AINDA SOBRE O SISTEMA: (...) Está aí o 1984, de Orwell ― - TopicsExpress



          

AINDA SOBRE O SISTEMA: (...) Está aí o 1984, de Orwell ― George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nascido em Motihari, Bengala, em 1903, e morto em Londres em 1950. E nem tanto assim de Orwell, porque estou falando de um 1984 não-oficial, clandestino, paralelo, por isso, mais que o original, indecentemente criminoso. Quaisquer cidades, vilas, lugarejos podem estar compreendidos em alguma coisa como o Megabloco da Oceania, e Winston — o agente encarregado de conter as manifestações dos incursos na crimideia, grave delito de pensar errado, diversamente da orientação do Partido, como Smith, e de denunciá-los à Polícia do Pensamento, extensão do Big Brother, o supercomputador ao qual se conectavam câmeras e microfones instalados por toda parte, residências inclusive — pode estar encarnado nos bedéis do Sistema, protagonistas de uma grande brincadeira sem graça da qual aparentam gostar muito, a violação da intimidade e de computadores de cidadãos honestos, copiar arquivos, emails, bisbilhotar e se darem os entretenimentos próprios dessa classe de pessoas. Os ossos de Orwell/Blair devem estar sacolejando em seu jazigo; de onde estiver, sua voz estará ecoando nas consciências de quem ousa pensar fora do padrão: ― Eu avisei!!! A crimideia está aí, mais presente do que nunca; a punição para ela nestes tempos de patrulhamento dissimulado e sectário é indireta ― em certos ambientes e épocas são ou foram diretas e ostensivas ―, cruel para quem não está preparado para caminhar com as próprias pernas ou não tem estrutura para resistir a pressões, à perfídia. ― E o Sistema? Que bicho é esse? O que é isso exatamente? ― Dizer dele exatamente é complicado; não se parece com coisa alguma existente. É uma ‘entidade’ que controla a sua vida, o seu trabalho, a sua diversão, as suas crenças, o que você consome, o que você pode ou não dizer e pensar, a sua imagem, o que os outros pensam de você, enfim, ele é o seu Senhor. Você pode dar-lhe as costas e até contrariá-lo, assim o decida, se estiver em jogo os seus valores de homem de consciência, mas é bom preparar-se; a recusa de regras de grupo o excluirá da classificação de bom-moço; optando por comportamentos politicamente incorretos você não será olhado com simpatia. Essa ‘criatura’ não tem rosto, CPF, documento de identidade; raciocina em termos de proveito material e domínio, nada mais. É amoral, para ela tudo é questão de poder. Não incomoda quem se comporta segundo as suas regras e premia os que a servem. Para os outros tem um arsenal de mentiras, imundícies, iniquidades de toda ordem. O Sistema não é um, mas uma legião; poderia muitíssimo bem ser designado por um número: 666. (...) (Onair Nunes - A Conspiração dos Medíocres - Apêndice)
Posted on: Fri, 01 Nov 2013 16:41:37 +0000

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