AINDA NÃO CONSEGUI ASSIMILAR ESTE FATO Estava em Barreiras, a trabalho, quando meus filhos me deram esta triste notícia. Não dava mais tempo de vir para um último adeus e vê-lo, mesmo que ele inerte, depois de muito tempo sem nos ver. Pedi a um dos meus filhos para se fazer presente em seu velório, em meu nome. Difícil nos acostumar com Palmas sem um de seus mais fieis amantes e a crônica política sem o seu mais contundente e equilibrado cronista. Fui colega de trabalho e funcionário do Salomão, tivemos nossas divergências - como a maioria que lidou com ele nos campos da política e do jornalismo -, mas jamais, principalmente da parte dele, ficaram mágoas (da minha parte, absolutamente, não e eu respeitava muito suas orientações). Salomão, além de ótimo cronista político o era também na arte de retratar o cotidiano - dele e dos outros. Suas crônicas, nesta nuance, sempre foram bem humoradas, nos arrancavam boas gargalhadas - das melhores que eu li dele foi a que contou sobre seus primeiros dias no Tocantins, quando se hospedou numa "biboca" em Miranorte. Prometera-me, certa vez, que iria escrever uma crônica sobre uma greve de fome que eu fiz contra a repressão à liberdade de expressão no Tocantins, lá pelo final da década de 90, início dos anos 2000. É que - isto seria o foco da crônica dele - andaram falando para ele que, durante a greve, e corria para o banheiro (lá na porta do antigo prédio do TRE, onde fiz a greve), onde tinha alguma guloseima escondida - claro que é mentira -, mas, na sua crônica verbal, ele tirava o maior sarro. Birrento, certa vez, lá pelas primeiras poeira de Palmas, deixou seu fusquinha de estimação estacionado nas proximidades da sucursal do Diário da Manhã, em Palmas. Era fim de tarde e sua mãe, que passeava em Palmas, pegou a chave do carro e me entregou para que eu fizesse um passeio com ela. Quando terminou este passeio, procurei o Salomão para devolver-lhe o seu fusca. Ele apenas olhou para mim, fez uma cara feia,de quem não gostou, e seguiu caminhando a pé para casa. Insisti em devolver o carro, ele passou para o outro lado rua e seguiu. Morre o homem físico, fica o Homem Espiritual que deixou muito de bom para a sociedade em que viveu. José Gomes Sobrinho, Uitan Cavalvante, Cesamar, aquele senhor da rebeca e tantos outros que contracenaram com Salomão antes de partirem para o andar de cima, devem estar fazendo a maior farra e fofocas políticas. Zé Gomes deve ser o mais feliz com a nova companhia (Antônio Oliveira). portalct.br/estado/2013/09/26/57101-salomao-tem-uma-das-despedidas-mais-prestigiadas-da-capital-quot-esta-colhendo-o-que-plantou-carinho
Posted on: Fri, 27 Sep 2013 03:00:44 +0000
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