A Festa do Senhor do Bonfim ``Um vigoroso marco cravado no - TopicsExpress



          

A Festa do Senhor do Bonfim ``Um vigoroso marco cravado no sertão mineiro`` José Henrique Brandão ``Naquele lugar a capela``. Assim foi construída uma singela capelinha. Conta a lenda que uma comitiva, levava para a Bahia uma linda imagem do Senhor do Bonfim. Pararam para descansar sob frondosa gameleira e ao reiniciar a viagem pesou bastante e não conseguiram retirá-la do local. Entendendo como um sinal de Deus, por lá ficaram. Essa é a lenda do início do povoado do Bonfim. A lenda é mais romântica do que o fato e também com Thiago de Melo `` a lenda porque lenda é verdadeira``. Junho e Julho aproximavam-se. Há um retorno de doces lembranças, ponho-me a meditar. O meu olhar se prende no tempo. Naquele momento estacionei minha alma e retornei à Bocaiúva dos anos 50/60. Junho chegava com aquele friozinho delicioso. Festas juninas, fogueiras e mastros. Mês alegre, mais alegria na cidade. Diz o povo que o melhor da festa é esperar por ela, os moradores dos abonados aos mais humildes faziam sua parte para tornar a cidade mais bonita. As casas eram todas pintadas, ruas consertadas, jardins recuperados. Reuniões eram feitas para planejar o mastro, a procissão, os leilões, as barraquinhas. Confeccionavam metros e metros de bandeirolas para enfeitar a praça da igreja. Nesta azáfama, junho dava lugar a julho e todos ansiosos e felizes faziam sua parte. A memória gustativa na diversidade regional e cultural do norte-mineiro punha a mesa e até hoje provoca água na boca. Biscoitos dourados de toda qualidade roscas em forma de tranças, vindos de Guaraciama pelas mãos abençoadas de ``seu`` Pedro. Biscoitos antigos, broas e doces: de laranja da terra feitos com rapadura ou açúcar, doces de leite, mamão, côco e limão. Lombos temperados em assadeiras, esperando a hora de ir para o forno cupim, que existia em quase todos os quintais. Os sentidos aguçados de sons, cores, aromas e sabores. Uma lembrança inesquecível desses dias de festa era a confraternização das famílias. Vinham de várias cidades, povoados, vilas, fazendas e Belo Horizonte, onde a colônia bocaiuvense é bem grande. Numa diversidade mágica, envolta em alegria contemplávamos os jovens, crianças, toda comunidade presente em completa participação de todos os lances da Festa do Senhor do Bonfim. A juventude na Praça Benedito Valadares, hoje Wandick Dumont fazendo o footing e levando no coração sonhos a realizar. A Festa do Senhor do Bonfim transformava numa oportunidade de convívio e confraternização em que as portas abertas das casas recebiam todos com alegria. O mastro saía da residência de Dona Brázida Alves Praes e ``seu`` Zecafubá na rua Dom Pedro, hoje José Brandão Filho. A procissão descia a rua em duas filas e os devotos levavam velas acesas. Na praça da igreja uma fogueira de mais ou menos quarenta metros de altura, era acesa; o mastro era levantado ao som dos sinos, o leilão de prendas, entre elas garrotinhos enviados pelos fazendeiros era gritado pelo leiloeiro, fazendo graça e brincando com os presentes, os dobrados da banda de música alegravam todos e uma brilhante mistura de cores vem em minha memória nitidamente; os fogos de artificio, o céu da noite, miríades de estrelas e a lua cheia, envolvendo aquele momento com sua luz prateada. Ah! Os três dias de baile no Bocaiúva Clube! Eram bailes que tinham encantos únicos. Sob a batuta do maestro Túlio Silva, músicas românticas se sucediam: sucessos como ``only you, Diana, Smoke get in the eys, Perfídia, sambas-canção, rumbas se sucediam. Desse tempo uma lembrança divertida: os diretores do clube andavam pelo salão, vigiando se os pares dançavam de rosto colado. Às vezes batiam nos ombros do rapaz ou apenas um olhar bastava... são lembranças que não se apagam nunca e são sempre acompanhadas pela emoção. Para esses três bailes, as moças faziam três vestidos! Vaporosos, rendados, românticos e esvoaçantes. Como era época de frio, echarpes, estolas faziam parte da toalete. O domingo amanhecia com a alvorada pela banda de música, acompanhada de foguetório. Missa campal às 09 horas da manhã, coral regido por Dona Alzira Câmara. Que saudade das queridas amigas- in memoriam- Dinah Azevedo e Teresa Caldeira. Faziam também parte do côro: Marcolina Caldeira, Neném de Balu, Zelia Natalino, Elza Caldeira Brant, Maria Carmen Menezes, vozes harmonizadas, elevando ao céu a fé daquele momento. À tarde, a procissão abraçava a cidade. Cavaleiros vestindo ternos brancos, montavam cavalos brancos, levavam bandeiras coloridas e eram coordenados pelo sr, Dema Menezes. Sua esposa, Dona Benzinha organizava os quadros da vida de Jesus. Crianças vestidas de anjos, apóstolos antecediam a milagrosa imagem do senhor do Bonfim, carregada num andar coberto de flores. Não havia quem não se emocionasse ao vê-la nos braços dos fieis. Em muitas esquinas, a imagem era saudada por foguetório e as ruas eram enfeitadas por flores. Depois do trajeto que circundava a cidade, a procissão chegava ao término. Uma missa vespertina encerrava a primeira procissão, por que a segunda acontecia no segundo domingo, tão linda quanto a primeira. A banda de música tocava durante o percurso e encerrava a tarde com missa e músicas religiosas. Entre elas a linda ‘’Bocaíuva tem sim, tem uma historia ao Senhor do Bonfim’’, de José Leonardo Pinto, que sintetiza a alma da cidade. Carmen Netto Victória.
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 21:30:16 +0000

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