AS ARMAS DOS ASSASSINOS (2) · Vício - TopicsExpress



          

AS ARMAS DOS ASSASSINOS (2) · Vício meeu.br/ceu/vicio-2/ Vamos agora à outra arma: o vício... Estar viciado é estar dependente de alguma coisa. A mente, quando coloca no pensamento a questão da necessidade, o torna dependente daquilo que ela afirma necessitar para que você se sinta em paz e harmonizado com o mundo. Eu não sei se lembram de uma história antiga nas nossas conversas que falava sobre a necessidade de aparar a grama de um terreno. Esta história falava de uma pessoa que me perguntou como alguém poderia viver com a grama alta sem cortar. Eu respondi a esta pessoa: você, pois vive lá, a grama está alta e acho que não está morta. Veja neste exemplo claramente a mente criando uma dependência: é necessário cortar a grama, não pode se viver sem cortar a grama. É ela que cria as necessidades como, por exemplo, o fato de não se poder viver sem tomar banho ou sem escovar o dente e que os faz dependente da satisfação delas. Uma das conversas que tive mais forte sobre a não existência de nada ocorreu quando fomos à casa de uma pessoa. Quando acabei a primeira parte perguntei se aquela pessoa tinha entendido o que eu tinha dito. Ele me afirmou que sim e disse mais: eu sempre soube que não existiam as coisas deste mundo. Quando começou a segunda parte da conversa esta pessoa não estava presente. Demorou uns quinze minutos e ela apareceu. Quando ele chegou, eu perguntei por que tinha me deixado esperando. Em resposta, ele me disse que como tinha almoçado precisa escovar os dentes, porque sempre que se come é necessário escovar os dentes... Veja a falta de lógica da mente. Aquela pessoa afirmou que sabia que o mundo é uma ilusão, mas apesar disso vivia a necessidade de escovar o dente, de usar uma roupa, de colocar determinado sapato. Isso é vício. Isso é dependência. Você se torna dependente de alguma e quando isso acontece foge da realidade que acredita existir. É isso que precisamos entender: se deixar levar pelo vício, pela questão da dependência, da necessidade, da precisão, só leva à morte. A única coisa que vocês deveriam achar necessário, que deveriam tornar-se dependentes é de Deus. No entanto, pela presunção de saber que existe no eu que afirma que ele age e existe livremente, a dependência de Deus é a última coisa que vocês vivem neste mundo. Só recorrem a Ele quando acham que não podem resolver sozinhos. Participante: o eu é um fantasma? O termo fantasma ainda contém saberes. A palavra fantasma ainda contém algum valor que para você é uma verdade. Sendo assim, não aceite nem isso: o eu é algo que você não sabe o que é. Participante: criar uma dependência é utilizar-se do livre arbítrio que nós não temos? Não. Quem cria dependência é a mente. Você a vive como real, como necessária, como certa. Quem cria é a mente, ou seja, quem cria é Deus e a cria como prova para você. Para ver se você se aprisionará na dependência ou se viverá liberto dela. Aliás, Paulo nos diz uma coisa muito interessante: Cristo veio nos trazer a verdadeira liberdade. Ele afirma isso porque só existe uma forma de ser livre: é ser livre da mente. Se você é escravo da mente, jamais será livre, porque só viverá o que ela disser para viver. Vivendo assim, você é livre do que, então? Participante: é possível viver alguns instantes como espíritos? Esqueça espírito... Ao invés de comparar determinada existência com a de um espírito, me pergunte se dá para viver livre do ego. Se sua pergunta for essa, eu respondo que dá. Agora, se a vida que se vive quando está se liberto do que a mente propõe é vida de espírito ou não esqueça. Apenas concentre-se em libertar do ego. Se essa forma de existir é viver como espírito ou não é um detalhe que você não deve se preocupar. Participante: já que o senhor tratou do tema liberdade, se for conveniente poderia aprofundar a idéia de ponto de convergência ou não que o senhor tratou de passagem neste estudo? Esse ponto de convergência é ensinamento muito antigo. Falamos dele quando explicamos a árvore da vida. Em O Livro dos Espíritos quando se pergunta sobre fatalidade (pergunta 851), o Espírito da Verdade responde assim: a fatalidade existe porque o espírito ao escolher suas provas gera para si uma espécie de destino. O que esta espécie de destino? Veja: ele não usa apenas a palavra destino, algo fixo e irretocável, mas cria uma espécie de destino. O que é isso? É a lei da ação e da reação criando situações previamente prontas por Deus. Vou exemplificar para ficar mais fácil compreender... Vamos dizer que você está em ouvindo. Isso é uma ação, um acontecimento, uma passagem da vida. A partir de agora, você, não a sua mente, tem algumas opções. Achando que é importante estar atento às criações da mente e se libertar delas, trilhará um caminho, uma espécie de destino. Não se trata de um caminho novo, criado agora, mas previamente previsto. Fazendo outra opção, irá trilhar outro caminho, que também não será novo, novidade, mas previamente preparado. Agora digamos que amanhã você tem que pegar determinado ônibus, precisa fazer determinada coisa, para que uma provação ocorra. Não importa se hoje escolheu lutar ou não, o que terá que fazer amanhã, acontecerá. Portanto, não importa que caminho você ande hoje, chegará ao mesmo ponto, ou seja, em um mesmo acontecimento previamente marcado. Esse eu chamo de ponto convergente, porque não importa que caminho você tome, todos eles convergem para aquele ponto. Foi isso que usei anteriormente. A sua dificuldade é porque esta é uma conversa muito velha que tivemos há muito tempo... Participante: já vi referências a duas frases da Bíblia que me chamaram bastante atenção. ‘Fique imóvel e saiba que eu sou Deus’: esta é a primeira. ‘Eu sou o que sou’: esta é a outra. O senhor poderia me esclarecer o significado delas? ‘Eu sou quem sou’. Esta é a frase que Deus usa quando fala com Moisés. Quando este profeta chega perto de um arbusto em chamas e pergunta quem é, a resposta é: ‘Eu sou quem sou’. Esta afirmação está de acordo com O Livro dos Espíritos quando se fala que o ser humano não tem capacidade de compreender a Deus (pergunta 14). Deus é quem é e você nunca vai conhecê-Lo, segundo O Livro dos Espíritos também. Quanto à frase onde se fala em ficar parado, é claro que Deus não está dizendo que quer que você vire estátua. Quando você movimenta um braço sem intenção, você está parado: só o braço está se movimentado. É a esse parado que se refere esta passagem. Fique estático, fique firme em Deus e deixe a mente criar toda a sua vida. É isso que quer dizer esta passagem. Não podemos nos esquecer que a Bíblia é totalmente interpretativa. · As quatro âncoras meeu.br/ceu/as-quatro-ancoras/ Participante: quando eu fico como você diz totalmente voltado para Deus e não para a minha mente, meus amigos ficam preocupados comigo. Dane-se para eles? Dane-se pra eles... Quando me fez esta pergunta, você me levou a outra arma que a mente se utiliza. Brincando, vou dizer que nunca falamos dela em nossas conversas e também que acho que nunca ouviram falar dela: as quatro âncoras... Vontade de vencer, medo de perder; vontade de ter o prazer e medo de ter o desprazer; vontade de ter a fama, o reconhecimento e medo de ser difamado; vontade de ser elogiado e medo de ser criticado. Esses são argumentos que a mente usa e como você acredita na existência do eu, passa a achar que você tem vontade de ganhar, que tem vontade de ter o prazer, que quer o reconhecimento e o elogio. Mas, você não quer nada disso... Só passa a querer porque acha que é você que pensa, porque acredita que os pensamentos são seus, pois é ele que coloca a ideia de querer. Quem vive a necessidade de ganhar e o medo de perder, está morto. Está morto porque ninguém ganha sempre, porque para ganhar esse terá saberes e tentará exercer a sua posse o seu comando sobre os outros. Por isso é necessário que transforme o outro em cópia do que quer porque aí ele ganha, é reconhecido como a pessoa que sabe orientar os outros e tem o prazer de ser elogiado: olha como ele fez isso e aquilo outro... Essa é outra arma que tanto o saber – porque você só ganha quando o seu saber é atendido – e a posse se utilizam para gerar uma realidade. Sabe por que alguém faz alguma coisa errada? Sabe por que a sua mente cria a ideia de que alguém faz alguma coisa errada? Para que você, que se aceitou como eu e que quer ganhar, lute contra o próximo para ganhar. Não há vitória se você concordar com o outro. Por isso a mente gera um ferimento que falaremos mais tarde: contrariedade. Contrariedade é um ferimento que conversaremos numa próxima oportunidade. Eis aí mais uma arma dos assassinos do ser: as quatro âncoras. Participante: a mudança de sentimento do mal e do bom para um sentimento equânime muda a sua realidade de vida? Caso você escolhesse se sentir mal diante de um acontecimento da vida, sua realidade seguinte seria outra? Pergunto isso porque como o senhor já disse, o livre arbítrio é sentimental... Se a realidade fosse outra, nós não teríamos uma vida pré-programada. Se não tivéssemos uma vida assim, Deus não seria Onisciente, porque dependeria do seu agora para gerar um futuro. Portanto, a resposta à sua pergunta é não. Pode levar por caminhos diferentes, mas todos estes caminhos já foram pré-programados. Portanto, eles já existem e não são coisas novas. Com isso Deus continua Onisciente porque toda a sua encarnação continua sendo pré-programada e você vai andando por caminhos que já existem. · Sistema humano de vida meeu.br/ceu/sistema-humano-de-vida/ Vamos falar de mais uma arma que os assassinos do ser usam e com ela vocês reconhecerão que todas as armas estão presentes em todos os pensamentos. Sabe qual é a outra arma que a mente usa? Os códigos normativos humanos... O chamado sistema humano de vida... Aquilo que determina o que é certo e errado, o que deve ser feito e o que não deve ser. Que determina o que é justo e injusto, o que é necessário e o desnecessário, o que deve se ganhar se agir de um jeito e o que deve perder se fizer de outro. Enfim, as regras da sociedade: as regras jurídicas, científicas, religiosas, a presunção do saber, as regras comportamentais. As normas formatadas que dizem o que é certo e errado, bom e mal. Tudo aquilo que gera a dualidade: a existência e a não existência. Todos os códigos de normas são usados pelo saber. São eles que fundamentam as quatro âncoras, que fundamentam a intencionalidade. É por conta destes códigos que você, por exemplo, quer ser rico, quer ter prosperidade nesta vida. Você só quer isso porque no código de normas humano diz que ser rico é bom, leva uma boa vida, tem muita paz e calam. Pergunte a quem tem dinheiro se ele vive em paz... Acho que não. Mas, por acreditar que sim, você cai nessa e começa a ter a intenção de ter prosperidade material. Afirmaram agora pouco que quando uma pessoa se volta para Deus os amigos ficam preocupados com ele. Nós já tivemos uma pessoa amiga que me disse que quando colocava em prática o que eu falava os amigos riam dele. Por que isso tais coisas acontecem? Porque aquela pessoa está infringindo os códigos de normas humanos. Porque não se deixava levar pelos prazeres que os amigos dele buscam. Libertar-se do sistema humano de vida: esse é o trabalho que vocês precisam fazer. Não estou dizendo que precisam sair por aí quebrando todos os códigos existentes: tirando meleca do nariz e colocando na boca, andando pelado no meio da rua. Não estou falando isso. O que estou dizendo é que não devem aceitar quando a mente diz que determinada ação é o certo a ser feito e que outra é o errado. Isso porque na hora que aceitam, primeiro estão partindo de um eu, já que você é o conjunto de valores que acredita, mas também porque estão vivendo com necessidades, estão tendo intencionalidades, estão buscando a vitória, o ganhar, o prazer, o reconhecimento e o elogio. Reparem em seus pensamentos e vejam se neles não está sempre presente o que estou falando agora... Alguém falou agora pouco em prestar auxílio como solidariedade aos outros e fazer isso de uma maneira despretensiosa. Quem dá alguma coisa para outro espera pelo menos um muito obrigado como resposta. Veja o código de normas humano agindo: ele tem que me agradecer... Olha a intencionalidade agindo: você faz para receber um obrigado, porque isso para você é o elogio por ter agido daquela forma, é o reconhecimento que leva a uma vitória individual que lhe dá prazer. E se aquele não cumprir a sua parte, você diz que era necessário que ele agisse. Com isso mostra que depende do obrigado dele para estar em paz com ele. Então, em tudo que você vive, que a sua mente cria, existe a presença de todas estas armas sendo usadas pelos dois assassinos ao mesmo tempo: o saber e a posse. Eles de uma forma conjunta utilizam todas as armas de uma só vez e você precisa estar atento a isso. Precisa partir do não eu ou da não existência de um eu que pensa, porque se não fizer isso a morte é inevitável. Sairá da realidade e viverá um mundo presunçoso, ou seja, um mundo onde presume que sabe o que está acontecendo e isso é morte, porque leva ao prazer ou a dor, jamais à felicidade. Participante: Mas, isso não é servir ao criador? O que seria servir ao criador? Fazer caridade? Eu costumo dizer o seguinte. Se dar comida para os outros fosse o objetivo de uma missão na Terra, Cristo não sairia pelo deserto pregando: ele montaria um restaurante e daria comida de graça. Faria a multiplicação dos pães e dos peixes durante toda a sua jornada. Mas, ele só fez isso uma vez em três anos. No resto do tempo ele acampava e dizia: se virem para comer... Então, não, isso não é serviço ao Criador... Só mais um detalhe: amar o outro não é dar nada a ele. Amar é bem diferente de dar... Participante: a riqueza material pode propor uma experiência diferente para o ser e assim a possibilidade de uma expansão de consciência? Você me pergunta se a riqueza material pode proporcionar uma expansão de consciência? Não. A riqueza material normalmente é acompanhada de um estreitamento de consciência. Por quê? Porque quem tem sempre quer ter mais e por isso está sempre preocupado apenas em ganhar mais. · Normalidade meeu.br/ceu/normalidade-2/ Fundamentado na resposta que acabei de dar, deixe-me completar nossa conversa com mais uma arma que a mente se utiliza. Você seria capaz de viver fora da moda? De não usar uma roupa aceita pelos outros? Seria capaz de pegar seu celular e jogar fora? Acho que não, porque imagina que depende dele. Veja: é nas mínimas coisas que precisamos refletir. Digo isso porque tem outra coisa que é muito usada pela mente e que se transforma numa arma na mão dos assassinos do ser. Trata-se de uma arma muito utilizada pela mente: normalidade. É normal se agir assim, é normal fazer isso, todos fazem isso. Lembro que num encontro uma moça defendendo seus argumentos me disse que a maioria agia de determinado jeito. Eu respondi a esta pessoa dizendo para que ela não me falasse em maioria, porque a maioria sempre estará do lado que vocês querem. Vocês sempre dirão que a maioria está ao lado de vocês, mesmo que apenas mais uma pessoa concorde com vocês. Não existe normalidade, não existe o fato de tornar certo o que algumas pessoas fazem. Nada é normal, porque tudo que a mente cria é anormal, já que ela se fundamenta em argumentos que não existem no universo. Portanto, não entre nessa história de que todo ser humano age de determinado jeito. Para justificar o fato de se deixar levar pelo que a maioria da humanidade faz há uma frase que ouvi muitas vezes: eu estou humano e por isso preciso disso, preciso fazer isso, é normal um ser humano agir assim. Não existe isso. Isso é sua mente lhe iludindo e lhe mantendo preso ao saber e com isso fazendo você ter possessões... Participante: então, estancar o saber dizendo não sei, pode ser ou pode não ser, não dá chance para suar as arma? Não. Isso porque as armas precisam da munição e esta é aquilo que você sabe. A munição é o desejo oriundo da paixão. O que municia qualquer arma dos assassinos do ser é o que você sabe, suas verdades e o desejo que as suas verdades sejam as dos outros.
Posted on: Tue, 29 Oct 2013 14:44:01 +0000

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