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28.JUN.13 - 21:11 Quem tem medo da China? Mais de um terço da receita da Vale vem do gigante asiático. Sua desaceleração econômica pode afetar o resultado da mineradora brasileira Por Rosenildo Gomes FERREIRA e Denize BACOCCINA Crescer em ritmo chinês se tornou sinônimo de expansão em dois dígitos nos últimos 20 anos. E poucas empresas souberam aproveitar o apetite do gigante asiático por commodities como a Vale. Em 2002, suas vendas para a China foram de US$ 330 milhões. Em apenas uma década, elas se multiplicaram por mais de 50, representando 37% do resultado operacional da mineradora brasileira em 2012. O segundo país mais importante é o próprio Brasil, com 16,9%, seguido pelo Japão, com 10,3%. O desempenho da economia chinesa, portanto, se tornou vital para a Vale. Se ela cresce, a Vale vai muito bem. Se os sinais são de desaceleração, a Vale sofre. Para baixo: investidor chinês se assusta com queda do preço das ações em 24 de junho Foi o que aconteceu na semana passada, quando ficou claro que o gigante chinês deve crescer apenas 7% (uma ninharia para os seus padrões), depois que o Banco Popular da China, o banco central do país, afirmou que as instituições financeiras deveriam ser mais rigorosas com o mercado de crédito. As ações da companhia comandada pelo executivo Murilo Ferreira caíram 6,8% em uma semana, contra 1,3% do Ibovespa. Em um ano, os papéis da mineradora acumularam queda de 32,8%, cotados a R$ 26,7 na quinta-feira 27, o menor patamar desde agosto de 2009. “Além da dependência da China, a Vale está pagando o preço do cenário internacional”, diz Victor Penna, analista do Banco do Brasil. Essa sinodependência é boa para a Vale? Com a palavra, José Carlos Martins, diretor de ferrosos e de estratégia da mineradora brasileira: “Isso é uma grande besteira, pois as empresas não escolhem seus mercados”, diz ele. “Vendemos onde existe demanda.” O executivo argumenta que existe uma leitura equivocada em relação à economia chinesa. “No período de janeiro a maio, o setor siderúrgico encolheu 30% na Europa, em relação a 2008, enquanto cresceu 10% na China, em comparação com igual período do ano passado.” Apesar disso, a empresa deixa claro que respeita a posição de investidores e analistas. “O mercado é soberano”, afirma Martins. ELE TEM! - momento delicado: além de se preocupar com o ritmo de crescimento da China, Ferreira, presidente da Vale, também terá de lidar com as mudanças na sistemática de cobrança dos royalties s obre a mineração no Brasil “Contudo, não posso deixar de lembrar que eles também erram, como aconteceu em 2008, quando ninguém foi capaz de prever a crise econômica global.” Na visão do executivo, não somente a Vale, mas também o Brasil e outras tantas empresas globais e países, dependem da Ásia, que ainda deverá se manter como um mercado importante para as empresas do Ocidente. Martins cita como exemplo o fato de diversos países asiáticos viverem um intenso ritmo de urbanização, o que faz com que a demanda por matérias-primas se mantenha aquecida. Mas, se é verdade que a época da exuberância em relação à demanda por commodities acabou, também é correto dizer que a procura deverá seguir aquecida ainda por muitos anos. “Do ponto de vista do minério de ferro, a situação é tranquila”, diz Martins. Para garantir sua competitividade, a Vale mantém um forte programa de redução de custos e despesas. Apenas em 2012, a economia chegou a US$ 3,4 bilhões. Os problemas da Vale não se resumem à desaceleração da economia chinesa. Desde junho de 2011, quando chegou ao recorde de US$ 170 a tonelada, o preço do minério de ferro, o principal produto de exportação da Vale, vem caindo. Na semana passada, era vendido a US$ 114. Bem menos do que nos últimos anos, mas ainda muito acima da cotação de uma década atrás. No entanto, nem tudo são más notícias. A Vale ganha com a valorização do dólar, pois conta com a maior parte dos custos em reais e 60% das receitas na moeda americana. A vinculação com a China também tem outro lado positivo: mesmo crescendo em ritmo menor, o mercado chinês é certo e a dependência é mútua. O minério brasileiro e o australiano são fundamentais para a produção de aço na China. Não é apenas no front externo que a Vale precisa ficar atenta. No Brasil, um projeto que foi enviado ao Congresso no dia 18 de junho aumenta para até 4% do faturamento bruto o valor dos royalties pagos pelas empresas. A alíquota atual é de até 3% do faturamento líquido. “O aumento da alíquota é significativo, não vou dizer que estamos celebrando”, disse Murilo Ferreira, presidente da Vale. Por outro lado, ele acredita que a mudança das regras de concessão de licenças ambientais vai beneficiar a empresa. “Vamos pagar mais, mas a simplificação será muito positiva”, afirmou Ferreira.
Posted on: Sat, 29 Jun 2013 01:07:55 +0000

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