A vida não é justa. Não é justa porque ela anda muito mal - TopicsExpress



          

A vida não é justa. Não é justa porque ela anda muito mal habitada e, parafraseando Rousseau, " A vida nasce boa, seus habitantes a corrompem". E saiba: o bem que você fizer, seja diário, mensal ou anual, não importa, nunca será reconhecido. Não espere recompensa, nem estranhe o desprezo de a quem, um dia, você prestou algum bem. Qualquer um, é da natureza humana, irá seguir seu rumo, passando pela sua vida, sem olhar para os lados ou para trás, achando, inclusive, que o bem que você lhe fez não passou de mera obrigação. Isso se se lembrar; é mais certo que não. E, se você, por acaso, estiver no "para trás" ou "de lado", não corra o risco de sofrer achando que aquele bem que você realizou um dia por alguém será útil para uma reunião, um reencontro, uma doação do outro para o seu bem, agora, sob o prisma da sua necessidade. Esqueça! E, mesmo estando à frente, além de ter de esquecer o bem que fez, do mesmo jeito, esqueça também o mal que lhe fizeram, pois este rondará a sua vida feito fantasma e ninguém estará nem aí para o sofrimento que lhe aterroriza, caso este lhe chegue a acometer. Você só será útil enquanto estiver a serviço de e para algo ou alguém. De preferência, uma utilidade concreta, daquelas que exigem um algo palpável que seja retirado de você e escape para a vida do outro. Evite expor a sua fragilidade, isso também é um bem doado e confiado que entra nas regras das proibições do que não poderá ser entregue ao outro. E a confiança é uma espécie de bem cedido. Não, não doe confiança; a vítima poderá ser você mesmo e a sua fragilidade exposta poderá se tornar o objeto de deboche do fraco debochador diante do "Zeus" em que você se torna nessas circunstâncias. Aqui se confirma a máxima no dito popular " não há um mal que não traga um bem" ... É um quebra-cabeça de bem e de mal que somente se resolverá com o esquecimento que tem como finalidade a aprendizagem no conhecimento do humano. Trate de aprender a esquecer, e trate também de seguir em frente sem olhar para os lados nem para trás. É você agora corrompido pelas lições. De nada adiantarão lamentações, revoltas, arrependimentos, saudades ou resgates desejados. Deixe os regastes para os bombeiros; é um outro serviço. O bem é a sua obrigação. Já o mal, qualquer mal que você fizer ao outro ou a si mesmo, seja por existir, seja por ter progredido mais, seja por ser feliz ou mais interessante, seja por devolver na mesma moeda ou com sua indiferença e silêncio a dor que lhe causou prejuízos emotivos, reflexos de tudo aquilo que lhe roubaram, seja o que seja, o mal, esse sim, você pagará em dobro. Não importa, mesmo que seja o mal pelo bem. Mesmo que seja o mal devolvido pelo distanciamento, esse será acertado tintim por tintim... Cuidado! Há regras, e eu lhes apresentarei algumas para que você adquira mais paz no dia a dia e no decorrer das convivências obrigatórias, não desenvolvendo, em detrimento de você mesmo, um espírito vingativo e de rancor dentro de si. É básico, mas fundamental: Parágrafo 1: Não entre numa loja, seja ela qual for, para fazer compras junto a "quem" não pode fazer igual a você ou como você. O " quem" vai ficar observando e com ódio mortal se você não se solidarizar com sua pobreza ( sobretudo a de espírito) e lhe comprar apetrechos. Adie as suas compras, senão, você estará comprando um inimigo e os olhos de ódio dele não lhe pouparão das faíscas ruins e queimantes. Parágrafo 2: Não conte que teve uma noite feliz junto ao seu amor e à sua família. Se esse " quem" não tiver igual para contar e para viver, e, provavelmente não tem, tudo o que você contar como um festeiro desabafo para o reviver da felicidade soará como um golpe no moral do " quem" a ponto de uma guerra interior se travar naquele exato momento e para sempre. Você identificará a circunstância pela energia emanada. Isso se o " quem" não lhe cortar o papo no momento apoteótico da sua narrativa egoísta e provocativa, ou bocejar várias vezes alegando sono ou espantar mosquitos imaginários, ou gemer algumas dores musculares, sobretudo, se for via satélite, porque ao vivo seria mais difícil aguentar ou disfarçar a angústia. Parágrafo 3: Papos com o " quem" tem que ser de fatos anormais para o seu caso, ou seja, que você está deprimido, que você está infeliz, que vai tudo mal e que você odeia tudo, a vida, inclusive. Eis a felicidade do" quem" e a possibilidade de um papo reto. Talvez seja um bem sem olhar a " quem" o que você esteja fazendo nesse percurso ao contrário. Esse tipo de " quem" vai adorar consolá-lo e, se possível, fará o maior esforço para lhe dizer que aquele mal só existe em você, que você é problemático e que não há solução, além disso, nunca sentiu nada parecido nem conhece alguém que o tenha experimentado. Mas não tem outra. Você é obrigado a ter o " quem" na sua vida de alguma forma. Não há como escapar. Parágrafo 4: Não estranhe a ignorância do " quem" às suas exposições felizes, posadas, coloridas, naturais, artificiais, abençoadas, agora espionadas pelo Google e Facebook, e nesses divulgadas. O " quem" vai fazer que não viu, embora tenha visto, mas não vai se submeter a energizar-se do veneno do seu próprio desgosto pelo bem alheio. Parágrafo 5: Aguente firme! Só conte para o " quem", em seus impulsos de querer dividir o seu normal cotidiano, o que foi feito, nunca o seu projeto. Caso consiga se calar, melhor. Vivencie o " Calar é ouro, falar é prata." No entanto, se não suportar o calar, se for querer dividir com o "quem" o seu projeto, pode contar já com o fracasso, a energia desse tipo de " quem" é tão negativa que poderá explodir até o piso novo que você acabou de assentar em seu espaço mais lindo de pisar. É triste, mas é real, espiritual e psicológico. Você não tem como se livrar, mas tem como evitar os surtos psicóticos do " quem" afastando-se o máximo que o seu coração de ferro permitir. Parágrafo 6: o " quem" sempre achará que você é superior a ele. Isso o fará esperar de você solidariedade e socialização em tudo o que lhe pertencer. Suas coisas pessoais, as não pessoais, seu estilo, suas mudanças, seu dinheiro, seu namorado, seu marido, sua simpatia. O inconformismo do " quem" fará com que tudo o que vier de você soe como uma provocação e você será eternamente ruim, péssimo aos olhos do " quem" porque na cabecinha pequena dos"quens" da vida, o seu lugar é antipático por ser muito melhor que o dele. E não estranhe a divulgação que o " quem" fará lhe desabonando diante dos outros. Além disso, todas as notícias ruins chegarão até você numa velocidade de cruzeiro. Parágrafo 7: Não estranhe. Toda a a retrospectiva que você fizer de situações vivenciadas com o " quem" deixará muito claro que você sempre fora sua vítima, mas pode se livrar de se tornar sua presa, caso saiba lidar com o psicopata, antes que pior mal lhe aconteça. Parágrafo 8: Fuja. Não o atenda sempre. É uma forma de se livrar do fogo maléfico nesses intervalos. E a conivência poderá se tornar mais tênue... E sabe o porquê de toda essa reflexão confirmada na minha prática? Porque de experiências devo ter uns duzentos anos. Tenho de um pouco tudo para contar. Já passei de tudo nessa vida... Já magoei, já fui magoada, já tratei o outro como bobo, já fui feita de boba, já excluí, já fui excluída, já julguei, já fui julgada... Entendo cada vez mais, com tudo isso, a terceira lei de Newton, na qual tanto penso e na tentativa de ser cautelosa: " Toda ação provoca uma reação de igual ou maior intensidade, mesma direção e em sentido contrário". Ninguém é mal. Todo mundo é reagente. Ainda acredito nas pessoas. Mas houve um tempo em que deixei de acreditar, e quando descobri que corri o risco de desacreditar em mim, consequência desse motivo, eu comecei a perdoar todo mundo para crer no outro, aplicando os parágrafos que acima citei, num esforço descomunal. Mas percebi uma coisa: para perdoar e dar um tempo em meus pensamentos vingativos que almejam sempre isolar o magoador do magoado, eu estava entrando na moda de recorrer ao inevitável Rivoamigo, nome genérico dado ao Rivotril pelos seus usuários. Tenho amigos que tomam no Danoninho. Um Danoninho para cada traição, um outro para cada perdão, um para enfrentar o orientador e outro para escrever a tese. Eita amigo poderoso esse que, quando se apodera dos pensamentos do vingador, acalma até a alma que, longe da maldade da mágoa vivida, terá a salvação eterna e o paraíso como bônus, enquanto durar o seu efeito. Mas ficou perigoso artificializar os sentimentos. Percebi que estava ficando paciente demais com os agressores e que esses estavam pacientes demais para agredir. Olha a terceira lei de Newton novamente aplicada à convivência! Nada mais se resolve no olho no olho. Nem no dente por dente. Agora as receitas azuis são os juízes da moda. Parece que nos acomodamos ... Aqui eu me esbarro em Deus... E Esse é um percurso que exige muita resignação... Sei lá como estou diante dEle... Continuo pensando que o bem que fazemos é esquecido, deixado de lado porque é obrigação executá-lo. Mas o mal, ah, o mal é o único ato que representa o "aqui se faz e aqui se paga". E a vida não perdoa, não. Não venhamos depois dizer que foi sem querer que maldizemos. Desisti de pedir perdão presencial desde o dia que tentei um e não deu muito certo. Também não consegui trabalhar o perdão virtual, sem olho no olho. Não acredito nem nunca aderirei à Educação a Distância. Não acredito nela. Se fui perdoada não ficou muito claro. Se perdoei, não tenho a sensação. Descobri depois que quem tinha de me perdoar pela necessidade do perdão era eu mesma. E assim comecei a infindável busca pelos perdões dos meus deveres...
Posted on: Tue, 30 Jul 2013 05:59:20 +0000

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