Adicção (dependência química) uma doença e os variados fatores que envolvem a mesma. Diante a adicção ativa esses fatores ficam evidentes aos olhos alheios. Literalmente nesse estado temos muita dificuldade, ou não conseguimos lidar com os nossos sentimentos. Nos apoiamos na distorção da realidade, justificamos nossos excessos como consequências de problemas causados por outras pessoas... Entretanto negamos. Esse fator, talvez seja nosso maior obstáculo a ser superado diante ao processo tratamento/recuperação. É evidente em nós adictos a negação, no entanto, afeta também nossa família, nossos amigos, enfim, todos que nos rodeiam a princípio negam nossa doença. Portanto, nós continuamos a negar a medida que a doença vai progredindo, e de fato ela progride. Um verdadeiro fluxo a nossa falta de limites, no entanto, existe a crença de que há um limite no consumo e a certeza ilusória de que paramos quando determinarmos parar. Porém, os dias vão passando e isso não acontece. No auto-engano colocamos as consequências num futuro muito distante, portanto não seriamos atingidos... é evidente a ideia de amenizar, minimizar os nossos problemas em relação ao uso e o nosso exagerado consumo. Nossa imaturidade supera-se e acreditamos necessitar de drogas de acordo aos nossos desejos... Num conceito distorcido projetamos na droga nossa imagem idealizada. Talvez tudo fosse como num passe de mágica e as drogas pudesse suprir todas as nossas necessidades. Por anos vivemos "congelados" emocionalmente! Apesar do tempo passar e as coisas acontecerem, permanecemos no nosso mundo infantilizado, egoísta, de certa forma até confortável, afinal acreditávamos na nossa auto-vitimização... Por anos clamando por prazer a espera da morte! Éramos apenas sobreviventes diante aos nossos sonhos irreais, nos colocávamos cada vez mais distante de nós mesmos, do nosso ser, da nossa realidade. Mergulhávamos no nosso núcleo depressivo, fator consequente das nossas crises de abstinência e conflitos dos nossos sentimentos diante nossa adicção ativa. Desde sempre fomos intolerantes a dor, ao sofrimento causado diante a exposição a nós mesmos da nossa realidade... Nos condicionamos a uma busca pela auto-estima alta, a isenção da dor, do sofrimento, do alívio e a libertação de nós mesmos. Porém um fluxo imaginário, indo embora ao fim de cada dose onde a realidade fazia-se presente numa proporção devastadora ao ego... Entorpecer-se era uma obrigação, um insano compromisso consigo mesmo, prisioneiros dos próprios desejos, enfim, uma questão de sobrevivência. Por vezes nos iludíamos com projetos grandiosos, ideias mirabolantes num mundo totalmente irreal. Fazer fantasiosamente era fácil e imediato, nossa cara! De certa forma prazeroso... só necessitávamos de esforço insignificante e irreal. Um fluxo a megalomania e como sempre, a frustração diante a um fracasso "irreal", um conduzir-se ao sentimento de angustia e sofrimento. Talvez carência afetiva... Talvez a busca pela aprovação, de repente ambos e a insatisfação. Nossa satisfação sempre foi baseada no imediatismo. Não aceitávamos, não compreendíamos e não suportávamos a palavra não. Nosso egocentrismo gritava! A vida simplesmente parecia não ter sentido, não nos adequávamos aos relacionamentos, por tanto nos resumimos ao isolamento. Tudo tornou-se um ciclo doentio, a obsessão compulsiva ditava-nos as regras, nos tornamos escravos do nosso vício. Fomos desonestos, manipulamos impiedosamente todos a nossa volta e outros tantos. Nos tornamos verdadeiros monstros movidos a ódio num ciclo degradante regrado ao medo, a dor, sofrimento e muita solidão... vivíamos acuados na posição de ataque. Tudo parecia perdido... a fé, a esperança, o amor, a vontade de viver, a dignidade e aquela tal liberdade parecia já não ter mais sentido! Só por hoje conscientizamos-nos e admitimos nossa impotência perante nossa adicção. Aceitamos ao reconhecer que nossas vidas haviam perdido totalmente o controle... tmj
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 01:45:34 +0000
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