A capacidade dos autores de conduzir sutilezas e povoar um filme - TopicsExpress



          

A capacidade dos autores de conduzir sutilezas e povoar um filme minimalista de nuances é o que sustenta A Outra Terra. De início o filme parece solto, sem qualquer trama que pudesse se desenvolver ali, mas quando Rhoda bate na casa John o que se segue é um roteiro sem viradas épicas, mas com uma carga de emoção e sentimentos capaz de mover e tocar o espectador e mesmo deixa-lo tenso ou apreensivo. O controle que Cahill tem de sua decupagem ajuda a sustentar um filme tão mínimo. Seus planos são precisos e o uso frequente de planos detalhes, de forma semelhante ao que Sofia Coppola faz em As Virgens Suicidas, ajuda a construir a ideia de um universo contido dentro de um pequeno espaço. A atuação contida, suave e densa de Marling também dá alma a sua personagem e substância ao longa. A Outra Terra é um filme bonito. Com um tema trágico e personagens desesperados, mas tão lírico e delicado que a fotografia com cara de filtro do instagram não chega a incomodar, mas casa com a atmosfera aérea de toda a obra. É um filme minimalista, mas tão extremamente bem feito e tocante que surpreende pensar que é a estreia de ambos, roteirista e diretor, mas nos lembra da possibilidade de um cinema fresco, barato e muito humano.
Posted on: Thu, 25 Jul 2013 18:11:13 +0000

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