A academia empobrece intelectualmente muita gente boa. O potencial para revoluções culturais comumente é cooptado pela meritocracia, linguagem culta e hegemônica dos parâmetros ABNT. Na conjunção subordinativa, nada de adjetivos para o preto teórico pronto a criar divisões de poder entre o conhecimento dos livros e a inteligência de uma boa leitura de mundo. Pouco importa se aquela senhora fala “menas verdade” ou “pova” aqui o meu tempero. A comunicação não se relaciona com formalismos linguísticos. A mensagem, remetente ocidental, chega inclusive, no silêncio das palavras. Nossos ancestrais exigem excelência no atabaque, mas entendem bem e dançam as letras mandadas nas cantigas. Saúda vosmicê!! Imagino quão difícil a sociabilidade, para certos acadêmicos, as comunidades de terreiros. No mínimo, desconfiam do (saber) dos caboclos, por “falar errado”. E assim seguem sem entender as metáforas. Com certeza, são filhos das mães que abandonaram os estudos, dedicaram-lhes boas lições, pagaram banca, fizeram deles doutores. De repente, descobrem neles um bando de mal educados.
Posted on: Fri, 27 Sep 2013 20:57:19 +0000
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