A EXPROPRIAÇÃO - KROPOTKIN “Trata-se, para nós, de abolir a - TopicsExpress



          

A EXPROPRIAÇÃO - KROPOTKIN “Trata-se, para nós, de abolir a exploração do homem. Trata-se de pôr fim às iniquidades, aos vícios, aos crimes que resultam da existência ociosa de uns e da servidão econômica, intelectual e moral de outros. O problema é imenso. Porém, tendo em vista que os séculos passados legaram este problema à nossa geração e que somos nós que nos encontramos na necessidade histórica de encontrar sua completa solução, devemos aceitar a tarefa. Por sinal, não devemos mais tatear para encontrar a solução. Ela nos foi imposta pela história, simultaneamente com o problema; foi dita, é dita em viva voz em todos os países da Europa, e resume o desenvolvimento econômico e intelectual de nosso século. É a expropriação; é a Anarquia. Se a riqueza social permanece nas mãos de alguns que hoje possuem; se a fábrica, o estaleiro e a manufatura permanecem propriedade do patrão; se as ferrovias, os meios de transporte continuam nas mãos das companhias e dos indivíduos que os açambarcaram; se as casas das cidades, assim como as vilas dos senhores, permanecem em posse de seus proprietários atuais, ao invés de serem colocadas, desde a revolução, à disposição gratuita de todos os trabalhadores; se todos os tesouros acumulados, seja nos bancos, seja nas casas dos ricaços, não retornarem de imediato à coletividade – uma vez que todos contribuem para produzi-los; se o povo insurreto não se apoderar de todos os alimentos e provisões acumulados nas grandes cidades e não se organizar para coloca-los ao alcance de todos aqueles que deles precisam; se, enfim, a terra permanecer propriedade de banqueiros e dos usuários – aos quais ela hoje pertence, de fato, se não de direito – e se os grandes imóveis não forem tomados aos grandes proprietários, para serem colocados ao alcance de todos aqueles que querem lavrar o solo; se se constitui, além disso, uma classe de governantes que ordenam aos governados, a insurreição não será uma revolução e tudo deverá recomeçar. O operário, depois de ter-se libertado do jugo, por um momento, deverá recolocar sua cabeça sob o mesmo jugo e de novo sofrer com o chicote e o aguilhão de seu patrão, a arrogância de seus chefes, o vício e os crimes dos ociosos – sem falar do terror branco, das deportações, das execuções, da dança desenfreada dos degoladores sobre os cadáveres dos trabalhadores. A expropriação – eis, portanto, a palavra de ordem que se impõe na próxima revolução, sob pena de faltar com sua missão histórica. A completa expropriação de todos aqueles que possuem os meios de explorar seres humanos. O retorno à comunidade da nação de tudo o que possa servir, nas mãos de quem quer que seja, para explorar outros. Fazer com que todos possam viver trabalhando livremente, sem serem forçados a vender seu trabalho e sua liberdade a outros, que acumulam as riquezas pelo trabalho de seus servos – eis o que deve fazer a próxima revolução.”
Posted on: Sun, 23 Jun 2013 02:47:05 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015