ARTIGO DO NOSSO REV. MARLON FIGUEIREDO. Vale a pena ler! NÃO - TopicsExpress



          

ARTIGO DO NOSSO REV. MARLON FIGUEIREDO. Vale a pena ler! NÃO QUERO MAIS SER PASTOR Após ler a reportagem com o tema: “Pastores praticam corrupção ao abandonarem suas igrejas”[1], me dei conta que o termo “pastor” perdeu por completo, seu sentido original. Ser pastor, pelo menos no Brasil, não significa mais ter uma postura servil, complacente e empática. Por estas e outras razões escrevo: Não quero mais ser pastor, não quero ser conhecido por uma nomenclatura, nem mesmo pelo terno e gravata. Quero ser conhecido como sou, com minhas fraquezas e fragilidades, desejo ser conhecido na consciência de alguém que depende exclusivamente do Único Pastor, Jesus Cristo. Voltemos à consciência de que a vida foi dado por Este, “Ele dá a vida em favor de suas ovelhas”, e não por seres inescrupulosos, amantes de si mesmos. Não quero mais ser pastor, na tendência de pinçar textos, para fazer valer minhas alegações falseadas, utilizar o texto como pretexto para minhas neuroses religiosas, numa apoteose imperialista e fundamentalista de ser o “anjo” da igreja. Não quero mais ser pastor, pois não quero ser equiparado àqueles que vestem mocassins aveludados, que são efêmeros e arrogantes, pois encontram tempo para divinizar o pobre verme que ainda respira. São como nas palavras de Paulo a Timóteo “...egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder”. Não quero mais ser pastor, e assim não ser seduzido ao “diabolismo”, esta tendência supridora da liberdade das pessoas em Cristo, tendência de ostracizar as possibilidades dos cristãos e levá-los ao submundo irreal, onde a operacionalidade do diabo em suas vidas é maior que a graça e a centralidade da cruz onde tudo já foi consumado. Não quero mais ser pastor, para viver uma hipocrisia num lugar mais elevado do ambiente, para ser eloquente nas orações, que muitas vezes são apenas jargões falaciosos, meras representações. Não quero estar num altar que muitas vezes é só um caixote de madeira ou um amontanhado de alvenaria e que não representa o verdadeiro altar do nosso coração, por estar todo destruído. Não quero mais ser pastor, por estar num palco me relacionando com pessoas que fazem da música um meio para alimentar suas ganâncias, que querem apenas demonstrar seus “perfeitos dons”, que fomentam inveja, intriga, maledicência, que são cheios de si por alcançarem os melhores tons ou dedilharem as mais dissonantes notas, usam da música para propagarem seus egos, descentralizando o louvor a Deus. Não quero mais ser pastor, para viver a angústia dos processos institucionais, procurando semana após semana, meios e campanhas para aumentar a arrecadação da igreja e, assim, poder adquirir o status necessário de um “businessman” do Reino de Deus. Não quero temer as questões financeiras que envolvem o redil, pois “o dinheiro é a raiz de todos os males”. Não quero mais ser pastor, para ser comparado àqueles que acordam e decidem que serão “pastores”, que se autodeclaram ser pastores, bispos e até mesmo apóstolos, homens que criam seus impérios onde há súditos. Homens despreparados que preterem a excelência da formação acadêmica, que não compreendem a expressão do apóstolo Paulo a Timóteo “quem almeja o episcopado, boa obra deseja”. Estes são apenas profissionais e não vocacionados, veem as vantagens do ministério e suas idílicas recompensas, no entanto, não perscrutam a realidade do profetismo no Reino de Deus. Não quero mais ser pastor, nem tutor de “ovelhas” descompromissadas com o Reino de Deus, pessoas que procuram a igreja para benefícios próprios, que põem o dedo em riste diante de Deus e requerem bênçãos sob o argumento de serem pagadores de dízimos. Não, não quero conviver com pessoas jactanciosas, que depois de anos tendem a manter suas vidas da mesma forma que fora há anos atrás, são melindrosos, pois não podem ouvir tons que contrariam suas utópicas expectativas. São apenas membros de uma instituição religiosa, mas não do corpo de Cristo, pois descumprem o chamado de servir ao outro em amor. Talvez não sejam ovelhas, e sim apenas expectadores de uma plateia que aguarda as vantagens ou resultados dos seus investimentos. Não quero mais ser pastor, não quero o corporativismo, onde todo mundo sabe o que acontece e ninguém faz nada. Desejo que entendamos a necessidade do concerto nos relacionamentos, não quero conviver no meio de pessoas que se toleram, que se odeiam, que se machucam no ambiente do culto a Deus, que não se abraçam. Desejo o relacionamento tratável, na perspectiva da empatia, que dá oportunidade ao arrependimento e a cura. É, não quero mais ser pastor, ser um assalariado do profissionalismo pastoral, viver o Reino na perspectiva dos valores mundanos, encarar o redil e as ovelhas simplesmente como templo e membros, vivendo diariamente a angústia do empreendedorismo eclesiástico de resultados visíveis e monetários. De estar na roda de “colegas de ministério” apenas para falar de números, sejam de membros, de arrecadações ou das dimensões de seus prédios. Por não querer se mais pastor, voltei a perscrutar o salmo 23, foi ouvindo a voz do Pastor em João 10 que pude perceber a distância que estou de ser um pastor, aquele que conduz as ovelhas e que dá a vida por elas. Na realidade, fica objetivado que Cristo é o Supremo Pastor. Por isso, não quero mais ser pastor, quero ser servo, quero poder ajudar as pessoas a serem melhores enquanto seres humanos, que saibam valorizar as reais importâncias que marcam nossas vidas, valorizarem a simplicidade, a humildade, a generosidade, a paz e o amor, que valorizem a família e a amizade. Desejo ajudá-las a encarar frustrações, medos e lágrimas, na certeza do cuidado do Supremo Pastor. Desejo servir para fazê-las entender que o cristianismo é um lugar de pastos verdejantes e águas tranquilas, mas é também uma direção de veredas justas e vales de morte; que ser ovelha é ser amada e disciplinada, a fim de que, se tornem representações do nosso Pastor, na certeza de que com Ele viveremos para sempre. “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. Mt. 5:16 Para isso, quero ser um servo integral, sabedor das fraquezas e cônscio de que a graça de Deus é que me basta. Quero viver para Cristo, para a família e para àqueles que permitem que eu seja simplesmente um pastor, ou então, mais uma ovelha de Cristo. Marlon Figueiredo © 2013 Marlon Figueiredo [1]tudorondonia/noticias/pastores-praticam-corrupcao-ao-abandonarem-suas-igrejas-campanha-eleitoral,31830.shtml93
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 16:48:48 +0000

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