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03 - A matéria prima de Deus é a Sua palavra cezarazevedo.br E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E houve luz. (Gn 1.2,3) Sempre que alguém se depara com a questão da divindade, sua maior preocupação é descobrir como Deus age e o que pode ser feito para agradar-lhe. Mesmo entre aqueles que adotam para si ídolos, acabam por desenvolver intrigados e complexos sistemas de oferendas para obter o beneplácito deles. Todavia a maior parte dos rituais é feito sem convicção de seu fundamento, se assemelha mais um processo de tentativa e erro. Aliás, muitas superstições nada mais são do que mero ajuste de probabilidade, aproveitando-se da falibilidade da memória humana. Agora o que é mais admirável em relação a verdade revelada é que Deus só tem um único jeito de fazer as coisas e isso está de acordo com Sua imutabilidade. Uma vez compreendido este princípio, tudo o mais se ajusta a ele. Obviamente não estamos falando dos juízos e caminhos divinos, porquanto, como ressaltou o apóstolo Paulo, eles são insondáveis e inescrutáveis (Rm 11.33), mas do princípio divino que subjaz tudo quanto faz. Assim como o primeiro verso da Bíblia anuncia Deus como o Criador de todo o universo, o verso três demonstra como Ele fez para moldar tudo quanto hoje podemos apreciar. Deus moldou o universo mediante a Sua bendita palavra e, por todas as Escrituras este é o modo de Deus atuar em meio aos homens. Não existe nada mais tênue do que a palavra, em certo sentido podemos dizer que é apenas um deslocamento de ar com efeito sonoro trazendo algum senso de significação. Entre os humanos, a voz acontece por meio da vibração das cordas vocais que é movida pelo ar que sai dos pulmões. Se nós, entretanto, pararmos em um determinado ambiente e emitir uma ordem, como por exemplo: mesa, mova de lugar, nada acontecerá. O poder que temos na voz se apresenta em um sentido mais abstrato, não físico, ainda que alguns equipamentos são construídos para funcionar sob o comando da voz. Contudo não há nada mágico neles, antes são programados para executar determinados comandos pela associação do sentido do som que recebem, convertendo vibrações em instruções. O fato é que, entre os seres humanos a voz não lhe dá este poder que vemos no verso três do capítulo inicial de Gênesis: Deus diz: haja luz e ouve luz. Deus fala e acontece, causa e efeito direto. Este é o jeito revelado do modo como Deus realiza as Suas obras: pelo poder da palavra. A relação entre Deus e Sua palavra é tão profunda que Seu próprio Filho é conhecido como “o Verbo” (Jo 1.1). Por verbo no sentido etimológico entendemos como sendo as “classes de palavras que, do ponto de vista semântico, contêm as noções de ação, processo ou estado, e, do ponto de vista sintático, exercem a função de núcleo do predicado das sentenças; predicador” (Houaiss). Aplicado ao Senhor, podemos dizer que o Verbo é o poder de Deus em ação, porquanto logo após o Verbo ser apresentado, se diz dele: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Assim, podemos declarar que o Verbo é o princípio do princípio de todas as coisas. Antes dos céus e da terra existir, só Deus existia. Seja como for que tenha sido isso, do silêncio do recôndito de Seu ser, em dado instante, se ouviu uma única ordem, a sua primeira ordem audível que nos foi revelada: “Haja luz” (Gn 1.3). Precisamos observar que a luz que Ele cria no mundo físico nada mais é que a expressão de quem Deus é, porquanto está escrito: “... Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (I Jo 1.5). Palavra esta dada pelo apóstolo João que está em sintonia com àquela proferida pelo apóstolo Paulo: “aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém!” (I Tm 6.16). É sumamente compreender este detalhe da criação. Muitos pensam que o universo é uma emanação de Deus. Por emanação, do ponto de vista filosófico, conforme proposto por Plotino (205-270) ou Schelling (1775-1854), corresponde ao “processo no qual a divindade suprema irradia, emite ou propaga sua própria substância, criando o universo, uma extensão de sua natureza divina, de maneira processual, contínua e permanente” (Houaiss). Quem advoga esta tese crê que há vida divina nas coisas, nas árvores, na natureza, na chamada “mãe terra”, enfim, no universo como um todo. Nesta acepção tudo emana de Deus, irradia do Criador, portanto há uma chama divina inata em todo ser, por consequência se é possível alcançar algum padrão da divindade tão somente buscando esta fagulha interior existente em cada um. Todavia o terceiro verso da Bíblia desfaz esta confusão, visto que, em sendo Deus luz, Ele não extraiu de si este componente e irradiou no universo, antes, pelo contrario, criou outra substancia completamente distinta dEle, contudo, salvo as proporções, representativa dàquilo que o próprio Deus o é. Quem conhece a Bíblia e entende o modo de Deus agir, sabe que não há espaço para mesclar Deus e o universo como sendo uma única coisa. São completamente distintos, Deus criou os céus e a terra, contudo um e outro permanece completamente íntegros em suas identidades. Se aprouver a Deus aniquilar completamente o universo criado, se isso fosse possível, não o é, pois é contrário a Sua natureza, ainda assim, tudo voltaria ao que fora antes do princípio, haveria tão somente Deus e nada do que teria sido aniquilado Lhe haveria de afetar. Por ter clareza deste entendimento que o autor aos hebreus sintetizou a criação do universo nestas palavras: Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Hb 11.3) Precisamos fazer uma pergunta a nós mesmo: por que o entendimento que o universo foi criado pela palavra de Deus é produto da fé? Por uma simples razão, não estávamos lá para comprovar, recebemos este conhecimento por revelação dada por Deus e, alinhado a esta mesma revelação, entendemos que a criação feita mediante a palavra de Deus está em harmonia com tudo quanto o Senhor nos fez conhecer acerca dEle mesmo. Aliás a fé não é definida como um salto no escuro, antes “... a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). Muito do que foi criado pelo homem e posto ao nosso uso é fundamentado em conhecimentos que nós não podemos ver como os inventores o viram, contudo temos confiança para usar o produto com a mesma convicção vinda dos seus idealizadores. Nós não exigimos destes cientistas que faça conhecido o fundamento de seu conhecimento, exemplificando, não bebemos coca cola por conhecer sua fórmula, apenas sabemos que ela existe e está implícita no produto que temos na mão. Do mesmo modo podemos aplicar esta lógica no conhecimento provido espiritualmente por Deus, temos convicção que a criação do universo se Deus mediante a palavra de Deus, de modo que é uma imensa tolice achar que estudando a matéria criada poderemos encontrar a sua própria origem. Haverá um instante de ruptura entre a criatura e o Criador e não haverá força, conhecimento ou coisa alguma neste mundo que possa suprir este ponto de ruptura. Deus e Sua criatura são duas coisas completamente distintas uma da outra. Se a palavra de Deus é o meio pelo qual tudo foi criado, então persiste em ser o modo como Deus se relaciona com o homem. Cai por terra qualquer artifício de interpor qualquer coisa que seja como intermediário deste processo. Assim, não é próprio de Deus usar ou aceitar ídolos como intermediários da manifestação de Seu poder, bem como símbolos exotéricos, aparatos místicos, oferendas de qualquer espécie, instrumentos como sal grosso, toalhas, velas, óleos ou qualquer outro produto que seja objeto dos sentidos humanos: visão, audição, tato, olfato ou paladar. Paulo, reforçando esta verdade, escreveu: “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (II Co 4.18). Há uma passagem nas escrituras que bem ilustra este princípio. Pedro voltara de uma pescaria infrutífera. Depois de emprestar o barco para o Senhor Jesus ministrar a palavra a multidão, este ouviu do Senhor: “faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar” (Lc 5.4). Ao que Pedro prontamente respondeu: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede” (Lc 5.5). O resultado foi uma pescaria tão surpreendente que os barcos quase foram a pique pela quantidade de peixe contido nas redes. Observe que Pedro confiou unicamente na palavra proferida pelo Senhor, não aplicou a ela nenhum tipo de intermediação com qualquer objeto que fosse, habito este que só produz mercantilismo da religião e almas enganadas em seus sentidos primários. Podemos concluir dizendo que a Bíblia é a palavra de Deus. Ela nos faz conhecer o que Deus tem revelado acerca de Si mesmo. Já no primeiro verso nos deparamos com a soberania divina, sendo-nos apresentado como o Criador dos céus e da terra, portanto de tudo quanto possa existir que não seja o próprio Deus, este eterno e imutável. No terceiro verso entendemos que Deus criou a luz mediante a Sua palavra, o que implica dizer que Sua criação é mera sombra de Si mesmo, bem como completamente distinta dEle.
Posted on: Sun, 02 Jun 2013 19:16:22 +0000

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