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Achei sensível, bacana e muito significativo o que escreveu o poeta-crítico-tradutor Claudio Willer em relação à minha poesia e ao nosso trabalho do LOZ-2962 STUDIO (parceria entre eu e Irael Luziano) em esculturas, performances, poesia e vídeo. Ele também comentou sobre a beat e o surrealismo sui generis do poeta Roberto Piva, entre outras coisas... FABIANO ALCÂNTARA (Jornal Valor Econômico): Que aspectos chamam sua atenção na poesia do Chiu Yi Chih? CLAUDIO WILLER: No prefácio que escrevi para o livro de estréia dele, Naufrágios, havia caracterizado como representante de uma nova poesia brasileira. Elogiei a qualidade das imagens poéticas, surrealistas. Enxerguei escrita automática. Tratei da relação dessa poesia com o corpo; interpretei como tentativa de superação da contradição entre a palavra e o corpo, a esfera simbólica e o mundo das coisas. Mas acho que devemos prestar atenção nos desenvolvimentos subseqüentes de sua criação, na sua produção atual. Comparece simultaneamente como performer, executor de arte corporal; ensaísta e professor de filosofia; alguém que atua no campo das artes visuais. O que ele realiza nesses campos é sincrônico e convergente. É como se aspirasse a uma arte total, e a uma linguagem absoluta, verbal, musical, gestual ao mesmo tempo – a linguagem adâmica, de um tempo mítico e de um ser humano absoluto; ou em liberdade absoluta. Penso que vai longe, vai nos oferecer muita coisa boa por esse caminho. FABIANO ALCÂNTARA: Piva gostava do termo beat-surreal, ele ainda é um bom mote para o mundo atual? CLAUDIO WILLER: Piva caracterizou, no filme Uma outra cidade, de Ugo Giorgetti e em outras ocasiões, seu livro de estréia, Paranóia, como “beat-surreal” – com razão, há transcriação de poemas de Ginsberg, Corso e outros beats, e se expressou através de uma imagética cerrada, de um fluxo delirante, tipicamente surreal. Tanto a beat quanto o surrealismo continuam presentes no restante da sua obra. Têm em comum – Piva, beat, surrealismo – serem expressões da rebelião romântica. A relação adensou-se. Nos livros subseqüentes, vê-se alusões a Michael McClure, à poesia de Jack Kerouac, ao ambientalismo de Gary Snyder, ao também beat-surreal Philip Lamantia etc. E as imagens poéticas ganharam em concisão e precisão – e em ousadia. Quanto ao mundo atual, falta muito, mas muito, mesmo, para poder ser caracterizado como beat-surreal: para corresponder a esses ideais de libertação plena, de realização da imaginação, de ampliação da consciência… O que temos é a presença de mais poetas beat surreais, a meu ver constituindo-se em uma corrente importante da poesia contemporânea brasileira. - - - - Leiam a continuação dessa conversa e outros depoimentos de escritores nesse link fabianoalcantara.wordpress/2013/01
Posted on: Mon, 28 Oct 2013 13:34:00 +0000

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