ALÔ, RESPONSABILIDADE! Um problema , tanto faz se individual e/ou social, não se desmancha no ar como uma bolha de sabão. De nada valem artifícios inconscientes ou deliberados para evitá-lo do tipo, "não vejo, não ouço, não falo..." de repente ele volta a incomodar." Varrer para debaixo do tapete" seria uma boa imagem se fosse completada com a informação de que esse "tapete", corresponde ao âmbito "pessoal" de nossa vida, quer na sua superfície, quer nas suas profundezas desconhecidas. Acontece que nós, humanos, somos seres de dupla dimensão: individual e social. É auto-ilusão imaginar ser possível viver apenas a dimensão individual, atrofiando a outra. O preço a ser pago por essa deformidade em nossa vida, é muito alto. Nós, aqui no Brasil, fomos sempre estimulados a viver numa gaiola individual. Isso por décadas e décadas, constituindo quase uma tradição que passa de uma geração para outra. No entanto, em certos momentos que o País atravessa, problemas que dizem respeito a todos nós, seus 201 milhões de habitantes, ganham força, e cada vez um número maior de pessoas se envolve ou é envolvida, tanto em debates quanto em ações. Para as pessoas que, de uma forma ou de outra, estão habituadas a viver, sempre levando em conta essa dupla dimensão, tendo, portanto, mais facilidade para diferenciá-las nas discussões, a coisa flui, por mais acirradas e polêmicas que as questões se apresentem. Já para aqueles que não quiseram ou não se deram conta da dimensão social de sua existência, ou a têm pouco desenvolvida, a questão se apresenta muito complexa . A atrofia da dimensão social corresponde necessariamente à superdimensão do âmbito pessoal e individual. As pessoas, nestas condições, discutem os problemas sociais apenas sob uma ótica: a pessoal. Uma diferença ou mesmo divergência de idéias, em torno de um problema social, é interpretada, experimentada, sofrida como projeções ou expressões de sentimentos negativos em relação àqueles de quem se discorda . Uma grande confusão ,portanto, entre "idéias" e "sentimentos"; confusão essa que circula apenas na cabeça das pessoas e não na realidade. Para correr atrás do prejuízo é que apelo para que todos deem uma atenção especial aos problemas sociais, ora em grande discussão no País, não se iludindo com a possibilidade de a eles poder escapar. Não é uma questão de gosto, nem de vontade. É uma questão de necessidade. Mais cedo ou mais tarde o problema nos alcança, então, o melhor é encara-lo quando ele se apresenta.
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 01:44:03 +0000
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