ANTES QUE SEJA TARDE - Boa noite, professor Luiz. - Boa noite, - TopicsExpress



          

ANTES QUE SEJA TARDE - Boa noite, professor Luiz. - Boa noite, professora Rejane. Por que a tristeza? - O senhor percebeu facilmente, não foi? Estou usando este leque para ver se alivia um pouco, pois mesmo estando ao ar livre, o calor parece insuportável. - É verdade. Eu também já estou com a minha blusa toda molhada. E olhe que eu não estava correndo. - Estou muito temerosa e preocupada, professor. Lembro-me que há pouco tempo atrás, para ser mais precisa até o ano 1990, o nosso clima não era tão impiedoso. - Concordo plenamente com a senhora, professora Mariana. Ainda podíamos desfrutar uma parcela percentual do sabor da brisa em nossas faces. - Hoje, porém, nem mesmo à noite podemos dormir sem a presença de um condicionador de ar (para quem tem condições) ou um ventilador: parece que estamos dentro de um forno! - Estive vendo esses dias uma reportagem em uma das emissoras brasileiras e me arrepiei, professora, quando as imagens davam conta de que o maior vilão, o único culpado pela terrível mudança climática é exatamente aquele (civilizado, eu acho) que deveria proteger esse sofrido Planeta azul: o homem. O trabalho jornalístico mostrou que a busca ávida pelas riquezas, pelo sucesso, pela superação, pela fama, pela ganância, pelo poder, enfim, tem feito com que a criatura mais importante da Criação não se preocupe com as conseqüências dantescas sobre o próximo e sobre si mesmo. É alarmante! É preocupante, professora! - O que será, professor, das nossas crianças, as futuras gerações? - Não sou adivinho, mas acredito sinceramente que as expectativas não são nada animadoras. Se não tomarmos preocupações já, agora, neste instante, certamente seremos vítimas fatais. Veja que ano passado morreram muitas pessoas na Europa, sobretudo na França, tendo como causa “mortis” o excesso de calor que afetou aquela região. E estamos em 2007. A tendência é a coisa tornar-se mais complicada. Não é pessimismo, professora. É apenas a convicção da verdade do que estou falando. - O senhor disse tudo. - E tem mais, professora: os cientistas estão falando que esse problema se agravará somente daqui a cem anos. Não sou nenhum Isaac Newton, nenhum Albert Einstein, nenhum Galileu Galilei, mas estou certo de que, se não fizermos nada hoje, a catástrofe mais horripilante poderá se confirmar em duas ou três décadas. Embora não sendo essa a minha intenção, eu ouvi atentamente o diálogo daqueles dois repassadores de saber, por estar bem próximo a eles, e confesso que senti medo também, e refleti que cada um de nós necessita fazer urgentemente algo para pelo menos amenizar a situação, afinal: 1. Há perigo com a redução na camada de ozônio Os atos insanos do ser humano têm provocado divergências de características funcionais e estruturais no conjunto de substâncias que constituem a camada atmosférica, já que toda modificação em um dos seus elementos formadores possibilitam ameaças fatais para a nossa existência. Com a acelerada diminuição na camada de ozônio, somos afetados pelos raios ultravioleta que são enviados pelo Sol e que representam um enorme perigo à raça humana, causando diferentes tipos de doença, destacando-se o câncer de pele. Convém dizer que esse problema também prejudica animais e vegetais que têm como habitat os oceanos, como as algas e os corais, por exemplo. A redução da camada de ozônio foi percebida na Antártida (pólo Sul) no auge da década de 1980. Mas, atualmente esse fenômeno tem atingido uma imensa parcela das regiões do nosso Planeta. Os principais causadores da diminuição da camada de ozônio são: o CFC, conhecido como clorofluorcarboneto, que é um gás comumente usado nas latas de inseticidas e desodorantes, nos produtos como ar-condicionado, isopor e geladeiras; as constantes queimadas feitas nas grandes florestas, especialmente a Amazônica; a incomensurável emissão de poluentes pelas grandes indústrias e pelos escoamentos dos automóveis, frutos da voraz ambição humana. 2. O surgimento do chamado “efeito estufa” Responsáveis pelo balanceamento térmico na Terra, porque puxam para si boa porção do calor que ela propaga, o metano e o dióxido de carbono são conhecidos como gases-estufa. Se por um lado a camada de ozônio é reduzida, por outro a emissão desses dois gases tem sido premiada com um aumento surpreendente, que é resultado do fenômeno de desprendimento de calor e emissão de luz decorrente da reação química entre substâncias combustíveis, dentre as quais o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e a incineração das florestas. O armazenamento em larga escala do metano e do dióxido de carbono na camada atmosférica torna muito maior e mais preocupante o efeito estufa, pois com certeza é este um dos agentes causadores de mudança significativa na temperatura da Terra. O progresso desenvolvido pelas indústrias embeleza um país, enriquece as elites, no entanto pode levar inúmeras vidas a óbito! 3. Desmatamento desordenado, outra razão do fim da vida na Terra Um biólogo circunspecto ou um geógrafo de boa reflexão concordará que a realização do desmatamento desenfreado é, sem dúvida, capaz de enfraquecer o solo e ao mesmo tempo promover o nascimento de um Saara, sem contar a erosão e mudanças no clima. Apesar de se falar em reflorestamento, vislumbro que isso é apenas um mero paliativo, visto que as árvores plantadas não são da mesma espécie das que foram derrubadas, e, assim, extingue-se a porção restrita de um habitat onde vigoram condições necessárias para a existência de um organismo ou espécie, isto é, o ecossistema fenece. 4. Rios e mares: não matemos os matadores da nossa sede Como grande parte das pessoas tem abandonado o campo, por falta de apoio no tocante às suas plantações, hoje está ocorrendo concentração em massa nas grandes cidades. Sem qualificação alguma essas pessoas não conseguem vínculo empregatício e, em busca de uma moradia, realizam invasões, construindo míseros casebres, sem a mínima infra-estrutura. Daí, dejetos humanos são lançados diariamente nos rios, prejudicando a si próprios, porque é desses mesmos rios que elas tiram água para beber, fazem o alimento e tomam banho, atraindo diversos tipos de doenças. Mas não pára por aí: aliadas a esses indivíduos, as industriam escoam os seus produtos químicos, eliminando os seres vivos que vivem nesses rios. Dessa forma, os rios não são aproveitados para a pesca nem para esporte e lazer. Grandes navios têm provocado estragos incalculáveis em nossos mares, quando derramam avassaladoras quantidades de óleo, aniquilando várias espécies de vidas marinhas. Enquanto estas são sentenciadas à morte, as grandes empresas nenhuma punição recebem. Até quando? 5. Alerta sobre nossa existência na Terra Pelos motivos acima expostos, o nosso Planeta está pedindo socorro e parece não mais suportar tanta dor. Se não agirmos já, é irrefutável que estaremos em face de iminentes acontecimentos desastrosos de grandes proporções, relacionados a fenômenos naturais que provocam morte e destruição: a presença de ventos devastadores será mais freqüente; secas no Nordeste brasileiro e na Amazônia, no centro africano, na Indonésia e no norte australiano; crescimento das chuvas no sudeste sul-americano, na Califórnia e no sudeste norte-americano; considerável modificação da vida marinha de quase toda a parte oeste da América; célere derretimento das enormes placas de gelo da Antártida; conseqüente aumento do nível dos oceanos e mares, colocando em sério risco a civilização de diversos países do mundo e, por fim, o maior incidente: o aquecimento da Terra, o grande pesadelo da raça humana em pleno início de 2007. Em última análise, independentemente da altivez de George W. Bush, que se recusou a aceitar o Protocolo de Kyoto, tratado que propõe a diminuição da poluição no mundo, ou até mesmo dos avarentos líderes e industriais europeus, tomemos nós, homens comuns, estas iniciativas: • Africanos, americanos, asiáticos, europeus e oceânicos, unamo-nos a organizações não-governamentais e façamos manifestos pacíficos e organizados em nossas regiões onde vivemos em defesa da humanidade de hoje e de amanhã; • Utilizemos a água com prudência e, portanto, sem desperdício, para evitar a escassez desse precioso líquido; • Não poluamos os rios; • Limpemos o lixo de nossas casas; • Industriais, políticos, empresários, elites e governantes tirem de si próprios tanta ambição e, em vez de gastos com armas que matam, invistam, façam investimentos em favor de nossa preservação! Antes que seja tarde... [TONNY NASCIMENTO]
Posted on: Sun, 27 Oct 2013 02:29:14 +0000

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