A realidade do centro do Rio não é essa que vocês assistem na TV. A polícia usou de forma agressiva bombas de efeito moral no meio da manifestação, esmagando uma massa de gente apavorada. Espero que ninguém tenha sido pisoteado. A população tenta fugir, voltar para casa, mas é cercada pela polícia e sofre todo tipo de agressão, física e moral. Um rapaz ao meu lado chutou uma bomba que foi tacada em sua direção, a polícia veio e o prendeu. Então agora eu tenho que tomar uma bomba gratuita na cabeça e não posso me defender que vou preso? É claro que as pessoas se revoltam quebrando tudo. Fui chamado de louco pela polícia tentando me amedrontar, eu baixei a cabeça, levantei as mãos e segui procurando um caminho seguro para casa. No caminho fui revistado e tive que desviar de várias bombas e ofensivas da polícia. Por não conseguir chegar em casa, eu tive que me proteger na rua, tentando encontrar um lugar onde não houvesse polícia e bomba. Neste momento, a polícia continua coagindo a população. O meu sentimento é de profunda tristeza, impotência, um sentimento muito semelhante ao que eu sinto quando sou assaltado no Rio por um ladrão. O que eu entendo a partir dessa violência da polícia é que estamos na ditadura. Não acho que consigo me conformar em ver que a maior manifestação de democracia que eu vi desde o dia que nasci vai ser destruída pela violência daqueles que deveriam nos proteger. Quero te convidar a ir na próxima passeata, chegue cedo e veja que lindo é, pessoas caminhando e cantando pacificamente. Se você não quer ver violência, vá embora as 20:00 e comprove você mesmo que essa manifestação é um ato pacífico. Agora, para os amigos que já foram na manifestação e viram qual é a realidade, eu os convido a pensar em alguma maneira inteligente para não sermos impedidos de exercer nossa cidadania. Pois com violência nós já perdemos.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 01:44:59 +0000