2ª CRÔNICA REMINISCÊNCIAS: DIVERSÕES Por: Luiz Sérgio de - TopicsExpress



          

2ª CRÔNICA REMINISCÊNCIAS: DIVERSÕES Por: Luiz Sérgio de Carvalho Recentemente, conversando com diversos amigos, alguns emitiam opiniões sobre as últimas férias em Portel. Os conceitos eram variados em relação às opções apresentadas à população. Regularmente, durante esse período a cidade recebe pessoas oriundas de várias localizações desse nosso Marajó e se torna imperativo que se ofereça a essas pessoas alternativas de diversões. Determinadas pessoas me confidenciavam que foram as melhores férias dos últimos anos, pois foi oferecido ao visitante de nossa cidade um grande leque de escolha de lazer. Eu aqui matutando e perguntando a mim mesmo se na atualidade a cidade é mais divertida do que era na época em que nosso município era menos populoso e recebia poucos turistas. Assim pensando, resolvi dedicar essa crônica escrevendo sobre as alternativas de divertimento que a cidade possuía no final dos anos 70 e em toda a década de 80. Começaremos pelas opções noturnas. Nessa época existiam várias sedes dançantes, e vou confessar a vocês, eram as melhores alternativas de lazer daquele tempo. As tradicionais famílias portelenses participavam com alegria das noitadas de festas que eram realizados aos sábados e domingos. Vou lembrar a vocês alguns locais que se destacaram e hoje, se ainda existissem, teriam que ser declarados patrimônio histórico deste município. Na Rua Hugo Carlos Sabóia, existiam duas sedes sociais dançantes, como os locutores (DJs) as intitulavam e o curioso é que as duas se situavam uma ao lado da outra, sendo separadas pela Rua 7 de Setembro, e o mais fantástico era que as duas viviam abarrotadas de brincantes com promoções festivas sendo realizadas ao mesmo tempo. É gratificante para mim lembrar da sede Social Vitória Régia, de propriedade do saudoso Sr. Benedito Dentista, como era carinhosamente cognominado, e de sua esposa D. Lucimar, mulher de destaque da sociedade portelense, co-fundadora do Clube de Mães de Portel, onde hoje funciona a creche Odiléia da Silva Brito. Era comum escutar do alto-falante a frase que identificava a sede e a aparelhagem de som: “Guerreiro Tubinambá, meu toque de amor, estamos falando diretamente da sede social Vitória Régia...” E assim o Dj Reginho (vulgo chitão) comandava e convidava a população a participar da festa dançante. Parafraseando a canção, eu exclamo, “ai que saudade me dá do Vitória e da época em que as pessoas iam se divertir e voltavam para casa contentes, cansadas, mas satisfeitas, é o que é importante, sem que no interior da sede houvesse acontecido alguma confusão mais grave , diferentemente do que acontece hoje. Como eu falei, ao lado do Vitória existia o Rondonista Tabajara, de propriedade do Sr. Alípio Borges, ali também a diversão era boa e o brincante era recebido com algumas frases de boas vindas escritas nas paredes, tal como “aqui está minha família para receber a sua”. Outra sede social era o Fabril, local de memoráveis bailes carnavalescos, na minha opinião, os melhores da cidade, pois tinha como participantes famílias conhecidas, tal como Carico Cardoso, Maxicão e outros. Não tem como não mencionar o Camel, é imprescindível dizer que estou fazendo alusão ao Camel da Rua Duque de Caxias, onde foram realizados muitos bailes inesquecíveis e que era uma sede elitista, pois os bailes não eram frequentes e só participavam pessoas da sociedade portelense da época. Eu próprio cheguei a participar de alguns bailes no período de minha adolescência. É imperativo citar aqui a sede do Amazonas, que ficava ali onde hoje é a Pousada do Nicanor. Pouco posso falar mas me recordo que ali, quando menino, vi a apresentação de um grupo folclórico, porém, seu forte eram os bailes dançantes realizados com a participação de conjuntos musicais tal como Sete Irmãos e Os Manarijós que tinham como integrantes músicos da terra que hoje ainda recordam os bons velhos tempos, gente como Geco, talentoso vocalista, e Artur Cunha, um exímio guitarrista, que embalavam os bailes com as boas canções da época, dentre outros. Não se pode deixar de incluir nesta lista sedes dançantes como o Pipira e o Pega Pau, onde diversa vezes cheguei a participar de alguns bailes. Como citei anteriormente “ai que saudade me dá do Vitória, do Rondon, do Camel e das outras sedes que nos divertiram tanto”. Por aqueles tempos poucas pessoas tinham televisão na cidade e o sinal recebido demasiadamente ruim, todavia, para suprir essa ausência, havia uma outra opção de diversão, o Auditório Manarijó, que exibia filmes sempre após as missas, filmes esses sempre antigos, basicamente películas de Karatê e Faroeste, porém, as pessoas adoravam. Hoje funciona como opção de realização de eventos diversos. Quem não lembra da Praia do Areião? É, pois ali muitos amigos meus se divertiram jogando bola. Ali onde estão aqueles barcos secava de uma forma que permitia a prática do futebol e o ápice era sempre depois do meio dia quando os boleiros se dirigiam à praia e eram tantos que era necessário formar vários times, que na época se dizia “grade”. Hoje onde é a Feira do Produtor existiram várias quadras esportivas e o mais curioso é que as pessoas davam preferência para jogar bola em uma quadra de basquete cujo objetivo era acertar a estrutura onde estava fixada a placa do aro de basquete. A quadra de futebol de salão, acreditem, era praticamente um elefante branco, pois era pouco utilizada. Ainda existia uma quadra de voley com piso de areia que era utilizada por adolescentes e jovens que se destacaram na prática do esporte, tal como, Roberto Batata, Zé Cláudio, Rildo do Fórum e acreditem, o velho e conhecido Curió, levantador de talento de um time Chamado Tchotcha. Outra opção de lazer era a Praia do Arucará, porém, diferentemente do que é hoje, era um local saudável, higiênico, sem fossas e que dava prazer adentrar nas águas e se deliciar com as marolas, e também, catar ostras, o que hoje não se pode fazer. Também não se pode deixar de mencionar o Campo do Amazonas onde nas tardes de domingo a população ia apreciar a rivalidade entre os times do Camel e Fabril. Pois é, volto a me perguntar, quais as opções de diversões são as melhores? Dos tempos atuais ou daquele tempo? Penso que cada período tem seu valor, as pessoas têm comportamento diferente e valores diferentes, no entanto, eu prefiro a época em que eu saia do Vitória ou do Rondon de madrugada com uma namoradinha do lado, seguia de mãos dadas pelas ruas da cidade até a Praia do Arucará e não era importunado por ninguém.
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 21:19:35 +0000

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