Você se lembra do Santuário dos Pajés? Este território indígena, no coração do Distrito Federal, ganhou muita visibilidade em 2011, por ter sido tratado como um "empecilho" à construção do Setor Noroeste. Foi duramente atacado, tanto por difamação, pela mídia, quanto por ação direta, pelos quem tinha interesses escusos no terreno. Veja bem este vídeo: youtube/watch?v=9v9AGCvup3Y. A ação policial, de atacar antes e perguntar depois, para dissipação de um movimento social de resistência, não lembra a atuação da polícia nas Marchas de Junho? Esta estratégia não é desconhecida pelos povos indígenas. Todas nós lembramos da professora de história contando da ação massiva de destruição de tribos indígenas, no processo de colonização do Brasil. O que esqueceram de contar é que esta perseguição ainda ocorre, e ainda de maneira colonialista; desta vez, em nome do desenvolvimentismo. Os povos indígenas estão fartos de invasões em seus territórios, buscando legitimações posteriores em ações judiciais; estão fartos de envenenamento de suas águas - ou, como vem acontecendo no Setor Noroeste, de desvio de suas águas; estão fartos de serem reduzidos a ideais colonizadores; estão fartos do assalto de sua autonomia; estão fartos das constantes tentativas de roubarem suas identidades. Estão fartos de serem invisibilizados, difamados e atacados. Todas nós estamos fartas destes abusos. Como se não fosse o bastante, o ataque agora vem diretamente do Estado: dezenas de medidas estão sendo tomadas para dizimar as terras de ocupação tradicional indígena. Medidas como a PEC 215/00, a PEC 38/99, a PL 227/12, a Portaria 2498/11, a Portaria 303/12, a inoperância das demarcações, a judicialização das demarcações, entre outras. No DF, a origem dos ataques são facilmente identificáveis: os donos de poder estão todos relacionados. A Terracap que vende lotes e arrenda terras para monocultura é a mesma que financia as campanhas de governador. Os governadores já financiados por ela são os mesmos que detém relações extremamente próximas aos donos das construtoras favorecidas. E o Estágio, que era pra ser feito sem financiamento público, como é que torrou a receita da Terracap (clicabrasilia.br/site/noticia.php?construcao-bilionaria--de-estadio--seca-receita--da-terracap&id=483244)? Enquanto isso, o território - mínimo - que sobrou para o processo de demarcação do Santuário dos Pajés sofre com invasões, visando mais terras para loteamento do que se pretende ser a expansão do Noroeste (clicabrasilia.br/site/noticia.php?mp-pede-a-paralisacao-das-obras-de-expansao-do-noroeste&id=487068). Será que está na hora de abrir a caixa preta? Em nome de quê(m) está o Direito à Terra? A defesa dos direitos indígenas é a defesa do direito a um modo de vida distinto, cuja relação com os demais não deve ser ditada autoritariamente pelo modo de vida ocidental colonizador. Dia nove, às 17h, será realizada um Ato Nacional em Apoio às Causas Indígenas. Se o Gigante acordou, que ele se junte a quem sempre lutou pelo que é, também, dele. #vemprarua #santuárionãosemove via Movimento Honestinas
Posted on: Wed, 07 Aug 2013 16:36:37 +0000
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