TEMPOS QUE FICAM MARCADOS Em 1964 multidões marcharam por “DEUS, FAMÍLIA E LIBERDADE”. Lutávamos contra o comunismo. Assim acreditávamos eu, aos quatorze anos, e meus colegas de escola, quando fomos liberados pelos professores para participar das manifestações. No entanto, era o preâmbulo de uma DITADURA que durou vinte e um anos. Em 1968, marcharam novamente pelas ruas milhões de estudantes, trabalhadores e populares em geral, por democracia e liberdade, contra a ditadura militar. Hoje, de forma surpreendente, sem “ameaça de comunismo”, sem ditadura militar, milhões de jovens saem às ruas lutando por transportes, educação e saúde. Saem às ruas contra a violência que abateu sobre uma manifestação pacífica contra o aumento dos transportes, em São Paulo. Junto às demandas iniciais, muitas outras surgiram. Os jovens agora lutam por mais dinheiro para a saúde. Lutam por mais recursos para a educação. Lutam pelo fim da corrupção. Lutam para acabar com o foro privilegiado das autoridades. Lutam contra o preconceito do projeto da Cura Gay. Lutam contra as despesas bilionárias para uma Copa da FIFA, quando prioridades nacionais são colocadas em último plano. Lutam pelo direito ao transporte público. Lutam contra a PEC 37 que provocaria o consequente enfraquecimento do Ministério Público. Assim como me envergonho de haver ingenuamente engrossado as manifestações que culminaram com o Golpe de 1964, tenho imenso orgulho de ter participado ativamente das manifestações de 1968 e das lutas contra a ditadura. Escrevo isto aqui, não para dar lições ou conselhos à juventude. Escrevo com o coração aberto, manifestando meu apoio e confiança que a juventude, que agora se manifesta, não se deixará manipular e encontrará um caminho de democracia e liberdade. Ditadura nunca mais! Luiz Fenelon
Posted on: Fri, 28 Jun 2013 18:25:35 +0000
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