"A respeito do - justo e necessário - protesto dos artistas - TopicsExpress



          

"A respeito do - justo e necessário - protesto dos artistas paraenses na mais recente mostra do projeto pessoal do secretário de Comunicação que inexplicavelmente é endossado pelo governador Simão Jatene e bancado pelo Governo do Estado - se é cultural, por que não é executado pela Secretaria de Cultura? -, cabe uma ponderação. É um equívoco dizer que a ópera é elitista. E para comprovar isto basta verificar a plateia das apresentações, no teatro e ao ar livre. A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz é integrada por músicos talentosíssimos, vários com mestrado e doutorado, que se dedicaram a vida inteira aos estudos e precisam ter dois empregos como professores na Escola de Música da Universidade Federal do Pará, na UEPA ou no Conservatório Carlos Gomes, para conseguir o próprio sustento e de suas famílias, justamente porque o cachê pago à OSTP é baixíssimo. A Amazônia Jazz Band, composta por profissionais da mesma estirpe, padece do mesmo mal. Ambas poderiam ter desempenho e destaque muito maior se seus componentes fossem remunerados dignamente e pudessem ensaiar pelo menos cinco dias por semana. Um espelho de excelência é a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. A partir do trabalho do maestro John Neschling, a OSTP hoje é reconhecida internacionalmente e suas performances são transmitidas diariamente pelas rádios européias. Sem dúvida, um orgulho para todo o Brasil. Da mesma forma, o canto lírico tem no Pará um celeiro de talentos, esmagadoramente oriundos de famílias pobres. Sem a oportunidade de Opera Studio, e de prosseguir os estudos - as universidades parauaras sequer oferecem pós-graduação na área - esses cantores, por falta de apoio, na maioria das vezes não alcançam o sucesso a que fazem jus. O Festival de Ópera do Theatro da Paz tem contribuído para a formação de um coral lírico, regido magistralmente pelo professor Vanildo Monteiro, além de proporcionar a chance de master classes com cantores experientes. Iniciativas como as do professor Mílton Monte, que num trabalho hercúleo e pioneiro há mais de doze anos criou e executa projeto de difusão de música barroca, e que nos últimos três anos, em outra admirável e arrojada atitude, já montou duas óperas, exclusivamente com cantores paraenses, a maioria integrante do Madrigal da UEPA, que ele criou e dirigiu durante onze anos, merecem e precisam do incentivo governamental. O governador Simão Jatene é inteligente e um acadêmico, não é concebível que continue sendo vítima de um ilusionista. Tem todos os mecanismos para checar as graves denúncias que foram feitas. E, sim, as propostas e negociações escusas e vergonhosas sob a capa de seriedade dos editais são reais!"
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 09:36:03 +0000

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