A CSP-CONLUTAS fortalece e mobiliza os trabalhadores a pressionar - TopicsExpress



          

A CSP-CONLUTAS fortalece e mobiliza os trabalhadores a pressionar o Governo Dilma e CUT e Força Sindical pisam no freio para barrar as mobilizações, mas não conseguiram. A CSP-CONLUTAS e os Setores dissidentes da CUT saem fortalecidos. Por Valério Arcary! Dia 30 de agosto: uma forte paralisação a nível nacional, apesar da CUT e da Força Sindical No dia 30 de agosto, apesar do freio das centrais governistas, ocorreu uma forte mobilização a nível nacional, ainda com desigualdades regionais. Aconteceram greves no país inteiro, com destaque para petroleiros, construção civil, metalúrgicos, funcionalismo público federal, estadual e municipal. Em sete cidades houve paralisações total ou parcial do transporte público gerando um clima de paralisação geral. Ocorreram cortes nas estradas e dentro das cidades, junto com atos e passeatas. No Rio de Janeiro, os professores estaduais e municipais em greve assumiram a bandeira Fora Cabral e se somaram ao dia 30. Bancários do centro da cidade se somaram a mobilização. Os operários da construção do Comperj entraram em greve, assim como os das empreiteiras da CSN de Volta Redonda. Houve paralisações de petroleiros e do funcionalismo público federal. Em BH, os professores estaduais pararam suas atividades , junto com funcionários da saúde privada. A CSP Conlutas junto com o movimento popular bloqueou os terminais de ônibus de Barreiro e Diamante parando parcialmente o transporte público nessas regiões. No interior , os trabalhadores da minas da Vale e da CSN pararam , junto com metalúrgicos de Itajubá e outras cidades. Em P. Alegre, os professores estaduais pararam suas atividades, além de outras categorias. O transporte público, tanto metrô como ônibus, foi paralisado por uma parte do dia. Na cidade de São Paulo, a mobilização foi pequena , em função do boicote da CUT e Força Sindical. Mas ocorreram algumas paralisações (como na USP) e em algumas fábricas. No interior do estado, houve paralisações regionais de peso em São José dos Campos (a GM parou junto com 24 outras fábricas da região) , Santos (unindo a greve na refinaria de Cubatão, com cortes na rodovia Anchieta e outros locais) e outras cidades. Em Natal, a greve dos funcionários da saúde que já vinha ocorrendo assumiu a bandeira “Fora Rosalba”, se uniu a greve dos professores no dia 30 com uma passeata nas ruas da cidade. Em Fortaleza a CSP Conlutas parou os operários da construção civil e os motoristas de ônibus sacudindo toda a cidade. Funcionários públicos federais, professores, bancários e outras categorias se uniram a paralisação. Em Aracaju, os petroleiros fizeram um grande paralisação junto com o movimento popular que cortou o transito na cidade em três locais. Em São Luís, a CSP Conlutas parou o transporte público na cidade. Na maior parte das grandes cidades do país, o dia 30 se impôs como um dia de fortes mobilizações. A conjuntura em que se deu o dia 30 Para entender o balanço do que se passou no dia 30, é preciso entender a conjuntura em que se deu o dia 30. Tivemos um momento da virada do país com as gigantescas passeatas de junho. Houve uma mudança geral na relação de forças entre as classes no país, que colocaram a burguesia e os governos na defensiva. É um momento em que Dilma foi obrigada a convocar representantes dos movimentos sociais para negociar. Em que o Congresso nacional chegou a anunciar uma “pauta propositiva” que incluía marcar a votação do passe livre estudantil e outras medidas. Foi na esteira das mobilizações de junho, que aCSP Conlutas propôs e a CUT e Força Sindical se sentiram pressionadas a aceitar a marcação do Dia de Mobilização Nacional de 11 de julho. Esse dia marcou uma grande paralisação nacional, com greves, bloqueios de estradas e manifestações. A CUT tentou desviar a mobilização para apoiar a proposta de plebiscito do governo, mas não conseguiu. A importância das paralisações impôs sua continuidade e foi marcado um dia nacional de paralisações para 30 de agosto. A conjuntura atual é diferente da de junho. Não têm ocorrido mobilizações como as que levaram 2,5 milhões de pessoas as ruas em uma semana em junho. Muitas ações, de grande radicalidade como as ocupações das Câmaras têm grande apoio entre a juventude e os trabalhadores, mas mobilizam algumas centenas ou milhares de pessoas. Com a pressão mais reduzida, o Congresso deixou de lado a “pauta progressiva”. A Câmara acaba de rejeitar a cassação do deputado Natan Donadon, que foi preso por corrupção em junho. Dilma aumentou duas vezes as taxas de juros e segue aplicando seu plano econômico neoliberal. Essa é a conjuntura atual, em que aconteceu o dia de lutas de 30 de agosto. As centrais governistas que foram parte da convocação do dia 30, puseram um pé no freio nas lutas, e apostaram nas negociações com o governo ao redor do decreto 4330 (que libera mais ainda a terceirização no país) e do fator previdenciário (que poderia ser substituído por outra forma de ataque as aposentadorias). Isso ameaçou diretamente a mobilização dia 30. O papel das Centrais Governistas Houve um forte dia de lutas, com greves e manifestações nas principais cidades do país. Mas isso se deu em geral apesar da CUT e da Força Sindical. A CUT não parou os metalúrgicos do ABC, professores e bancários de São Paulo. Apesar de ter sido votada uma greve nacional dos professores, isso se deu apenas em alguns estados. Em alguns deles, houve uma greve forte dirigida por setores dissidentes da CUT. Os bancários da CUT também tinham votado uma greve nacional, que só ocorreu em algumas regiões. A Força Sindical só parou algumas poucas fábricas entre os metalúrgicos de São Paulo, mesmo assim só por duas horas. Não parou a GM de São Caetano nem os metalúrgicos do Paraná. Na verdade, tanto a CUT como a Força Sindical boicotaram a paralisação do dia 30, apostando na negociação comm o governo. Caso essas centrais tivessem se jogado na mobilização, o dia 30 teria sido bem superior a mobilização de 11 de julho, em função das campanhas salariais que estão começando e da volta as aulas dos professores. No entanto, se dependesse apenas dessas centrais, a mobilização teria sido um fiasco. Pior ainda porque estamos vivendo uma conjuntura distinta da de junho. Os ativistas que estiveram a frente das mobilizações do dia 30 sentiram que o clima político geral na base não é o mesmo. Os cortes de estradas e bloqueios nas ruas das cidades ainda têm o apoio majoritário das pessoas. Mas não é o mesmo de junho. As paralisações dos setores que não estavam em campanha salarial foram mais difíceis do que em 11 de julho. Dia 30: dois passos adiante No entanto, a CSP Conlutas junto com setores dissidentes da CUT(como a CUT pode Mais, direção da Condsef e outros setores) conseguiu impor uma grande mobilização no dia 30. O notável desse dia é que, apesar do boicote da CUT e Força Sindical, ocorreu uma forte mobilização no país. As categorias que estão em greve como professores do Rio, RGN, RGSul e outros estados tiveram no dia 30 um grande ponto de apoio. Setores que estão começando suas campanhas salariais, como petroleiros, bancários e construção civil também puderam se fortalecer. O movimento estudantil da ANEL ganhou mais apoio em sua luta pelo passe livre. Os movimentos populares regionais que se integraram também puderam se fortalecer. O dia 30 foi a maior mobilização do país no mês de agosto que estava marcado até então por lutas de setores de vanguarda. Ajudou a incorporar a classe trabalhadora no processo de grandes lutas aberto no país, como já tinha se iniciado com o dia 11 de julho. Além disso, em muitas cidades, se retomou o clima de mobilizações intensas com grande polarização política, mesmo que sem as grandes passeatas de junho. Ou seja, dentro da nova situação aberta no país desde junho, o dia 30 foi um passo adiante. Foi também importante para a reorganização do movimento de massas no país. A CSP Conlutas já tinha tido um peso objetivo na gestação e garantia da mobilização de 11 de julho. Mas agora, com o boicote da CUT e Força Sindical, o papel da CSP Conlutas foi muito maior. Junto com as dissidências da CUT jogou um papel qualitativo no Rio, BH, P. Alegre, Natal, Belém, Fortaleza, São José, São Luís e muitas outras cidades do país. No terreno da reorganização, o dia 30 foi outro passo adiante.
Posted on: Wed, 04 Sep 2013 00:40:54 +0000

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