A OBRIGAÇÃO DE SER PERFEITO NA REALIDADE DA IMPERFEIÇÃO Algumas vezes quedo-me a pensar como as luzes de minha vida apagar-se-ão. Não esquadrinho perguntar quando, mas como. É, o como me preocupa mais. Volto-me mergulhado no passado a fazer recortes de uma vida vivida intensamente, e percebo que os acertos de minhas escolhas deveram-se: de um lado ao existir de um pouco de sapiência; de outro de um quinhão de sorte uma vez que as variáveis existentes não mudaram no momento da decisão; de outro da imensurável e imprescindível ajuda de valorosas pessoas. Umas já se foram de corpo, mas estão em mim como luz: Tia Bezinha, tia Enoy, tio Abelardo, tio Paulo, Tio Boanerges, Tio Abel, Tio Agnaldo, Professore Joaldy e professor Clívio (o “chá” de açúcar), tio José Antônio Fernandes, claro, meu pai, minha mãe... São tantos que este texto não comporta. Ou seja: Sou um devedor, um grande devedor, um orgulhoso devedor que sabe: Orgulha seus credores. O que dizer do que não deu certo? Pouca coisa! O que não deu certo, mas conveio para alguma coisa assim mesmo, não foi um erro de escolha e por isso não merece lamúrias. Não deu certo porque ao logo do processo surgiram variáveis não controláveis. É que, muitas vezes a natureza intervém em nossas decisões para nos mostrar que somos humanos e, por isso, nem tudo é como queremos. A vida nos diz pela via do Viver: Não é linear. Não tem a previsibilidade de determinados cálculos matemáticos. Ela, a vida, diz o Viver: Cria, recria, inverte, monta, desmonta sem prévio aviso apenas para isso: Mostrar que somos defeituosos. Então, uma das máximas filosóficas nos estabelece a busca da perfeição. Contudo não criemos este buscar de modo insano, mas como uma aspiração no coração humano. Parece-lhe complexo? Se o for, fica ainda mais porque é obrigação do homem querer ser perfeito, mesmo sabendo que “o perfeito não tem forma” como me ensinou o colega Valdemar (Colégio Agrícola de Tapera, 1969). Recife, 12/09/2013 - Ademir Ferraz
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 20:52:45 +0000
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