízos, aquele irmão ou banda deveria ter consciência o suficiente para partilhar de nossas dificuldades, ver as possibilidades e aceitar a situação como algo inerente ao passo no escuro que é o caminho de nossa fé. Infelizmente nem todos pensam assim, alguns artistas cristãos estão trabalhando exatamente como trabalham os que não conhecem a Deus e, por outro lado, muitas vezes quem organiza o evento só quer se beneficiar dos dons e da música daquele irmão, sem jamais partilhar. O que fazer, então? O Conselho Nacional da RCC lançou no final de 2001 uma carta denominada “reflexões e sugestões” sobre missionários que estão ligados formalmente à Renovação Carismática. Esta cartinha (disponível gratuitamente no site rccbrasil.org.br/ e encontrada na revista RenovAção, ano 3, número 12) traz entra suas dezenas de orientações, duas saídas bem práticas que geralmente surtem efeito: 1. Entrar em contato com a coordenação diocesana da RCC de onde mora o artista (ou banda) a ser convidado e perguntar com anda a sua caminhada, se ele colabora mesmo com a Renovação por lá etc. 2. Entrar em contato com lugares onde esse irmão (ou banda) se apresentou nos últimos meses e perguntar a respeito de ocasionais problemas ocorridos anteriormente e quais foram os resultados de sua atuação. É possível, ainda, consultar a Secretária Davi Nacional, principalmente se o convidado cai pregar também, pois, se não estão ligados à RCC, como vão direcionar os trabalhos de nossos ministérios? No final das contas, todo profissional tem o direito de cobrar o que quiser por seu trabalho, mas a organização do evento só convida se quiser. Não somos obrigados a ter “Fulano” ou “Sicrana” em nosso encontro ou show! É analisar a proposta e discernir o que é melhor. Se for o caso, é só dizer: “meu amigo, sua música é muito bonita, mas se suas condições são estas e eu não posso arcar com elas, então não dá pra vir ao nosso encontro”. 29. Não é melhor evitar a palavra “Artista” em nosso meio? Quando, em abril de 1999, o Papa João Paulo II quis escrever algumas palavras de exortação e encorajamento para aqueles que se utilizam da Arte para falar de Deus e com Deus, escreveu sua maravilhosa Carta aos Artistas (à venda por aproximadamente um real e oitenta centavos nas livrarias católicas). Você acha que ele utilizaria uma palavra dessas no título de sua obra se fosse algo errado ou mesmo perigoso? O medo de ser considerado um artista é mais um preconceito que trazemos, na maioria das vezes por quê a ligamos com os artistas desregulados que se entregam às drogas e vendem sua Arte ao inimigo. Mas, na realidade, temos a missão de resgatar este termo para o Reino de Deus. Somos artistas, sim; nosso Deus no fez assim. E que todos os nossos esforços sejam despendidos rumo à Sua Vontade, nosso Paraíso!
Posted on: Sun, 22 Sep 2013 12:08:52 +0000

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