AUTÁRQUICAS 2013 As eleições autárquicas decorreram dentro do expectável, embora as perdas do PSD fossem além do esperado. É a primeira vez que o Partido Socialista atinge quase 150 municípios, relegando o PSD, o grande partido autárquico para segundo plano. Quando Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, repito, presidente do PSD, afirmou “que se lixem as eleições” nunca esperei que ele cumprisse essa promessa. E se prometeu, melhor o cumpriu. Fez tudo o que era possível para lixar estas eleições e lixou mesmo. É uma proeza para os anais da politica o que ele fez ao anunciar em plena campanha eleitoral a redução em 10% nas já depauperadas reformas. É notável a perspicácia politica quando faz com que os funcionários públicos comecem a cumprir as 40 horas semanais no último dia de campanha eleitoral. Simplesmente notável. Eu sei que a influência negativa do governo pode não ter sido decisiva, mas em municípios onde a derrota do PSD foi por margem mínima, não tenho dúvidas em afirmar que foi o governo PSD/CDS que derrotou as candidaturas deste partido. Outra novidade destas eleições foi o aparecimento de muitas listas de independentes que elegeram mais Presidentes de Câmara do que o CDS ou o BE. É um fenómeno novo e que veio para ficar. Não tenham os partidos políticos juízo e nas eleições de 2017 muitos mais Presidentes de Câmara Independentes serão eleitos. No Algarve a derrota foi muito pesada para o PSD que perdeu a maioria das Câmaras Municipais e a presidência da AMAL. Nalguns municípios eu já esperava a derrota e previ-as em artigo escrito há alguns meses. Admiração pelas derrotas de Alcoutim e Loulé. Em Alcoutim ficou provado que a figura de Francisco Amaral foi marcante nas vitórias anteriores e que a sua imagem de Homem Bom e excelente autarca valeu-lhe a vitória em Castro Marim. A surpresa maior foi Loulé onde Hélder Martins com alguns erros estratégicos desbaratou uma vantagem de 7.000 votos que tinha do PS. A população de Loulé e de Faro optaram por figuras menos mediáticas, mais sóbrias e menos espectaculares. Esta derrota do PSD em Loulé prova que a política espectáculo já não dá votos e o tom comicieiro de algumas figuras está ultrapassado. O que aconteceu em Loulé é uma grande lição para o futuro. Uma última palavra para o concelho de Olhão onde fui candidato pelo PSD. Pela primeira vez em 37 anos, o Partido Socialista não tem maioria na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e nas Assembleias de Freguesia, tendo o PSD ganho com maioria absoluta a União das Freguesias de Moncarapacho e Fuseta. O PS perdeu em 4 anos 2.700 votos, tendo encurtado a distância para o PSD em apenas 900 votos. Aqui está um concelho que Pedro Passos Coelho ajudou o PS a ganhar com as decisões em plena campanha eleitoral. Numa situação normal em política quem perde deve tirar as devidas ilações e demitir-se. Parece não ser o caso dos dirigentes políticos do PSD no Algarve. A nível nacional emerge Rui Rio como a esperança de muitos sociais democratas para lutar pela vitória em 2015. Veremos se este partido tem juízo. Receio bem que não. Álvaro Viegas
Posted on: Sat, 05 Oct 2013 21:34:22 +0000
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