Arte digital e design Há certa confusão quanto à definição - TopicsExpress



          

Arte digital e design Há certa confusão quanto à definição de design, que até faz muitos ingressarem num curso superior em design pensando em tornarem-se ilustradores ou modeladores 3D, por exemplo. Na verdade essas profissões baseiam-se num viés primordialmente artístico, sendo esses profissionais, portanto, categorizados como artistas. O que artistas fazem é externalizar suas visões de realidade, suas impressões, suas sensações e seus valores materializando-os fisicamente (ou digitalmente) com excelência técnica, e assim geram emoções no receptor, sobre as quais eles próprios não exercem controle. Muitas vezes, profissionais atuantes nessas duas áreas relegam até mesmo essa “sensibilidade interpretativa”, que caracteriza o artista formal, exercendo apenas a parte técnica. Ou seja, acabam se tornando os caras que apenas dão vida à ideia, atingindo alto nível de qualidade em suas representações visuais. Eles se transformam, na realidade, em “meio-artistas”, pois não processam cognitivamente a ideia, não refletem sobre as tendências estéticas e poéticas do momento histórico, tampouco incorporam carga pessoal no trabalho; apenas constroem graficamente com maestria o que já foi pensado anteriormente. Sob essa perspectiva, o designer até assemelha-se bastante ao artista (não ao “meio-artista”, veja bem), pois cabe a ele possuir a habilidade criativa para conceber a ideia e também cabe a ele desenvolvê-la. Entretanto, a diferença caracteriza-se por uma série de fatores. Primeiramente, o designer baseia-se não somente na sensibilidade para captar a ideia através de sua observação pessoal, mas se vale de técnicas e métodos embasados cientificamente tanto na etapa criativa quanto na etapa de desenvolvimento. Além disso, o designer preocupa-se com questões relativas ao cliente e/ou ao usuário, pois seu trabalho serve sobretudo a este(s) e à sociedade, ainda que o trabalho sempre haverá de ter um grau mínimo de toque pessoal, único, afinal cabeças diferentes pensam diferente. O designer deve ponderar sobre a viabilidade econômica e ambiental, assim como o impacto social de sua criação, não raro chocando-se frontalmente com as intenções do cliente, por vezes tendo de argumentar com competência e convencê-lo, e outras vezes cedendo de forma a satisfazê-lo. Por fim, não é atribuição compulsória do designer o domínio completo sobre os processos técnicos produtivos, mas é sua obrigação conhecê-los em essência, de forma a poder comunicar-se eficientemente com profissionais de outras áreas envolvidos no projeto, expressando suas ideias de forma clara, seja verbal ou visualmente, e recebendo o retorno destes profissionais – por exemplo, sobre as limitações do processo de produção – num ciclo contínuo de proposta e feedback, constantemente aprimorando o projeto. Isto se aplica também à relação designer-cliente. Naturalmente, um profissional com formação acadêmica em design pode, sem dúvida, seguir carreira como ilustrador ou modelador 3D. Basta, para isso, fortalecer-se tecnicamente nas áreas em questão, utilizando conhecimentos avançados que excedam aqueles proporcionados pela sua formação. Em outras palavras, o profissional deve buscar, por conta própria, seja através de realização de cursos técnicos especializados, seja de modo autônomo, os conhecimentos necessários para tal, tendo em vista que os melhores cursos de graduação em design apenas os pincelam para que o estudante tenha noções básicas das técnicas. Nesse caso, entretanto, o profissional atuará como artista (sendo denominado artista ilustrador ou artista modelador), ainda que possa valer-se de conceitos abordados pela área de design em suas criações. Ele apenas dará forma à ideia – ou então até gerará a ideia e dará forma a ela, o que configura o artista –, mas não se preocupará com os aspectos mencionados no parágrafo anterior, que são justamente o que difere o designer do artista.
Posted on: Thu, 26 Sep 2013 05:51:01 +0000

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