A maioria das pessoas vive como se não tivesse de morrer um dia, - TopicsExpress



          

A maioria das pessoas vive como se não tivesse de morrer um dia, muito embora saiba que a realidade da morte é certa e incontornável. O historiador francês Pierre Chaunu escreveu: “Aconteceu-nos uma coisa realmente curiosa: tínhamo-nos esquecido de que temos de morrer. É esta a conclusão a que chegaram os historiadores depois de terem examinado todas as fontes escritas da nossa época. Uma investigação realizada nos cerca de cem mil livros de ensaio publicados nos últimos vinte anos mostraria que apenas duzentos deles (0,2%, portanto) tocavam o problema da morte. Livros de medicina incluídos”. Hoje, no Dia de Finados, ficamos cara a cara com a realidade inescapável da morte. E a morte é uma daquelas experiências que, democratizadas pela vida, nos iguala, e da qual não podemos fugir, embora não tenhamos nada a celebrar, mas tudo a recordar. Os que já se foram são contemplados com lembranças banhadas de saudades, tristezas e lágrimas. Mesmo assim, nesse dia de luto, temos uma oportunidade que só pode se vista como “especial” se nos dermos a chance de encarar a realidade da morte e, paradoxalmente, buscar aprender as lições que esta indesejável “senhora” pode nos oferecer ainda em vida. Porque depois, quando o portal da eternidade se fechar, só resta viver o fruto das escolhas em vida. Sobre as lições que a morte pode oferecer aos vivos, o sábio Salomão disse: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração” (Ec 7.2). Para o homem mais sábio que existiu na Antiguidade, era preciso considerar a realidade final da morte para, a partir dela, tirar preciosas lições para a vida. Que lições, pois, a morte ensina para a vida? O que nos poderia ensinar a nós, pobres mortais, essa indesejável “criatura”, considerada pelos filósofos e poetas como a mais democrática e indefectível certeza da vida? Imagine o personagem Vida entrevistando a Morte: — Por que você causa tanto medo nas pessoas... vivas? — Não tenham medo de mim, eu só estou cumprindo o meu papel, e sou muito fiel no que faço. Mas tenho duas preciosas lições que vocês devem considerar. — E que lições são essas, D. Morte? ­— A primeira: a minha presença ensina que é preciso repensar as prioridades na vida. Lembre-se que Moisés, grande líder e legislador, sabendo que a vida era curta demais para perder-se tempo com futilidades, pediu a Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. Encarar-me dessa maneira pode levá-los indubitavelmente a considerar o que de fato vale a pena na vida. — Está errado buscar outras coisas antes? — Não necessariamente. Mas buscar dinheiro, poder, prazer, tão avidamente, muitas vezes ao custo da própria vida, empalidece a vida e a faz sucumbir diante das prioridades que realmente contam. Não são poucos os exemplos que conheço de pessoas que, depois de me encararem, sendo salvas como que “por um fio”, resolvem mudar as suas prioridades e reorganizar a vida. E então elas descobrem que servir é muito melhor que ser servido; que dar é mais bem aventurado que receber; que honrar está acima de ser honrado; que o que vale a pena na vida não pode ser comprado pelo dinheiro, conquistado com o poder, nem tampouco desfrutado com desonra. — E qual é a segunda lição? — Eu ensino que os vivos devem pensar na eternidade. Embora eu seja o fim de todos os mortais, que serão ceifados pela apavorante lâmina da minha foice, certamente eu não sou o fim de tudo nem detenho a última palavra sobre o futuro. Ou vocês não lembram que é precisamente isto que ensina o Evangelho de Jesus, o único que me venceu, pelo fato de que Jesus veio ao mundo para libertar a todos do pecado e do poder que isso me dá? Acordem! Jesus propiciou a única maneira de alguém escapar de mim, tanto física como espiritualmente. Ele não só destruiu o meu poder, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o Evangelho. É o que está escrito na Bíblia! — Algumas pessoas dizem: “Morreu, acabou!”. Elas estão equivocadas? — Claro! Quando elas chegarem “do outro lado” e descobrirem que a vida aqui era apenas o começo, o embrião da eternidade, o que será delas? Eu só cumpro o meu papel. A entrevista é fictícia. Mas não a realidade da morte! Para quem não se prepara, ou pensa em se voltar para Jesus apenas quando estiver “mais velho”, sobram estas perguntas: Quem sabe se ficará velho ou morrerá novo? Quem sabe o dia da própria morte? As lições de hoje são de reflexão, preparação e esperança. De acordo com o Evangelho, a vida eterna está em Jesus Cristo, que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25). Essa é a maior e mais importante lição que os vivos devem levar em conta.
Posted on: Fri, 08 Nov 2013 04:32:47 +0000

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