Poema de um brasileiro Morreu um brasileiro. Estava - TopicsExpress



          

Poema de um brasileiro Morreu um brasileiro. Estava indignado, Contra o governo, a corrupção, a Copa do mal dito e o não falado. Morreu enquanto lutava, no auge dos seus dezoito anos! Quem o matou? O governo desestabilizado? Um protesto mal liderado? Um líder velado? Não! Dizem que foi um pobre motorista assustado! Manchete de jornal: Queria passar por onde estava o povo reunido, protestando, num gueto! Foi na cidade de Ribeirão Preto. Já não importa, está morto - o coitado. Mas o que dizem os protestantes? E os protestados? Quase nada. Foi só uma vida acabada antes do combinado. Nenhuma manifestação, nenhum lamento mais exacerbado. Acidente de percurso. Veículo mal orientado. Nós somos civilizados, organizados, estudados. Graduados, especialistas, mestres, orientados. Certamente a causa é mais importante do que o mal causado! É esta a justificativa para o que não é feito e principalmente para o que é feito errado. Isso é o que diz o governo - logo, também é o que diz o governado. Tudo é permitido, possível e liberado. Ninguém dá muita atenção - foi apenas mais um jovem matado! Nem dá para culpar o culpado, também ele tem o seu lado... Num país em que brasileiro nasce, vive e morre ´´pelado´´. Morreu mais um brasileiro, foi atropelado. Não sei. Mas sempre achei que protesto tem que ser organizado, liderado, justificado. Fica mais fácil de responsabilizar quem deve ser responsabilizado; é mais fácil evitar o vândalo, o bandido mal intencionado, infiltrado; e fica mais possível se atingir o objetivo almejado. Mas também sei. Logo, logo vai aparecer um cara, rosto limpo ou barbado. Dizendo ser o negociador, talvez já negociado. E aí, como não sabemos de onde veio e nem para onde vai o já iniciado... é provável que acabe como sempre no Brasil tudo é acabado; quem sabe um partido, um movimento, um candidato, um prefeito ou presidente eleito, ou derrotado, impeachment (até o termo é importado). É mais fácil ir prá rua, acusar o governo, o prefeito, o deputado. Mas e nós? Qual é o nosso lado? Sempre parados. Só nos mexemos, quando todos se mexem, quando ganhamos certificado! Aí somos povo, somos gente; gostamos de ser massificados. E tudo recomeça. Pois ainda não aprendemos que a diferença se faz no dia a dia e em atos isolados, meus e teus - a cada segundo de vida que nos é dado. Não se muda nada para sempre se o interior de nosso coração e mente, não for mudado. É cada um. Quando vota e é votado, candidato e empossado que muda o que deve ser mudado. É a ética, a moral os princípios que nos são ensinados. Todos sabemos o que é certo e o que é errado. Ah! Sim, às vezes depende apenas de onde estamos, de qual é o nosso lado. E já mudamos, nos deixamos ser mudados. Isso é o Brasil, onde a cada instante, morre um brasileiro! De fome, de sede, de frio, de ignorância e de ignorado. Abandonado - ali no orfanato da Rondinha, na porta do MIC, na praça da Matriz onde damos alguns trocados. Tem pai, tem mãe, tem culpa sem ser culpado... e o básico, o simples, o essencial, ninguém faz, pois não se sente responsabilizado... A culpa é sempre do outro. Do que governa e não do governado. Do eleito e não do eleitor. O bom não se candidata, não quer ser mal falado. Eu tenho medo de ser crucificado! Hoje tem noticiário. Vai passar que morreu mais brasileiro. Mais um que foi matado! Talvez eu assista... se não for na hora da novela ou do seriado. Dirceu José Legroski 21/06/2013
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 13:06:50 +0000

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