Ainda recentemente a ministra das Finanças afirmou que estaremos “francamente melhor” daqui a cinco anos. Concorda? Wishful thinking… Eu também gostaria, mas não é com este caminho de certeza, há que inverte-lo. Não temos uma estratégia de desenvolvimento a prazo, que é fundamental para saber para onde vamos, é tudo navegação à vista e ir tapando buracos à custa de um grande empobrecimento. O que está em causa é um projecto de sociedade. Com esta crise financeira e com este programa de ajustamento e, sobretudo, pela maneira como esse programa vem sendo conduzido, estamos a empobrecer e a hipotecar o futuro. Aliás, o Grupo Economia e Sociedade, de que sou coordenadora, publicou uma posição sobre a proposta do Orçamento de Estado (OE) para 2014, que tem exactamente esse título: “OE 14 – Empobrece o presente. Hipoteca o futuro.”. Esta é a situação com que o país está confrontado, mas é diariamente anestesiado, com a ideia de que é uma fase de transição inevitável, que preparará tempos melhores. Já se provou que não é verdade. (Jornal Público, 27 de outubro de 2013, pp. 23,24; entrevista de Ana Brito com Manuela Silva – economista e coordenadora do Grupo Economia e Sociedade)
Posted on: Thu, 31 Oct 2013 10:56:41 +0000
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