Artigo de nossa autoria publicado no jornal "Evangelho e Ação", - TopicsExpress



          

Artigo de nossa autoria publicado no jornal "Evangelho e Ação", órgão de divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus, edição de Outubro/2013. Os artigos anteriores se encontram à disposição dos amigos em paralerepensar.br/valdirpedrosa. DAI DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBESTES Junto a André Luiz, Vicente e Otávio, o Espírito Acelino se encorajou e contou a história de sua última existência no plano físico, cuja queda, sob seu ponto de vista, apresentava características diferentes e muito mais graves daquelas experimentadas por seus novos amigos. [1] Antes de reencarnar, Acelino foi devidamente preparado pelos instrutores da colônia Nosso Lar. Uma das Ministras da Comunicação cuidou pessoalmente de todas as medidas necessárias a fim de que ele pudesse desenvolver bem sua nova tarefa. Providências foram tomadas para que tivesse boa saúde física e mental. Esperançoso, prometeu total empenho aos seus benfeitores espirituais e reencarnou em uma grande cidade de nosso país. Na sua programação espiritual estava previsto o casamento com Ruth, que colaboraria com ele no desempenho de suas atividades. Sob forte amparo de seus guias, Acelino foi chamado à tarefa mediúnica aos vinte anos de idade, manifestando-lhe a vidência, a audição e a psicografia. No início, era enorme não só a sua alegria, como também dos companheiros do núcleo espírita em que atuava. Entretanto, nosso amigo não foi capaz de esperar pelos abundantes recursos materiais que o Senhor lhe enviaria mais tarde, após seus testemunhos no trabalho santificante. Invigilante, Acelino transformou suas faculdades mediúnicas em fonte de renda material. Comercializou a mediunidade. Companheiros sem muitos conhecimentos doutrinários e evangélicos aprovaram seu proceder, alegando que, embora o trabalho essencial fosse dos Espíritos, seria lícito cobrar pela sua colaboração pessoal. Faltavam-lhes vivenciar o ensinamento de Jesus registrado por Mateus: “Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido.” [2] Os bons Espíritos o aconselharam a seguir o melhor caminho, sinalizado na Boa Nova do Cristo. Amigos encarnados chamaram-no ao esclarecimento oportuno, mas foi tudo em vão. Acelino agarrava-se cada vez mais aos interesses inferiores, a ponto de arbitrar preços das consultas, dando bonificações aos mais necessitados e enchendo seu consultório. Não obstante, muitas famílias abastadas o transformaram em consultor para todo o tipo de problema, ficando totalmente por conta de seus consulentes. Não havia mais espaço para as lições de espiritualidade superior, nem para o serviço do Evangelho. Distanciou-se da confraternização fraterna e das preleções dos emissários divinos. Ao invés da escola da virtude, do amor fraternal e da edificação superior, Acelino voltou-se para a concorrência comercial, as ligações humanas legais ou criminosas, os caprichos apaixonados, os casos de polícia e todo um cortejo de misérias da Humanidade, em suas experiências menos dignas. Obviamente suas atitudes atraíram para si energias grosseiras e nocivas, além de Espíritos na mesma sintonia, de baixíssimas vibrações. Sua paisagem espiritual transformou-se completamente. Já não havia mais equilíbrio psíquico, chegando, inclusive, a zombar do Evangelho de Jesus. Mas a morte chegou para Acelino, despindo-o de todas as ilusões. Foi rodeado pelos consulentes criminosos que já haviam desencarnado, querendo palpites e orientações de natureza inferior. Perguntavam sobre os cúmplices, resultados de transações comerciais e situações de ligações clandestinas. Ele gritou, chorou e implorou, mas estava algemado a eles por elos mentais em virtude da imprevidência na defesa de patrimônio espiritual. Vinculado a esses Espíritos infelizes, Acelino expiou sua falta no plano espiritual durante onze anos, entre o remorso e a amargura. Vicente tentou aliviar-lhe o sentimento de culpa, ressaltando que ele não era nenhum assassino e que não teve a intenção de espalhar o mal deliberadamente; era apenas mais um que se enganou nos caminhos da vida. Todavia, consciente de sua responsabilidade e das faltas cometidas, Acelino arrematou: “Não fui homicida nem ladrão vulgar, não mantive o propósito íntimo de ferir ninguém, nem desrespeitei alheios lares, mas, indo aos círculos carnais para servir às criaturas de Deus, nossos irmãos, auxiliando-os no crescimento espiritual com Jesus, apenas fiz viciados da crença religiosa e delinquentes ocultos, mutilados da fé e aleijados do pensamento. Não tenho desculpas, porque estava esclarecido; não tenho perdão, porque não me faltou assistência divina.” Diante do exemplo de Acelino, façamos nossa reflexão: mesmo não sendo médiuns ostensivos, todos nós reencarnamos com uma quota específica de recursos e talentos, de acordo com nossas necessidades e capacidade de administrá-los. A grande pergunta é: o que estamos fazendo com todo esse patrimônio nos oferecido pelo Senhor da vida? [1] Os Mensageiros – Pelo Espírito André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier – capítulo 8 (O desastre de Acelino). [2] O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec – capítulo 26 (Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes) – itens 1 e 2; 7 a 10. Valdir Pedrosa – Janeiro/2013
Posted on: Sat, 05 Oct 2013 22:44:12 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015