Análise: Caçada a ex-técnico procura inibir futuros vazamento - TopicsExpress



          

Análise: Caçada a ex-técnico procura inibir futuros vazamento MICHAEL KEPP - ESPECIAL PARA A FOLHA Desde que o ex-técnico da CIA Edward Snowden começou a revelar a existência de um programa de espionagem mundial, a mídia vem cobrindo sua busca por asilo tanto quanto o monitoramento de massa feito pelo governo dos Estados Unidos e suas consequências para as relações internacionais. Alguns comentaristas argumentam que a saga pessoal de Snowden, incluindo sua possível rota de fuga de um aeroporto de Moscou, está desviando as atenções das revelações sobre o esquema de espionagem --inclusive no Brasil, um alvo prioritário. Para outros, embora essa saga não seja tão importante quanto suas revelações, é indissociável delas. Por exemplo, dias depois de o presidente Barack Obama ter dito que não iria "mandar jatos decolarem às pressas para pegar um hacker de 29 anos", Itália, França, Espanha e Portugal, supostamente pressionados pelos americanos, se recusaram a deixar o avião presidencial da Bolívia sobrevoar seu espaço aéreo. O motivo foram as suspeitas de que Snowden pudesse estar a bordo da aeronave, que acabou tendo que pousar na Áustria. Seriam os quatro computadores repletos de documentos confidenciais que o hacker já tinha entregado a alguns jornais a razão dessa pressão tão grande por parte do governo americano? Um motivo mais provável é o desejo de encarcerar Snowden, possivelmente sob condições inóspitas e por muito tempo, para desencorajar outros a seguir seu exemplo. Afinal, os Estados Unidos mantiveram o soldado Bradley Manning, que vazou informações confidenciais ao WikiLeaks, em prisão solitária por 11 meses enquanto aguardava julgamento. A probabilidade de que Bolívia, Venezuela e Nicarágua enfrentem represálias econômicas se derem asilo a Snowden, como ofereceram, também revela quanto o governo americano quer puni-lo. Até mesmo Glenn Greenwald, colunista do "The Guardian" e o primeiro a divulgar a história de Snowden, já conta com advogados para evitar ser preso quando retornar do Rio, onde vive, para os Estados Unidos. Apesar de a liberdade de imprensa ser um direito garantido pela Constituição, alguns políticos já falam nessa possibilidade. Greenwald tornou-se parte da saga de Snowden por ter defendido o hacker e suas revelações, dizendo que elas tornaram mais transparente o Estado de segurança nacional dos EUA. O público parece concordar. Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac divulgada na quarta-feira revela que a maioria dos americanos vê Snowden como informante, não traidor. Além disso, americanos de várias vertentes acham que o antiterrorismo governamental foi longe demais na limitação das liberdades civis.
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 12:59:13 +0000

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