Hospital Universitário de Natal decreta demissão em massa Do - TopicsExpress



          

Hospital Universitário de Natal decreta demissão em massa Do blog enfermoenfe.blospot “Você está demitido”. Quem já não temeu ouvir essa frase? Sem ter acertado na Mega Sena acumulada, e com as contas do final do mês pra pagar, qualquer um(a) receia essa expressão. Centenas de trabalhadores do Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL, contratados pela FUNPEC, foram convocados para uma reunião no dia 10/07/2013, às 10h00min. Quanto aos que estavam de férias, tiveram que interrompê-las de imediato (por acaso é um estado de calamidade em que se interrompa o gozo de férias?). À convocatória, redigida pela diretoria de gestão de pessoas do hospital, antes denominada Recursos Humanos, mudou-se a nomenclatura, mas a lógica é a mesma: valorização humana e profissional por aqui é impossível! O diretor de gestão de pessoas apresentou aos presentes os encerramentos de todos os contratos de trabalho; as pessoas teriam que assinar o aviso prévio coletivamente. Como assim?!!! Somos uma unidade de serviço em saúde e não uma fábrica, montadora ou escritório, que podem decretar demissão coletiva, baixar as portas e depois voltar a funcionar com outra administração, ou logomarca. Afinal, o nosso labor praticado 24 horas por dia, sem poder parar um só minuto, é com a vida e a saúde do ser humano. Como então descontinuar nossa prestação de serviço? E cadê os novos contratados para impedir que haja solução de continuidade? Esse é apenas mais um exemplo de como somos vistos, do tratamento dispensado a nós, trabalhadores da saúde. Para eles, apenas uma força de trabalho, substituída ou esquecida a qualquer momento, sem observar o zelo por outrem. E o que essa Instituição entende por gestão de pessoas? Alguém pode nos esclarecer, por favor? Já não basta a grande maioria de profissionais com um vínculo de trabalho precário, voluntários, estagiários, acadêmicos e residentes, todos tendo que lidar com as diversas complexidades de tratamentos?!! É estagiário obrigado a assistir pacientes graves, gravíssimos, e sendo todos tratados como mão de obra? Para se ter uma ideia, mais de 130 Técnicos de Enfermagem são estagiários, recebem R$ 370,00, e são obrigados a se matricular em cursos, chegando a desembolsar cerca de 50% do que recebem para pagar mensalidades por um período de 2 anos (esse artifício é utilizado para caracterizá-los como estagiários), quando na prática são mão de obra barata e explorada. E como se não bastasse, para agravar a situação de pessoal, a Reitoria da UFRN, através do banco de equivalência, quando servidores se aposentam, lhes é conferida a autoridade de realizar concurso público para substitutos dos cargos, e esta prática vem transformando as vagas surgidas dos Auxiliares de enfermagem, que se aposentam, em vagas para técnicos administrativos e lotando os aprovados no Campus Universitário. A UFRN a cada dia tem ampliado suas vagas em cursos de graduação, pós graduação; o HUOL, concomitantemente, aumenta a carga de serviços, e ambos, sem observar o quantitativo de pessoal, promovem um crescimento Institucional desordenado. Quando do adoecimento de pessoal, não faltam frases feitas como “só vive colocando atestado médico”. Essa realidade é a cara da EB$ERH. Acionem aí os direitos humanos!!!! O mito que é possível fazer saúde com profissionais recrutados de qualquer maneira e pagos por tarefa cumprida será desfeito! A adoção de uma política de “cortadores de cana”, que recebem por produção e de forma sazonal, implantada no setor de saúde, nestes últimos anos, é absolutamente incompatível com um Estado responsável pela saúde da população. O sentimento de insatisfação imposto aos trabalhadores da saúde no Brasil precisa ser removido. O prazer pelo trabalho, a dedicação ao paciente e o compromisso pela saúde da população terão que ser resgatados. O ambiente de trabalho destes profissionais precisa ser reestruturado, tornando-se adequado à boa prática da promoção à saúde. A tecnologia, a gerência racional, as organizações de saúde pouco estruturadas, a violência urbana e até mesmo a violência nos ambientes de trabalho, os salários baixos e a ausência de carreira profissional fortalecem este estado de vida contrariada de nossos profissionais de saúde. Da mesma forma que devemos nos sensibilizar com o combate à fome no País, precisamos, sem exageros, combater a cultura de “desumanização” do trabalho dos profissionais de saúde. Este deverá ser um grande programa nacional de humanização dos RH. Fonte: whqlibdoc.who.int/publications/2002/8587943278_por.pdf
Posted on: Wed, 14 Aug 2013 18:08:07 +0000

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