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"A ESQUERDA, E NELA, OS ANARQUISTAS Para entrar no debate sobre a esquerda propriamente dita e sua necessidade de interferência coesa nas manifestações para recuar os planos do PIG, seria injusto não destacar uma força política que foi fundamental nesse sentido: os anarquistas - desde os anarquistas deliberados que constroem o poder popular pela base por sua militância cotidiana nos movimentos sociais, passando pelos libertários autônomos nas marchas e até os "Black Bloc", que foram/são um dos espaços de convergência destes libertários. Para refletirmos sobre o grau de politização de determinado grupo, ato ou momento, nesse contexto de mobilizações no qual temos uma grande classe média nas ruas buscando algo a se agarrar tomando a si como causa reivindicatória, basta avaliarmos o grau de criminalização que o PIG descarrega nos grupos, atos ou momentos colocados. Ainda no início das mobilizações, puderam ser notados alguns encapuzados vestidos de preto carregando bandeiras rubro-negras. Ato após ato, este contingente crescia e se apresentava cada vez mais organizado. Sua interferência foi bem clara: durante a marcha, sempre vistos ao lado dos movimentos sociais, gritavam palavras de ordem revolucionárias (houve momentos que chegaram a proteger partidos e movimentos sociais das agressões fascistas), e, no front, se colocavam lado a lado à resistência popular, agindo em conjunto pela defesa popular ante a brutal repressão policial. Se já é sabido que o momento de confronto avança a consciência popular, o fator Black Bloc impulsionou de forma incisiva esse avanço, se portando e sendo recebido como fiel companheiro de resistência pelos rebelados. No próprio momento de confronto também era perceptível uma crescente adesão popular ao bloco negro, todos de braços dados e determinados a resistir coletivamente. O PIG, portanto, não se manifestaria de forma diferente à criminalização desesperada dessas pessoas. Chegaram a dizer que eram facções criminosas de outros estados que estavam viajando para BH para infiltrar nas manifestações pacíficas para disseminar a barbárie. Foi inclusive armada uma coletiva de imprensa com os altos escalões da Polícia Civil e Militar para falarem sobre o perigo dos Black Bloc para os "cidadãos de bem" e "manifestantes pacíficos". Mas não só em Black Bloc que os anarquistas e libertários se organizaram, evidentemente. O próprio MPL de São Paulo tem em sua gênese organizativa propriedades libertárias e autonomistas. Nós podemos perceber claramente um desgaste de conceitos e métodos centralizadores e vanguardistas na sociedade como também no movimento social. O fortalecimento de organizações políticas marxistas que não apelam à tradicional forma de partido e seus tradicionais ritos bolcheviques é um exemplo notório desse desgaste – talvez saibamos de qual organização estamos falando. Não entrarei no mérito de discutir se isso é uma autocritica ou uma alternativa de cooptação mascarada. O fato é que é crescente a busca em ampliar a participação e evacuar a direção centralizadora, o que nos incube reflexões e avanços de práticas autogestivas, horizontais e combativas, além de impulsionar uma militância deliberadamente anarquista, expandindo-a e fazendo dela uma força política presente. Existe uma crescente militância anarquista nas lutas sociais num nível nacional que não deve ser desprezada. A consolidação da Coordenação Anarquista Brasileira no ano passado (2012) é fruto de um processo histórico no país. O vetor social do anarquismo deve ser retomado e a militância anarquista está sendo norteada nesse sentido. As jornadas de junho não eclodiram por um mero impulso espontâneo, ou pelo incentivo do PIG; seríamos injustos com as nossas organizações de base e os nossos movimentos sociais que por tanto tempo constroem resistência e luta no país. Nesse aspecto, todo esse acumulo conquistado pela esquerda que atua pela base e de modo radicalizado foi de relevante importância para o surgimento das mobilizações menores e na politização das mobilizações já em condições gigantescas. Nesse contexto, a militância anarquista desempenhou e vem desempenhando um papel talvez ainda não determinante, mas fundamental. Vislumbrando o cenário municipal, em todo o processo das mobilizações de BH, princípios libertários foram pautados e sua adesão foi exponencial. Um grande resultado - talvez o maior - da influência libertária foi o surgimento da Assembleia Popular Horizontal em Belo Horizonte." aphbh.wikidot/wiki:algumas-reflexoes-do-nosso-momento-em-bh-e-no-brasil
Posted on: Sun, 04 Aug 2013 20:18:47 +0000

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