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Artigo da semana: Autoridade e Ostentação Os brasileiros experimentamos um surto histórico de aversão pelas demonstrações desnecessárias de autoridade e luxo. As ostentações, que enunciavam as delícias do poder ou condição, já soam como ofensa e menosprezo. O Papa, que tantos aplausos e homenagens tem recebido, demonstrou que a humildade é a maior das virtudes, sem a qual nenhuma outra desponta. O circo brasileiro sempre foi montado de maneira a salientar pessoas com poder político ou econômico. Os famosos palanques de autoridades, onde figuras inexpressivas brigam por um lugar na primeira fila, soam ridículos, dando a impressão de que escolares em desfile prestam homenagens a pessoas, não a datas e feitos históricos. Em qualquer inauguração de obra pública, cerimônia absolutamente desnecessária, autoridades fazem questão de marcar presença, como que enunciando uma obra particular. No imaginário popular, cerimônias representam gastos públicos e endeusamentos pessoais. A ostentação e desperdício começam pelas Câmaras Municipais, que dificilmente possuem veículos populares e sedes simples e funcionais. Prefere, a maioria, carrões e castelos, com muitos gabinetes e um séquito de assessores. A escala de ostentação e luxo persiste, nas assembléias, senado, sedes de governo, secretarias e ministérios. Penduricalhos legislados garantem o aporte de recursos públicos para um sem número de atividades, incluindo a utilização de aviões da FAB em deslocamentos de discutível necessidade. Na verdade, o vício humano de considerar que a fortuna ou investidura em cargo público é reconhecimento de genialidade e poder pessoal, continua mudando o comportamento da maioria das pessoas, tornando-as cheias de quereres e frescuras formais. Só no exercício de algum poder é que podemos conhecer aspectos ocultos das personalidades. O defeito humano surge em todos os escalões, passando pelo atendente de balcão, guarda de trânsito, porteiros, fiscais de feira, até chegar a presidentes, ministros, governadores e prefeitos. Por mais humilde que seja o cargo, sempre haverá alguém disposto a assumí-lo, com arrogância e pompa. Corrobora a empáfia oficial o servilismo popular que dispensa, a qualquer autoridade, mesuras descabidas e exageradas, dignas de nobres ou deuses. Na verdade, o pouco cumprimento do dever de prestar contas, e agir com impessoalidade e transparência, incentiva posturas pessoais desrespeitadoras. A humildade é um valor de crescente prestígio na sociedade. Os exemplos do Papa, Chico Xavier, e de artistas como Dominguinhos e Zeca Pagodinho são edificantes. Ser humilde é não desrespeitar o próximo, nem apoderar-se de cargos como se fossem feudos e quintais. [email protected] O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 01:53:02 +0000

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