As grandes batalhas (1899-1907) Uma nova profissão: a dos - TopicsExpress



          

As grandes batalhas (1899-1907) Uma nova profissão: a dos "ratoeiros" Charge do caricaturista Bambino Além de promover a vacinação contra a peste bubônica, Oswaldo Cruz desencadeou uma guerra aos ratos, cruzada que lhe valeria nova onda de caricaturas e que inspirou canções populares. Os funcionários destacados para essa guerra tinham que apresentar pelo menos 150 ratos por mês, sob pena de demissão. Acima dessa cota, embolsavam trezentos réis por animal abatido. Para envolver a população no combate aos roedores, as autoridades passaram a oferecer a qualquer cidadão recompensa em dinheiro por animal morto — o que fez surgir no Rio um ofício novo, o dos "ratoeiros", que saíam pelas ruas a comprar os bichos a baixo preço, em seguida, revendidos à Diretoria Geral de Saúde Pública, que pagava duzentos réis por unidade. Não chegava a ser uma fortuna (para que se tenha uma idéia, um exemplar da revista mensal Kósmos custava 2 mil-réis, dez vezes mais), mas logo a cidade se viu invadida por "ratoeiros". O assunto renderia uma polca, ritmo em voga na época: "Rato, rato", de Casimiro G. Rocha e Claudino Manuel da Costa, lançada no Carnaval de 1904. Com todos os seus 32 anos de vida, o sanitarista talvez não contasse com a astúcia de alguns espertalhões que, ávidos por roer as verbas da Saúde Pública, simplesmente se puseram a criar ratos para vender às brigadas de Oswaldo Cruz. Não faltou quem fosse capturá-los em outras cidades. O mais notório desses empreendedores era um certo Amaral, que soltou nas ruas toda uma equipe de ratoeiros a seu serviço. A Higiene acabou devendo tanto dinheiro a esse "negociante de ratos", como foi chamado numa sátira em versos, que ele foi detido e interrogado. Declarou, então, que comprava ratos, sim — "mas ratos cariocas, procriados, nascidos e apanhados aqui no Distrito Federal".
Posted on: Fri, 20 Sep 2013 13:28:15 +0000

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