A Rádio Nacional de Angola dedicou a este tema a sua "Mesa - TopicsExpress



          

A Rádio Nacional de Angola dedicou a este tema a sua "Mesa Redonda" de hoje, visando o "debate de ideias" e a "formação de opinião" a volta da questão da vulgarmente considerada "desdolarização" da nossa economia. A maka é que todos os integrantes da mesa redonda eram do BNA. Designadamente, o Senhor Governador do Banco Central, uma das suas administradoras e uma alta responsável do legal daquele banco. O programa foi bastante esclarecedor em relação ao discurso oficial sobre o assunto, mas ficava ainda mais sólido se houvesse um verdadeiro contraditório. Com todo o respeito pelo esforço que a nossa RNA tem feito e reconhecimento das dificuldades que a produção de um programa dessa natureza deve implicar, SE TODAS AS PESSOAS QUE PARTICIPAM NO "DEBATE DE IDEIAS" PENSAM DA MESMA FORMA, ou defendem posições complementares, NA VERDADE NÃO HÁ UMA MESA REDONDA E SIM UMA CARREIRA DE TIROS. Mau grado esse aspecto, houve uma tentativa de contraditório com a participação incisiva de um dos quadros seniores da Rádio numa posição algo diferente da moderação, e os ouvintes que tiveram a oportunidade de participar em directo também colocaram questões assaz pertinentes - que foram esclarecidas pela equipa do BNA. Claro está que o nível de discussão seria mais equilibrado se estivessem em estúdios especialistas independentes, representantes da banca e analistas de questões financeiras ao serviço das petrolíferas. Vale destacar aqui alguns do perigos sobre os quais alertaram os participantes, que – de um modo geral foram afastados pela equipa do BNA com o argumento de que as medidas em curso são graduais, pelo que tais riscos não se devem verificar: (i) O pagamento exclusivo em Kwanzas pode levar a que os expatriados e outras pessoas com obrigações financeiras no exterior (muitos angolanos do sector têm as famílias fora do país) depois busquem divisas com uma intensidade superior à capacidade de resposta dos bancos comerciais, o que poderia gerar pressões inflacionistas; (ii) A falta ou fraca resposta dos bancos comerciais poderá levar ao aumento do recurso ao mercado informal e paralelo para a obtenção de divisas, o que pode reduzir o controlo do Banco Central sobre as quantidades de divisas que realmente circulam e propiciar a criação de carteis de entidades e pessoas com acesso privilegiado a divisas, o que pode causar perturbações no sistema; (iv) Essas medidas deveriam ser acompanhadas da maior flexibilização da banca, com a entrada de grandes bancos internacionais (com os quais as multinacionais já trabalham) e nessa medida haveria um benefício optimizado decorrente da medida em curso; (v) Caso o sistema financeiro consiga prevenir tosos os efeitos acima referidos, haverá um reforço do valor do Kwanza (apreciação face o dólar), o que é bom, mas pode prejudicar a produção nacional – tendo em conta do estado actual do crescimento/desenvolvimento do país. TUDO VISTO E PODERADO, a medida é boa e necessária, mas é preciso haver honestidade e transparência na consideração e controle dos riscos colaterais, inclusive o efeito psicológico pernicioso que pode ser gerado pela opacidade na gestão do processo ou pela ineficácia da capacidade de os entes públicos responsáveis prestarem os esclarecimentos devidos. Que se dê seguimento ao esclarecimento das vantagens, mas não se omitam os riscos potenciais e as medidas tomadas para que esses não fujam co controle.
Posted on: Mon, 01 Jul 2013 09:53:08 +0000

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