A IGNORÂNCIA E A AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO Nunca confunda ignorância com ausência de conhecimento. Ignorância é saber fazer, como fazer e, ainda assim, fazer o errado, inconsequente-mente, de todo jeito, a qualquer preço e com um modo pessoal, exclusivo ou não. Ausência de conhecimento é simples-mente reconhecer que não se sabe algo, ou melhor, que não se sabe nada sobre determinado assunto. É impossível ao ser humano ser completa-mente despossuído de conhecimento, até os insanos sabem algo, ainda que pouco: aprendem, transmitem e reagem ao que sentem do mundo que os cerca, seja por símbolos, gestos ou emoções. Ou como dizem: há lições da escola e há lições de vida, nenhuma delas, preponderante. Assim, a ausência de conhecimento é momento e fato superável, obstáculo transponível. Diante da ausência de conhecimento, reconhecendo-a, consciente-mente, parte-se do nada e, através da pesquisa, chega-se ao saber-fazer (know-how). A diferença entre ignorância e ausência de conhecimento está no uso que se faz de cada uma. A primeira lesiona. A segunda, descoberta, evita o erro, a lesão e é capaz de ser o ponto de partida para o aprendizado e o aperfeiçoamento. Portanto, enquanto a ignorância ofende, a muitos algos e outrens, a consciência do não-saber, mais a vontade de aprender, edificam algo e outrens. A tranquilidade à consciência, ao produto e ao serviço humano advém da garantia lhes é dada quando feitos com know-how, sempre alcançável, quando inatingido, no momento da obra humana. O importante de tudo é o eterno aprender. Ou seja, melhor é aprender, antes que se erre. Quanto à ausência de conhecimento, não há alguém melhor ou maior ou mais importante do que outrem, mas agir com ignorância reduz a igualdade e distingue. Pior ainda, é achar ou imaginar que ninguém vai saber mais que você e que ninguém será capaz de reconhecer e saber todos os efeitos colaterais de um erro, provocado e causado, consciente-mente.
Posted on: Fri, 01 Nov 2013 11:39:07 +0000
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